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F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 1. Administração Geral e Gestão Estratégica
ESTUDO DIAGNÓSTICO DA GESTÃO AMBIENTAL EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA REGIÃO SUL DA CIDADE DE SÃO PAULO
Wanderley Carneiro 1   (autor)   wdcarneiro@uol.com.br
Vanessa Soares de Oliveira 1   (colaborador)   soaresv@tinkem.com
Valdeci Carneiro Júnior 2   (colaborador)   brancocarneiro@bol.com.br
Silvia Maria Farani Costa 2   (colaborador)   silvia@sim.lme.usp.br
Adriana Paula Borges 3   (colaborador)   adrianapaula25@uol.com.br
1. Depto de Administração de Empresas da Universidade Ibirapuera
2. Depto de Administração de Empresas da Faculdade Morumbi Sul
3. Depto de Sistemas de Informação da Faculdade Montessori
INTRODUÇÃO:
A degradação ambiental vem sendo tratada como um tema emergente, discutida por vários setores da sociedade. Estudos vêm mostrando, cada dia mais, que os problemas relacionados aos recursos naturais crescem de forma assustadora, e, em sua grande maioria, são conseqüências direta da ação humana. A sociedade mundial tem reagido de muitas formas contra a falta de consciência, sendo que no Brasil isso começou de forma mais acentuada nas duas últimas décadas, principalmente por meio de leis e normas que obrigam as empresas a se enquadrarem para que possam atuar no ambiente de forma sustentável. Muitas empresas passaram a implantar planos de gestão ambiental, amparadas pela ISO 14000 e 14001 e algumas foram além, fazendo o chamado marketing verde. Os estudos de LONGENECKER (1997), confirmam essa tendência, pois segundo ele, nas últimas décadas, a degradação ambiental tem se transformado em objeto de preocupação para grande parte da sociedade. No Brasil, assim como na Europa, o consumidor passará a privilegiar não apenas o preço e qualidade dos produtos, mas principalmente, o comportamento social das empresas fabricantes destes produtos, TACHIZAWA (2002). Nesse contexto, surge a questão: Qual é o comportamento das pequenas e micro empresas na região sul da cidade de São Paulo em relação à gestão ambiental ?
Sendo assim, o objetivo do trabalho é avaliar o conhecimento e as ações desses tipos de empresas, bem como, discutir um modelo de gestão ambiental adequado as mesmas.
METODOLOGIA:
Para a classificação da pesquisa, toma-se como base a taxionomia apresentada por VERGARA (1990), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins, a pesquisa é explicativa, pois tem como objetivo principal tornar algo inteligível, justificar-lhe os motivos.
Quanto aos meios de investigação, a pesquisa é bibliográfica e auxiliada por uma pesquisa de campo, com base em aplicação de questionários. Na pesquisa bibliográfica recorrer-se-á a materiais acessíveis como livros, artigos e Internet. Os dados levantados deverão ser utilizados para responder a questão de pesquisa e subsidiar as respostas aos objetivos da pesquisa.
Para uma correta avaliação do projeto as questões são direcionadas aos donos das micro e pequenas empresas, conforme a proposta do trabalho.
A população é constituída por empresas da zona sul de São Paulo, legalmente registradas. A amostra dessa pesquisa consistiu de 80 empresas, escolhidas ao acaso e que se enquadram pela classificação acima citada como micro e pequenas empresas.
Os dados serão tabulados em planilhas eletrônicas, as quais possibilitarão medidas estatísticas. Essas medidas serão finalmente discutidas e apresentadas ao final do trabalho.
RESULTADOS:
De acordo com os critérios do SEBRAE (2003), 54% das empresas pesquisadas foram classificadas como microempresa e 46% como pequena empresa, enquadrando-se em termos de setores como: 85% de comércio, 10% de serviços e 5% industrial. Quanto ao ramo de atividade, a amostra apresentou a seguinte classificação: 43% alimentação, 15% calçados, 11% confecções, 10% construção, 10% têxtil, 5% educação, 5% informática, 1% química.
Na região estudada, além de uma maior presença, as empresas de alimentação, principalmente as de fast food, são as que geram maior impacto ambiental, em função da grande quantidade de lixo orgânico que produzem. Esse material acaba produzindo mau cheiro, sendo propício ao desenvolvimento de insetos, bem como, à transmissão de doenças.
Em relação ao conhecimento sobre o tema “gestão ambiental”, somente 2% dos entrevistados disseram conhecer bem o tema.
Os restantes, 18% nunca ouviram falar e 80 % disseram estar pouco informados. Os que disseram ter alguma informação, na verdade possuíam um conhecimento limitado à reciclagem de lixo.
Quando da aplicação de uma gestão ambiental, os empecilhos indicados por eles foram: 54% não sabem como fazer, 18% acham que é muito custoso e 8% acham desnecessário.
Referente a importância do meio ambiente, 84% acham importante, 12% acham não importante e 4% não possuem uma opinião formada. Constatou-se ainda que 82% das empresas pesquisadas não possuem coleta seletiva de lixo, mesmo sabendo que ela pode pagar.
CONCLUSÕES:
Apesar do interesse generalizado pela qualidade de vida, os micro e pequenos empresários da região estudada ainda são carentes de conhecimento sobre processos de gestão ambiental, desconhecem os benefícios que esse sistema pode trazer à empresa e, em geral associam a implantação desse sistema a um custo elevado, desembolso que eles não estão dispostos a fazer. As atividades de gestão ambiental praticadas por eles podem ser resumidas, exclusivamente, ao consumo racional de água e energia elétrica. Esse fato ocorre porque eles têm um retorno financeiro sobre isso, que pode ser mensurado mensalmente de maneira fácil.
O grande ensinamento da pesquisa foi mostrar aos próprios pesquisados que, apesar de não conhecerem o assunto gestão ambiental, o tema está diretamente ligado ao ambiente onde vivem e afeta diretamente a sua qualidade de vida e de suas famílias.
A implantação de um programa de gestão ambiental mais amplo nessa região deveria começar com a parte educativa desses empresários, mostrando que o resultado final seria uma economia e não um aumento dos gastos. Práticas como: reciclagem de lixo, reuso de água, tratamento de esgotos, ocupação racional de espaços, poderiam ser algumas práticas utilizadas. O maior problema é a falta de informação e baixa escolaridade apresentada pelos empresários destas classes. Isso torna um pouco mais difícil a implantação de uma cultura voltada à conservação do meio ambiente.
Palavras-chave:  gestão ambiental; pequenas empresas; recursos naturais.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004