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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia
O IDOSO INSTITUCIONALIZADO NA REGIÃO NORDESTE DO RIO GRANDE DO SUL: CARACTERÍSTICAS, NECESSIDADES E POSSIBILIDADES DE MUDANÇAS
Vania Beatriz Merlotti Herédia 1   (autor)   vheredia@terra.com.br
Ivonne A. Cortelletti 2   (autor)   ivonneac@terra.com.br
Miriam Bonho Casara 3   (autor)   mbcasara@ucs.br
Josiéle Maria de Lima Nunes 1   (autor)   josielenunes@bol.com.br
Verônica Bohm 4   (autor)   vebohm@hotmail.com
1. Depto. de Sociologia, Universidade de Caxias do Sul - UCS
2. Depto. de Educação, Universidade de Caxias do Sul - UCS
3. Pró-Reitoria de Extensão, Universidade de Caxias do Sul - UCS
4. Depto. de Psicologia, Universidade de Caxias do Sul - UCS
INTRODUÇÃO:
A pesquisa "O idoso institucionalizado na Região Nordeste do RS" se propôs a realizar um estudo sobre o idoso que vive em instituições de longa permanência na Região Nordeste do estado e identificar suas principais características e necessidades, tendo como objetivo conhecer as condições em que se encontra esse idoso, com fins de subsidiar ações e fomentar políticas sociais que permitam dar dignidade e respeitabilidade à velhice. Trata-se de uma pesquisa de base social que possibilita descrever a situação como ela se encontra na realidade e propor possíveis mudanças no sentido de modificá-la.
METODOLOGIA:
A pesquisa utilizou como suporte teórico o método histórico-estrutural. Fez uso de entrevistas com os responsáveis pelas instituições asilares que permitiram identificar a infra-estrutura existente, equipe funcional de recursos humanos, os serviços prestados e a população usuária. Utilizou também questionários semi-estruturados para a coleta de dados, que contemplaram itens referentes às condições gerais, socioculturais, socioeconômicas e de saúde, para definir o perfil do idoso residente. Foram objeto de estudo as pessoas com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, residentes em quatorze instituições asilares dos municípios de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Vacaria e Carlos Barbosa. O questionário semi-estruturado foi aplicado a todos os idosos em condições de saúde físico-mental satisfatória. Os itens referentes à cor, idade, ao sexo e ao estado civil, que identificam os dados gerais da população idosa usuária, foram coletados junto à administração das instituições.
RESULTADOS:
A pesquisa mostrou que o idoso institucionalizado na Região Nordeste do RS é na sua maioria de cor branca, do sexo feminino, de baixa escolaridade, de proveniência do meio rural, de religião católica. Há predomínio da faixa etária superior a 70 anos e, relativamente ao estado civil, de solteiros e viúvos. A grande maioria possui família e, mesmo tendo filhos, estão internados. Antes de serem internados, esses idosos moravam com os familiares e uma parcela deles morava sozinha. A maioria é aposentada. A renda é baixa, sendo que muitos desconhecem o valor de sua renda. O tempo de asilamento é variável de menos de um ano a mais de 10. A maioria dos idosos é visitada por pessoas do núcleo familiar, e o número de visitas diminui à medida que aumenta o tempo de asilamento. Uma parcela não recebe visitas. As atividades laborais desenvolvidas durante a maior parte da vida foram predominantemente ocupações não especializadas. A percepção que metade dos idosos entrevistados possui de sua saúde é regular e muitos ainda a consideram boa. É necessário ressaltar que um percentual expressivo de idosos asilados não foi entrevistado por não apresentar condições favoráveis de saúde.
CONCLUSÕES:
A idade não é um determinante do asilamento, mas sim as condições de saúde, levando-se em consideração a capacidade funcional, relacionada à manutenção ou perda da autonomia e da independência. À medida que aumenta a faixa etária cresce o percentual de internados, o que comprova que a saúde declina com o passar dos anos. As condições socioeconômicas precárias do idoso ou da família podem constituir-se em motivos de asilamento. As necessidades básicas de alimentação, repouso, higiene e atenção à saúde são supridas pelos serviços prestados nas instituições. Constituir família não garante a permanência do idoso no domicílio. Uma parcela está abandonada, e os laços familiares se fragilizam com o passar do tempo, levando os idosos a serem esquecidos. De um modo geral as condições desses idosos são precárias. Poderiam ser melhoradas por meio de: criação de um mecanismo por parte das instituições para preservar os vínculos com a sua família; orientação às casas, através da ação dos conselhos municipais, a pensar e conhecer melhor o processo de envelhecimento, com vistas a qualificar os serviços de atendimento e a promover ações essenciais ao desenvolvimento de atividades físicas, mentais, de comunicação e interação social; promoção de programas e projetos intersetoriais de ações públicas para o idoso asilado; formação, por parte das instituições de ensino, de profissionais qualificados para atuarem junto aos idosos institucionalizados.
Instituição de fomento: FAPERGS, CNPq, UCS
Palavras-chave:  Idoso institucionalizado; Instituições asilares; Condições de vida dos idosos.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004