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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia
COMUNISTAS EM CAMPO MINADO: AS LUTAS DOS TRABALHADORES RURAIS NA REGIÃO DE MARÍLIA/SP (1947/1964)
Rosimar Alves Querino 1   (autor)   rosimarquerino@uol.com.br
José Antonio Segatto 2   (orientador)   diretor@fclar.unesp.br
1. Pós-Graduanda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UNESP – Campus de Araraquara
2. Prof. Dr. Do Deptº de Sociologia e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia –
INTRODUÇÃO:
Nas décadas de 1940, 1950 e 1960 o Partido Comunista dedicou inúmeros esforços para a efetivação de uma política voltada para o campo brasileiro. A Região de Marília/SP era, neste período, predominantemente rural e, por isso, constitui-se como locus privilegiado para a discussão da militância comunista no campo. Nesta comunicação, resgatamos as principais lutas desencadeadas na Região por trabalhadores rurais destacando: as reivindicações apresentadas, as palavras de ordem, as atividades desenvolvidas para a organização, a ligação com a linha política adotada pelo PCB e a relação dos militantes com o aparelho repressivo.
METODOLOGIA:
Tal análise teve como fontes principais entrevistas com militantes, processos criminais instaurados nas comarcas locais e documentos do acervo Departamento de Ordem Política e Social (DEOPS).
RESULTADOS:
Os estudos realizados até o presente momento indicam que o aparelho repressivo era composto não só por agentes da polícia política, mas, também, por delegados, promotores e juízes das comarcas locais. Quanto à militância comunista, percebemos a predominância de atividades voltados ao combate da exploração dos trabalhadores rurais, a denúncia das péssimas condições de trabalho, a luta pela fundação de associações de trabalhadores rurais e, nos períodos eleitorais, a discussão da política local e nacional.
CONCLUSÕES:
A abordagem da militância comunista exige a recuperação das relações mantidas entre os militantes e o aparelho repressivo e indica a fragilidade da democracia construída no período de 1945 e 1964. O curto período democrático não significou o abandono da estrutura repressiva construída ao longo da ditadura varguista e garantiu maior eficácia da repressão logo após o golpe de 1964. Na Região de Marília, percebemos ainda que a virulência da repressão ocorreu graças à truculência dos chefes políticos locais e a notória populariedade dos militantes.
Instituição de fomento: CAPES
Palavras-chave:  repressão política; militância comunista; Região de Marília.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004