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G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 4. Políticas Públicas
NEOLIBERALISMO E EDUCAÇÃO NO MARANHÃO
Ilse Gomes Silva 1   (orientador)   ilse@elo.com.br
Bartolomeu Rodrigues Mendonça 2   (autor)   br.mendonca@ig.com.br
Márcio de Jesus Azevêdo de Matos 2   (autor)   marciojesusmatos@bol.com.br
1. Depto. de Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
2. Curso de Ciências Sociais, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
INTRODUÇÃO:
A partir da década de 1980 o mundo passou a conhecer uma nova política econômica que veio a influenciar todos os paises do bloco capitalista. O modelo neoliberal apresentado pelos dirigentes conservadores: Thatcher, Reagan, e Kohl, em seus respectivos paises, irradiou-se rapidamente por todo mundo, aproveitando-se da crise do “estado de providência”, e do grande poder econômico exercido pelos grupos privados.Tal situação refletiu no Brasil na década de 1990 no governo do presidente Collor (1990-1992) e nos anos seguintes. Ainda nos anos 1990 o Estado do Maranhão convivia com uma situação desfavorável frente à sociedade civil, uma vez que apresentava indicadores sociais que o levavam a ocupar o último lugar no ranking de desenvolvimento humano da Federação. Diante do cenário em que se encontrava o Estado seus governantes não mediram esforços afim de reverter o quadro desconfortável, fazendo uso de políticas neoliberais em todos os setores da administração. Sendo a educação privilegiada com a implementação dos projetos “Viva Educação” I e II (chamados de teleensino). Estes projetos na área da educação e as influências neoliberais neles encontradas constituem nossa matéria de pesquisa.
METODOLOGIA:
Para efetivação da nossa pesquisa recorremos em primeiro momento a análises bibliográficas como Poulantzas (1977), que trabalha a crise política e a transformação do estado; Silva (2001), que apresenta uma discussão sobre a reforma de estado no Brasil e no Maranhão; Maciel (1999), que em sua dissertação de mestrado em educação apresenta críticas às políticas neoliberais do governo Roseana Sarney. Ainda nos auxilia neste estudo os trabalhos de Lima (2001), em sua monografia de graduação que aborda o teleensino; e, Arruda (2003) com seu trabalho sobre as políticas neoliberais do governo Roseana Sarney para o ensino médio. Para finalizar o trabalho recorremos a recortes jornalísticos de diários locais e dados estatísticos, além de análise de documentos oficiais.
RESULTADOS:
Com este estudo constatamos que o governo do Estado implementou uma reforma educacional com base no neoliberalismo buscando aumentar a inclusão social a partir da “modernização” e “melhoria” do sistema estadual de ensino. Dados estatísticos comprovam a diminuição da distorção idade/série e a diminuição da demanda reprimida subsidiando as propagandas do governo do Estado na divulgação da melhoria dos índices de desenvolvimento humano.
CONCLUSÕES:
Embora os resultados dos programas “Viva Educação” I e II e das fontes por nós estudadas apontem melhorias nos indicadores sociais percebemos que estas são apenas quantitativas, uma vez que a metodologia pedagógica utilizada desprezou a ação do docente subjugando-o a posição de mero “tira dúvidas” das aulas expostas na televisão. E quanto ao discente restou-lhe o papel de mero telespectador. Além disso, o teleensino desconsiderou a realidade local oferecendo pacotes fechados de educação adquiridos da fundação Roberto Marinho. Por fim, percebemos que o projeto “Viva Educação” serviu única e exclusivamente como meio de propaganda do grupo político dominante local, já que acelerou “a distribuição de diplomas de segundo grau, num processo que não teve o objetivo de formar estudantes, mas de expulsá-los da sala de aula”. (Jornal “A Luta” 2001). Lima (2001, p34). Os estudantes expulsos das salas de aula aumentam os números estatísticos e favorecem a propaganda do Governo do Estado que veiculam o constante processo de melhoria e modernização da educação no Maranhão.
Palavras-chave:  Educação; Política; Sociedade.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004