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F. Ciências Sociais Aplicadas - 4. Direito - 9. Direito Penal
Impacto Social das Ações dos Hackers nas Empresas Públicas e Privadas do Estado da Paraíba
Rachel Nogueira de Souza 1   (autor)   racheluni@hotmail.com
Aline Lobato 2   (orientador)   howard_william@uol.com.br
1. Graduando do Centro de Ciência Jurídicas, Faculdade de Direito da UEPB
2. Prof. Dr. do Departamento de Psicologia, UEPB
INTRODUÇÃO:
A Internet permite constante circulação de informação sem uma administração central trazendo fácil acesso a dados, mas cria grande espaço para atuação de piratas cibernéticos. Países em todo mundo tem atentado para a necessidade da elaboração de normas para este espaço virtual. O Brasil, por não possuir legislação especifica sobre a matéria, vem sendo considerado o maior exportador de crimes cibernéticos do mundo. Por isso, observa-se um desenvolvimento no conceito de segurança de informação à medida que o acesso a Internet se torna cada vez mais importante como ferramenta de trabalho, tornando-se fator prioritário nas decisões e nos investimentos das organizações no país. Contudo, mais eficiente que criar meios de segurança, é criar meios para coibir estes ataques, criar normas aplicáveis aos hackers. A elaboração de normas punitivas só poderá ser feita eficazmente com um estudo do seu perfil criminologico. Apenas com a compreensão da sua área de atuação e de uma visão ampla de como, onde e porque atuam é que poderemos elaborar uma legislação eficiente de maneira a reter sua ação. Nesta pesquisa, tem-se como objetivo relatar a realidade das empresas da cidade de Campina Grande com relação a problemas ocasionados via acesso a Internet, colhendo-se informações sobre a opinião das empresas sobre estes indivíduos, possuindo relevância por tornar cognoscível o impacto das ações hackers nas empresas campinenses, oferecendo subsídios à análise do modus operandi desses indivíduos.
METODOLOGIA:
Os dados usados na presente pesquisa foram coletados no Município de Campina Grande, localizada no Estado da Paraíba. As visitas às empresas ocorreram nos dias 11 a 15 de agosto de 2003 e de 12 a 23 de janeiro de 2004. Essas visitas ocorreram no horário diurno e vespertino. Normalmente a coleta de dados contou com a colaboração do responsável pela a empresa, tendo sido o questionário aplicado pela aluna Rachel Nogueira de Souza sob a supervisão da Profa. Aline Lobato da Faculdade de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba. A forma como os dados foram coletados se processou mediante a visita da já mencionada aluna aos estabelecimentos das empresas privadas de Campina Grande que utilizam a Internet como ferramenta de trabalho. Assim, as empresas que livremente concordavam em colaborar com a pesquisa eram esclarecidas sobre o objetivo e procedimentos da pesquisa. Os dados foram coletados através do uso de um questionário anônimo aplicado às empresas que livremente concordavam em participar da pesquisa. O questionário completo possui 28 questões, dividido em três secções. Das 28 questões do questionário surgiram as variáveis utilizadas na análise estatística da pesquisa, as 28 questões deram origem a 53 variáveis. O programa estatístico utilizado na pesquisa foi o SPSS for Windows para possibilitar a codificação dos dados no computador e a análise das porcentagens e das correções entre as variáveis.
RESULTADOS:
A presente pesquisa se concentrou nas empresas que possuem como objeto Informática (55%). Esta pesquisa entrevistou um maior número de microempresas (65%). Destas empresas 30% estavam no mercado de 5 a 15 anos. A sua maior parte compunha-se de empresas privadas (90%). Observa-se que um maior número de empresas utiliza a Internet como auxilio no trabalho (45%). Em seguida, verificou-se que a grande maioria das empresas está tendo ou já teve problemas com vírus (95%). A freqüência dos ataques na maioria das vezes é de uma vez por mês (35%) e a Baixa na produção chega a 25%. Enquanto a perda material se concentra em até R$5.000,00. A atitude tomada perante estes ataques por metade das empresas foi de procurar ajuda especializada. As empresas também utilizam meios preventivos a estes ataques, o mais apontado foi antivírus (85%). Todas as empresas acreditam ser o hacker de gênero masculino e 55% das empresas acreditam o hacker estar na faixa dos 14 a 21 anos de idade, estando no nível universitário (65%). Afirmam, ainda, 55% das empresas que os hackers são de classe alta. Em relação ao estado civil, a totalidade das empresas acreditar ser o hacker solteiro, não possuindo relações duradouras (55%). Entretanto, 65% das empresas acreditam que estes indivíduos não possuem nenhum tipo de problema ou disfunção familiar e 90% das empresas afirmar não ter o hacker nenhum distúrbio psiquiátrico. Em relação a motivação o fator mais apontado foi a diversão (70%).
CONCLUSÕES:
A pesquisa questionou número significativo de empresas que utiliza a internet como auxílio financeiro, por oferecerem status ao hacker ao serem atacadas. Grande parte de empresas atacadas por vírus aponta para uma tendência nacional dos ataques a dados computacionais, argumento reforçado por notícias que afirmam que as ações hackers mais comuns são os ataques de vírus. A maioria das empresas utilizou como meio preventivo o antivírus seguindo uma tendência nacional apontado pela Pesquisa de Segurança de Informação. Todas as empresas apontaram serem os hackers do sexo masculino, sendo que a maioria apontou estar o hacker na faixa etária de 14 e 20 anos e universitário. BLAKE afirma serem estes na sua maioria do sexo masculino entre 20 e 28 anos de idade e não universitários. DENNING diz em sua pesquisa que os hackers norte-americanos normalmente provém de uma classe baixa, mas a realidade no Brasil parece ser outra já que as empresas dizem ser este de classe alta. A maioria das empresas acredita que o hacker não possui nenhum tipo de distúrbio. Mas, BLAKE afirma que são desajustados sofrendo de disfunção de personalidade muitas vezes já diagnosticada. Pesquisam mostram que eles têm muitos fatores de motivação entre eles o status e a curiosidade, a maioria das empresas afirmou ser a diversão e status. Assim, a visão que as empresas entrevistadas têm sobre o perfil dos hackers nem sempre está de acordo a literatura e têm então muito a conhecer sobre estes criminosos e seus crimes.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Internet; Criminologia; Hackers.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004