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E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 2. Engenharia de Pesca
BIOLOGIA REPRODUTIVA DA MARIQUITA, Holocentrus ascensionis (Osbeck, 1765), CAPTURADA NA COSTA PERNAMBUCANA NO PERÍODO ENTE MARÇO/2003 E FEVEREIRO/2004.
Renata Akemi Shinozaki Mendes 1   (autor)   renataasm@hotmail.com
Fábio Hissa Vieira Hazin 2   (orientador)   fhvhazin@terra.com.br
Paulo Guilherme Vasconcelos de Oliveira 3   (co-orientador)   oliveirapg@bol.com.br
Felipe Correia de Carvalho 1   (colaborador)   fecor21@bol.com.br
1. Graduando(a) bolsista PET/MEC/SESu do Depto.de Pesca, UFRPE
2. Prof. D. Sc. do Depto.de Pesca, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
3. Prof. M. Sc. do Depto.de Pesca, Universidade Estadual da Bahia - UNEB
INTRODUÇÃO:
A Mariquita, Holocentrus ascensionis, pertencente à família holocentridae, é uma espécie recifal bastante abundante no litoral pernambucano. Possui hábitos noctívagos, comportamento evidenciado por seus grandes olhos, escondendo-se, durante o dia, em fendas ou em bordas de corais. Freqüentemente capturada por embarcações artesanais, que utilizam como aparelho de pesca a rede de espera e o covo, apresenta distribuição circumtropical, ocorrendo, no Oceano Atlântico, desde o norte de Massachusetts, até o limite sul da costa nordeste do Brasil. O presente trabalho tem como objetivo obter dados acerca da biologia reprodutiva da espécie, capturada por embarcações artesanais na costa do Estado de Pernambuco, incluindo informações acerca dos estágios de maturação, índice e tamanho de primeira maturação gonadal e época de desova, aspectos de fundamental importância para um adequado manejo dos estoques.
METODOLOGIA:
Exemplares de Holocentrus ascensionis foram obtidos em peixarias localizadas nos municípios de Recife, Olinda e Paulista, no litoral do Estado de Pernambuco. Os indivíduos foram inicialmente mensurados, obtendo-se o comprimento zoológico (CZ), peso total (PT) e eviscerado (PE), sendo, em seguida, coletada as gônadas, as quais foram pesadas e medidas quanto ao seu comprimento e largura. Uma vez triado, o material coletado foi fixado em formol a 10% por 24 horas, sendo em seguida, conservado em álcool 70%. Para análise histológica, as gônadas foram seccionadas na sua porção mediana, inclusas em parafina, cortadas a 6 µm, coradas pelo método tradicional de Hematoxilina-Eosina (HE) e examinadas em microscópio óptico. Utilizou-se a classificação quanto à maturação gonadal e desenvolvimento ovariano proposta por Lemes dos Santos e Azoubel (1996). Para a determinação da época de desova, foi utilizado o índice gonadal (IG), calculado segundo a equação de Schaeffer & Orange (1956). Na determinação do tamanho de primeira maturação gonadal, tamanho no qual 50% dos indivíduos de uma população estão aptos à reprodução, foi utilizada a freqüência relativa de indivíduos adultos em cada classe de comprimento (CZ), utilizando-se do modelo complementar Log-Log.
RESULTADOS:
Foram analisados um total de 150 indivíduos, obtendo-se uma proporção sexual de 1,3 machos: 1fêmea. Por não haver diferença estatística, quanto ao tamanho, entre os sexos, utilizando-se o teste “T” de Student (p=0,05), machos e fêmeas foram estudados conjuntamente. Os exemplares variaram de 9,60 cm a 21,00 cm, com uma classe modal entre 18,60 cm e 20,60 cm. A relação entre o peso total e o eviscerado possui uma tendência potencial apresentando um R2 igual a 0,9908. A relação entre o peso eviscerado e o comprimento zoológico apresentou uma tendência potencial com R2 igual a 0,9252. Dos 84 machos analisados, todos se apresentavam no estágio maturo. Já as fêmeas, 10 encontravam-se em repouso, 13 imaturas, 10 em maturação inicial, 13 em maturação final e 20 maduras.
CONCLUSÕES:
Machos e fêmeas no estágio em maturação (inicial e final) e maduros, encontrados em todas as épocas do ano, associado a valores de IG semelhantes em todos os meses, indicam que a espécie se reproduz durante todo o ano. O tamanho de 1a maturação gonadal (L50) foi estimado em 14,63 cm. Menos de 5% das capturas encontravam-se com tamanho menor do que o de 1a maturação gonadal, indicando que o aparelho de pesca é bastante seletivo para esta espécie, caracterizando uma a atividade pesqueira não predatória.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Reprodução; Pernambuco; Maturação gonadal.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004