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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional
ATIVIDADE TURÍSTICA E IMPACTOS AMBIENTAIS: O CASO DA CACHOEIRA VÉU DE NOIVA EM CHAPADA DOS GUIMARÃES - MATO GROSSO
Jandyra Luz Teixeira 1   (autor)   jandyra@cpd.ufmt.br
Eledir da C. Martins 1   (autor)   eledir.martins@`bol.com.br
Rosângela Alves Sobrinho 1   (autor)   rosangela_avante@hotmail.com
Flávio Gatti 1   (autor)   gattimsc@bol.com.br
Suise Monteiro Leon Bordest 1   (orientador)   
1. Universidade Federal de Mato Grosso
INTRODUÇÃO:
Chapada dos Guimarães em Mato Grosso é conhecida nacionalmente por receber grande número de turistas. Está localizada a oeste de Cuiabá, situando-se no topo dos sedimentos soerguidos da Bacia Sedimentar do Paraná, apresentando altitudes de até 810 metros. Grande parte da população desenvolve atividades ligadas ao turismo, fortemente impulsionado pela visitação de pessoas que vêm em busca do clima ameno e agradável e de suas belezas cênicas. Entretanto, a forma inadequada de turismo que vem sendo praticado freqüentemente nesta área, contribui para acarretar problemas que põem em risco a própria riqueza natural e o patrimônio cultural. Além disso, dos atrativos turísticos naturais, muitos estão situados em áreas com diferentes níveis de fragilidade e suscetibilidade a riscos ambientais capazes de intensidades variadas. O solo caracteriza-se por apresentar potencial natural a erosão devido as características litológicas, pedológicas e relevo movimentado. O predomínio das formações arenosas sobre o Planalto propicia a expansão da erosão concentrada em ravinas e voçorocas quando acelerados pela ação humana. Torna-se necessário sensibilização e atitude mais responsável em relação aos impactos ambientais observados especificamente neste trabalho na Cachoeira Véu de Noiva, importante e frágil atrativo do município. Sensibilização e atitude são qualidades necessárias tanto aos turistas quanto aos gestores do setor público e privado.
METODOLOGIA:
Para tanto, adotou-se a pesquisa bibliográfica como base para a construção da fundamentação teórica; identificação e delimitação da área analisada; realização de trabalho de campo; análise e interpretação das informações obtidas "in loco" com a finalidade de observar e avaliar as condições atuais e os impactos produzidos pelo turismo no local.
RESULTADOS:
O Complexo Véu de Noiva é considerado um dos pontos turísticos mais visitados e está localizado dentro da área do PARNA de Chapada dos Guimarães, sendo o maior destaque uma cachoeira de aproximadamente 53m, que possui relevo tabular e topo plano e apresenta em suas encostas depósitos aluviais recentes. A área analisada vem sofrendo alterações, no que diz respeito as suas potencialidades naturais, por ocasião das significativas interferências humanas, devido ao acelerado desenvolvimento do turismo. Tais interferências resultam na modificação da paisagem, comprometendo a qualidade e a manutenção do equilíbrio do ambiente, por conta de impactos negativos que aceleraram alguns processos físicos. Já no acesso ao complexo é possível observar apenas uma placa indicando a direção do mirante que existe ali. Constata-se poucas placas orientativas principalmente no que se refere a indicação das trilhas e a grande maioria dos visitantes ao chegar, não buscam informações no Centro de Visitante, onde receberá orientações necessárias para que possam usufruir de forma consciente do local. Algumas trilhas que dão acesso às bordas das escarpas não possuem proteção e já foram flagrados turistas sentados, a poucos metros das bordas, desconsiderando os riscos a que estavam se expondo. Eles mesmos criam trilhas alternativas e estas por sua vez, degradam a área. Assim, observa-se a carência de instrumentos que auxiliem na interpretação da paisagem e sensibilização para a necessidade de preservar.
CONCLUSÕES:
A área analisada vem sofrendo alterações, no que diz respeito as suas potencialidades naturais, em decorrência das significativas interferências humanas, devido ao acelerado desenvolvimento da atividade turística. Preconiza-se a necessidade de mecanismos que possibilitem a instalação de equipamentos turísticos que estejam integrados com a paisagem, no sentido de combinar harmoniosamente a atividade turística organizada com a preservação ambiental, sem levar em conta o retorno imediato, que por sua vez pode constituir uma ameaça aos atrativos naturais e a população da região. Assim sendo, deveremos caminhar na busca de um novo paradigma de desenvolvimento turístico, que atenda aos apelos econômicos, porém, de forma sustentável, com bases sociais e ambientais capazes de contribuir para uma melhor qualidade de vida para os turistas e para a população local.
Instituição de fomento: CAPES
Palavras-chave:  Turismo; Impacto ambiental; Chapada dos Guimarães.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004