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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
SEGURANÇA ALIMENTAR
Álvaro Farias Nepomuceno Carneiro 1   (autor)   alvarobio@bol.com.br
Amanda Cavalcante Girão 2   (autor)   amandagirao@hotmail.com
Magda Marinho Braga 3   (autor)   eusoumagda@hotmail.com
Maria da Conceição Tavares Cavalcanti Liberato 4   (orientador)   liberato@secrel.com.br
1. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará-UECE.
2. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará-UECE.
3. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará-UECE.
4. Depto. de Química, Universidade Estadual do Ceará-UECE.
INTRODUÇÃO:
Nos dias de hoje apesar de toda informação sobre higiene e limpeza boa parte das pessoas ainda passa mal quando come algo preparado em suas casa e depois se perguntam o por quê disso. Este trabalho tem o objetivo de fazer um estudo comparativo relacionando o nível de segurança alimentar com o nível sócio econômico dos cidadãos de Fortaleza. E proporcionar às pessoas que trabalham com alimentos, a oportunidade de adquirirem conhecimento, de uma maneira simples, sobre o risco para os que consomem um alimento produzido em condições inadequadas. Além deste estudo fizemos uma pesquisa sobre os principais microorganismos causadores de alterações químicas prejudiciais, representando risco à saúde ou mesmo causando alterações benéficas em um alimento, transformando-o em outro.
Este trabalho pertence a área de Ciências da Saúde, pois com essa pesquisa tivemos a chance de orientar os moradores, dando dicas de higiene e segurança alimentar fazendo assim um serviço à Saúde Pública.
METODOLOGIA:
Para isso foi apresentada uma cartilha com informações sobre as principais doenças, causadas por bactérias, que podem ser adquiridas pela má conservação e manuseio dos alimentos. Junto à cartilha foi apresentado um vídeo com situações cômicas, porém próximas da realidade, de modo a provocar uma reflexão e como conseqüência tentar educar os cidadãos com relação aos perigos a que estão expostas as pessoas ao consumirem alimentos preparados inadequadamente.
Foi usado, também, o recurso de um questionário de modo que a própria pessoa avaliou o nível de segurança alimentar de seu lar. Esse questionário é composto de 12 (doze) perguntas onde que cada uma pode valer de 0 a 2 pontos. Sendo que quanto maior o número de pontos feitos mais seguras são as práticas que aquela pessoa adota na cozinha.
Primeiro, entregamos o questionário e pedimos para que as pessoas respondessem. Depois avaliamos os resultados e mostramos o que estava errado nos métodos e na maneira de manusear os alimentos. Em seguida usamos a cartilha e o vídeo para orientá-las a respeito do assunto.
Nós fizemos essa pesquisa com moradores de diferentes bairros de Fortaleza. Fomos a bairros de classe alta, como Aldeota, Meireles e Beira-Mar. De classe média, como Bairro de Fátima, Dionízio Torres e Papicú. E por fim fomos aos bairros de classe baixa, como José Walter, Bom Jardim e Pirambú.
RESULTADOS:
Comparamos o número de pontos feitos por cada pessoa e depois os relacionamos com o bairro onde essa pessoa mora. Através disso pudemos avaliar como o nível social interfere na higiene alimentar das pessoas.
Entrevistamos trinta pessoas de cada classe social, sendo dez de cada bairro. Os resultados mostram que 50% das pessoas de classe alta não tem uma boa segurança alimentar, pois obtiveram 11 pontos ou menos no questionário, já 30% fizeram de 12 a 23 pontos, conseguindo um resultado razoável, enquanto que apenas uma minoria de 20% conseguiu 24 pontos.
Já nos bairros de classe média os resultados foram melhores, pois apenas 20 % fizeram 11 pontos ou menos, enquanto que 50% conseguiram de 12 a 23 pontos e 30% fizeram 24 pontos.
Como era esperado, as famílias de classe baixa tiveram um mal resultado no teste. A grande maioria, 70% delas, fizeram 11 pontos ou menos, enquanto que 20 % obtiveram de 12 a 23 pontos e apenas 10 % conseguiram alcançar os 24 pontos.
CONCLUSÕES:
Concluímos com esta pesquisa que o nível social nem sempre é proporcional ao nível de segurança alimentar. Pois o número de lares de classe alta cuja preocupação com segurança alimentar é baixa ou simplesmente não existe, é muito semelhante ao de lares de classe baixa.
Isso se deve, de acordo com os nossos estudos, ao fato de grande parte desses lares “ricos” ter empregadas que geralmente são de classe baixa, que moram em bairros pobres, e são pouco instruídas a respeito de higiene nos alimentos. O fato das patroas também não se preocuparem com isso e não participarem das atividades domésticas de sua casa também contribuiu com o resultado negativo obtido.
Já os indivíduos de classe média foram os que conseguiram melhores resultados na pesquisa. A razão disso vem do fato de que boa parte das pessoas dessa classe não possui empregadas e com isso tem que, elas mesmas, prepararem sua comida. Como essas pessoas têm um nível de educação melhor que as de classe baixa elas preparam seus alimentos de maneira mais higiênica, evitando assim, contaminações desses por bactérias e obtendo um melhor resultado na pesquisa.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Segurança; Alimentar; Social.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004