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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 10. Teoria Econômica
GLOBALIZAÇÃO: TEORIA E PRÁTICA
Ana Letícia Espolador Leitão 1   (autor)   leitaoanaleticia@hotmail.com
Diogo Franco Magalhães 1   (autor)   diogofranco@bol.com.br
Rodrigo Andrade Aragão 1   (autor)   aragao_economia@hotmail.com
Rodrigo Emmanuel Santana Borges 1   (autor)   rodpetbr@hotmail.com
1. Depto. de Economia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
INTRODUÇÃO:
Este trabalho é parte integrante do esforço para realizar um estudo da política econômica brasileira, focalizando o período que se inicia na década de 1980. Seu objetivo é, destarte, fornecer um pano de fundo que ajude a entender a inserção brasileira no dito “mundo globalizado”, tendo em vista restrições ou vantagens de que disponha no plano internacional. A hipótese levantada é que a atuação brasileira tem sido significativamente co-determinada por processos ocorrentes na economia mundial, e pela atuação de países centrais dessa economia.
METODOLOGIA:
O trabalho foi elaborado pelos graduandos como forma de contribuir para o Grupo de Estudos em Política Econômica Brasileira (GEPEBRA). Livros e trabalhos de autores destacados foram usados como referência e fonte de dados, obtidos por meio de pesquisas em biblioteca e nos meios eletrônicos - Internet. O trabalho se divide fundamentalmente em quatro partes. A primeira sessão faz uma breve análise teórica da globalização para embasar o estudo remanescente. Ao fazê-lo, são privilegiadas três correntes de pensamento: a dos neoclássicos, ou dominante; uma que questiona em vários aspectos a globalização; e uma corrente crítica, de inspiração marxista, que qualifica sob a ótica do capital financeiro esse fenômeno. Na segunda sessão, são contrapostos o liberalismo e o neoliberalismo em uma contextualização histórica da ascensão do neoliberalismo. Devido à importância geopolítica, a terceira sessão dedica-se a evidenciá-la, destacando o papel das potências centrais, tornando mais concreto o estudo. Finalmente, na última sessão, são feitas breves considerações sobre esse contexto no qual se insere o Brasil.
RESULTADOS:
A análise da geopolítica internacional aponta para a afirmação de políticas liberalizantes que pretensamente deveriam estimular o crescimento e a cooperação econômica. No entanto, o que ocorre, devido sobretudo ao processo de desenvolvimento do capital especulativo parasitário, é a imposição de um modelo que escraviza a esfera produtiva e procura transferir excedentes de forma a alimentar os ciclos de crescimento do capital fictício. Assim, o baixo crescimento do PIB, a deflação, instabilidade e desemprego estruturais significativos, a marginalização crescente intra e internacional, entram no quadro explicativo como elementos decorrentes da própria lógica desse processo no qual está incluído o Brasil. Verificou-se também ampla absorção pelas economias periféricas daquilo determinado em organismos internacionais e por posições dos países centrais diretamente.
CONCLUSÕES:
Os obstáculos que se colocam para o Brasil refletem sua posição de economia periférica e situada na América Latina. A sua inserção internacional fica deveras influenciada pela pressão originada nas potências centrais a favor da liberalização econômica, que prevalece. De uma forma geral, as economias periféricas, na atual dinâmica do sistema, sustentam uma posição bastante frágil, já que estão à margem dos centros de decisão supranacionais, seja por sua irrelevância militar, seja por sua reduzida autonomia e pujança no campo econômico. E, no contexto de acirramento da concorrência e de crescente polarização – entendida aqui como exacerbamento da concentração da riqueza no âmbito internacional – a posição brasileira não é estável, mas profundamente dependente. Por fim, a localização geográfica na América Latina implica situar-se numa área de influência direta dos Estados Unidos da América, sobre a qual claramente essa potência procura expandir seus mercados e aumentar seu domínio. Isso coloca qualquer política mais profunda que se pretenda realizar no país buscando sua autonomia em contraposição aos interesses americanos. Destarte, o contexto internacional aparece como fonte de pressão e direção com relação à implementação de receituários por parte do Estado, confirmando qualificadamente a hipótese levantada.
Instituição de fomento: PET - Programa Especial de Treinamento
Palavras-chave:  Globalização; Mundialização do Capital; Neoliberalismo.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004