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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS: "DO DESGOSTO AO PRAZER". UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA POR PROFESSORAS PRIMÁRIAS, COM ALUNOS DE 4ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS PARTICULARES DE CUIABÁ.
Nilza Cristina Gomes de Araújo 1   (autor)   reginaldonilza@uol.com.br
Telma Roncada Garretano 1   (autor)   reginaldonilza@uol.com.br
Solange Freire Guerra 1   (colaborador)   reginaldonilza@uol.com.br
Eunice Fátima da Silva 1   (colaborador)   reginaldonilza@uol.com.br
Joyce Keller Silva Rocha 1   (colaborador)   reginaldonilza@uol.com.br
Rosamary Figueiredo Fontes 1   (colaborador)   reginaldonilza@uol.com.br
Lúcia Helena V. Possari 1   (orientador)   Drª / infounic@zaz.com.br
1. UNIC - Universidade de Cuiabá
INTRODUÇÃO:
A leitura e a produção de textos como vêm sendo encaminhadas em nossas escolas, não têm cumprido sua função elementar, que é a de proporcionar para crianças que freqüentam o ensino fundamental, o aprendizado específico da língua materna no âmbito do ler e do escrever. Muitas vezes, as atividades que envolvem tanto a leitura quanto à produção de textos, são desenvolvidas pelas crianças com desprazer e muito sacrifício, na verdade, muitas delas não possuem o gosto pela leitura e escrita. Para professores de língua materna é facilmente perceptível que o ensino de português está em crise. Enquanto professoras primárias, em nossas aulas de língua portuguesa, percebemos que mesmo estando alfabetizados, os educandos ao chegarem a 4ª série, trazem consigo dificuldades na expressão oral e escrita, que se traduzem em incapacidade de produzir significados ao término de uma leitura, bem como na escrita de textos coerentes em diversas situações apresentadas. A situação lingüístico-pedagógica inspira cuidados que apontem para a necessidade de mudanças nos rumos do ensino da língua. Preocupadas com esta situação, procuramos alternativas para esses problemas. A pesquisa aqui apresentada, buscou primeiramente diagnosticar como a leitura e a escrita eram concebidas nas escolas lócus da pesquisa, no intuito de perceber os problemas, analisando as propostas presentes de leituras e produções de textos para posteriormente propormos leituras e produções diferenciadas através de textos diversos.
METODOLOGIA:
Este trabalho teve como campo de pesquisa os Colégios Coração de Jesus, Expressão e Notre Dame de Lourdes, escolas particulares de Cuiabá-MT., com três turmas de 4ªs séries do ensino fundamental e suas respectivas professoras. Tal pesquisa apresentou um cunho eminentemente qualitativo, onde os dados foram levantados a partir da pesquisa-ação e da pesquisa bibliográfica. Buscou-se a pesquisa-ação por proporcionar o envolvimento dos pesquisadores e dos pesquisados no processo de pesquisa, assim como também é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos do modo cooperativo ou participativo. Procurou-se também examinar a produção escrita do objeto em estudo, através de fontes bibliográficas como garantia para o suporte teórico necessário para entendimento da problemática. Para tanto, recorremos a pesquisa bibliográfica.
RESULTADOS:
Como resultado principal, foi possível perceber, que as atividades de leitura e produção de textos se constituem como complexas, gerando desgaste, por parte de quem as produz, como também complementares e fortemente relacionadas. Por um lado são complexas, pois os problemas no ensino da escrita e da leitura muitas vezes ultrapassam as questões da aprendizagem em sala de aula, remetendo-nos tanto a dificuldades proporcionadas por aspectos físicos da escola que comprometem às condições de trabalho dos professores, como as de aspectos referentes a sua formação, bem como problemas de ordem pessoal dos alunos. Diante disso, procura-se um culpado para as deficiências no domínio da leitura e da escrita, na verdade, gerando um círculo vicioso. Por outro lado, por serem processos complementares, quanto mais atos de leitura e escrita proporcionarmos aos nossos alunos, maior será a chance de rompermos com a antipatia muitas vezes arraigada em nossos educandos quando se desenvolve uma atividade desta natureza. Transformando-os assim, em cidadãos produtores de textos competentes e participantes do desenvolvimento da vida em sociedade. A partir das atividades desenvolvidas por intermédio da pesquisa, pôde-se observar progressivas mudanças no que diz respeito ao prazer por ler e escrever.
CONCLUSÕES:
Com a realização desta pesquisa foi possível vivenciar, que realmente a escola que temos, possui dificuldades em realizar aquilo a que se propõe, e justamente por este motivo, não devemos perder de vista que os processos de leitura e escrita precisam ser revistos. Os alunos, desde o início da alfabetização, devem ser estimulados para tais ações. Deste modo, os atos de ler e escrever não podem ser jamais considerados apenas como atividades escolares, reduzidas a tarefas puramente mecânicas, pelo contrário, devem ir além, sendo ampliadas através de estratégias que consigam estreitar a distância existente entre os saberes escolares para os saberes do cotidiano de nossos alunos.Talvez assim, provavelmente estaremos evitando censurar o prazer e o entendimento que o educando precisa ter sobre a leitura e a escrita, elementos base para se situarem no mundo do qual fazemos parte. É necessário despertar, desde o início, o senso crítico, construído desde a simples exposição oral de idéias, opiniões e argumentos, passando pela expressão plástica como visual até chegarmos ao exercício de leitura e de produção de um texto, através do código escrito. Agindo assim, o professor estará contribuindo para a formação e consolidação de uma ação reflexiva, elemento de extrema importância para a estruturação do pensamento e condição necessária para que tanto o ato de ler como o de escrever seja permanentemente aperfeiçoado num processo que se concretiza ao longo da vida.
Palavras-chave:  Leitura e Escrita; Dificuldades de Aprendizagem; Ensino Fundamental.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004