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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
DO DESENHO AO MAPA: UMA EXPERIÊNCIA EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO
Odaléia Alves da Costa 1   (autor)   aielado@yahoo.com.br
Daniela de Fátima Nogueira da Silva 1   (autor)   danielanogueira22@bol.com.br
1. Departamento de Educação I, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
INTRODUÇÃO:
A interação entre fatores biológicos e sociais é essencial para o desenvolvimento do domínio espacial do indivíduo. Historicamente o homem vem utilizando desenhos para representar determinadas situações do cotidiano. O homem das cavernas já utilizava desenhos como forma de comunicação, desenhava animais para representar suas caçadas. As crianças também utilizam desenhos como forma de representação. Pesquisadores como Luquet e Piaget ao analisarem desenhos de crianças classificaram-os nas seguintes fases e faixas etárias: realismo fortuito, incapacidade sintética, 3 a 5 anos, realismo intelectual, 6 a 9 anos e realismo visual, 9 a 10 anos. Rosangela Almeida (2001), professora da Universidade Estadual Paulista em Rio Claro (SP) se apropria desses estudos e vê os desenhos como uma iniciação cartográfica. Nesse sentido, objetivamos analisar desenhos de crianças de São Luís do Maranhão e compará-los com as fases apresentadas por Luquet e Piaget.
METODOLOGIA:
Para análise das produções fizemos uso do estudo de caso através de observação dos desenhos de duas crianças de 5 e 7 anos sobre as seguintes condições: os sujeitos da pesquisa são do sexo feminino residentes em um bairro da periferia de São Luís, alunas de uma escola da rede privada, localizada no mesmo bairro. A criança de 7 anos vive em um ambiente alfabetizador e recebe grandes incentivos por parte da família. O ambiente em que a criança de 5 anos vive também favorece a leitura, a escrita e a expressão através de desenhos. As atividades realizadas foram: desenho intencional, mapa do caminho de casa para a escola, desenho da casa sem observação, desenho da casa a partir de observação, desenho da casa vista de cima.
RESULTADOS:
De acordo com Luquet a criança de 5 anos estaria na fase denominada incapacidade sintética e a de 7 anos no realismo intelectual. Os desenhos observados apresentam características, tais como: rebatimento (Piaget), relações projetivas e euclidianas (Piaget), exagera em algumas dimensões e omite outras (Luquet), justaposição (Luquet). Apesar de apresentarem características de diferentes fases, classificamos os desenhos das duas crianças como sendo realismo intelectual. Foram encontradas semelhanças entre as produções das crianças de São Luís e as da Austrália - experiência relatada por Almeida (2001) - no que diz respeito ao caminho de casa para a escola. Onde elas desenham apenas uma única linha ligando a casa a escola.
CONCLUSÕES:
Dessa forma, vimos que o desenho deve ser utilizado com as crianças e até mesmo incentivado por parte da escola e da família por ser uma iniciação a cartografia. Crianças que tem habilidade e treino em desenhos do espaço vivido tem facilidade para desenhar mapas e realizar leituras. Nesse sentido, notamos que as fases servem apenas para efeito de tabulação dos dados. Pois uma única criança pode apresentar simultaneamente características de até 3 fases. Fatores sociais, como a noção de espaço vivido, a convivência diária com mapas e o estímulo ao desenho por parte da família contribuem para o avanço da criança de uma fase para outra.
Palavras-chave:  desenho; mapa; iniciação cartográfica.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004