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A. Ciências Exatas e da Terra - 1. Astronomia - 7. Astronomia
USO RACIONAL DO ESPECTRO DE RADIOFREQÜÊNCIAS E A PESQUISA CIENTÍFICA.
José Williams Vilas Boas 1   ()   jboas@das.inpe.br
Carlos Alberto Bento Gonçalves 2   (autor)   carlos@dea.inpe.br
Wilson Yamaguti 3   (autor)   wilson@dss.inpe.br
1. Divisão de Astrofísica, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (DAS-INPE)
2. Divisão de Eletrônica Aeroespacial, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (DEA-INPE)
3. Agencia Espacial Brasileira (AEB)
INTRODUÇÃO:
Muitas atividades da sociedade moderna dependem fortemente do uso do espectro de radiofrequências. Este é o caso da telefonia fixa e móvel, das transmissões de TV, dos serviços de radio navegação e defesa; e também dos serviços científicos, tais como pesquisa espacial, exploração da Terra por satélite e Radioastronomia, entre outros. Esses serviços são de vital importância para muitas atividades públicas e privadas. Existe uma extensa lista de atividades na nossa sociedade que tem relação com o uso do espectro de radiofreqüências para transmitir informação. Hoje, o uso de ondas de rádio tornou-se fundamental para a segurança, a economia e o desenvolvimento de muitos países e do próprio planeta. Por esse motivo, o setor de telecomunicações tornou-se um dos mais rentáveis. Como conseqüência, houve um aumento considerável no uso de serviços dessa natureza em escala regional e global. Esses aspectos criaram uma demanda tão grande pelo uso de freqüências de radio que muitos países criaram leis e órgãos de controle para o uso racional de transmissão de informação através do espaço. Administrar o uso dessas freqüências de forma adequada e ética, respeitando as características dos serviços é um desafio para a humanidade, tanto em escala regional, quanto mundial. Este trabalho mostra como o INPE está defendendo os interesses científicos nacionais e internacionais no sentido do uso racional do espectro de radiofreqüências e apresenta exemplos de como o uso indiscriminado desse espectro produz efeitos prejudiciais para as atividades científicas.
METODOLOGIA:
São analisados documentos que são encaminhados para a União de Telecomunicação Internacional, propondo a regulamentação, adequação e criação de novos serviços utilizando as bandas de radiofrequência. Também são analisados resultados de observações feitas por vários radiotelescópios localizados em diferentes países
RESULTADOS:
São observadas interferências em um grande número de bandas de radiofrequências alocadas para uso científico. O uso de filtros inadequados para transmissão de sinais em enlaces de comunicações, gera harmônicos que contaminam, por exemplo, a maioria das bandas de frequências que estão alocadas prioritariamente para a radioastronomia.
CONCLUSÕES:
É necessário criar um regulamento rígidos, com apoio de órgãos governamentais, para assegurar o uso das bandas de radiofreqüências com baixos níveis de interferência. A não regulamentação do uso dessas bandas, resultará em prejuizos irreparáveis para os serviços científicos, particularmente a radioastronomia que pesquisa o universo através de sinais de baixíssima densidade de fluxo.

O serviços científicos devem desenvolver sistemas para avaliar o nível de interferência gerados por outros serviços regulamentados tais como telefonia móvel, radiocomunicação e enlaces de radio na superfície da terra e entre a terra e satélites. Além desses serviços regulamentados, aumenta gradativamente o nível de interferência gerado por concentrações urbanas e serviços clandestinos de comunicação.
Palavras-chave:  radiofrequências; interferência; radioastronomia.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004