IMPRIMIR VOLTAR E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 4. Produção Animal AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE MANEJO PARA CRIAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS EM PEQUENAS PROPRIEDADES NO MUNICÍPIO DE BRASIL NOVO REGIÃO SUDOESTE DO PARÁ Edimar Branches Galvão 1   (autor)   edibran@zipmail.com.br Soraya Abreu de Carvalho 1   (orientador)   soraya@ufpa.br 1. Colegiado de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Pará - UFPA, Campus de Altamira INTRODUÇÃO: Este trabalho procura fazer uma avaliação das práticas de manejo que os produtores na Região da Transamazônica utilizam para manter e explorar os seus rebanhos, a fim de verificar se existe diversidade de práticas entre eles suficientes para influenciar no aumento da produção leiteira. Objetivando-se construir um referencial técnico que possa orientar os produtores na busca de melhores práticas de manejo para a exploração da pecuária leiteira, com isso, obtendo maiores rendimentos. A pecuária leiteira, com rebanhos mestiços de dupla aptidão para produção de carne e leite, representa um importante componente sócio-econômico para as famílias, seja pela venda do leite in natura ou com a fabricação de queijo de forma artesanal, exercendo forte influência na economia do município. Entretanto, a pecuária leiteira apresenta limitações que impedem o aumento da produção animal, tais como o baixo padrão genético das vacas, alem dos fatores relacionados ao manejo, principalmente para o manejo das pastagens que constitui o sistema alimentar do rebanho. Baseando-se nestes fatores, torna-se fundamental conhecer e avaliar criteriosamente quais as práticas que os produtores utilizam para manter e explorar os animais e os recursos forrageiros, considerando que o uso de práticas mais adaptadas à realidade do produtor ou o uso mais intensivo destas podem contribuir para aumentar a produção leiteira do rebanho, condição esta essencial para a sustentabilidade da atividade leiteira. METODOLOGIA: O trabalho foi realizado no município de Brasil Novo/PA, em quatro propriedades agrícolas que têm como uma de suas atividades a pecuária leiteira familiar. Para obtenção dos dados primários foram adotadas as seguintes ferramentas metodológicas: controle leiteiro, realizado mensalmente com uma ordenha diária, iniciando em janeiro de 2003 até janeiro de 2004, nesse período acompanhou-se a produção leiteira de 100 (cem) vacas, durante uma lactação. O controle leiteiro foi um dispositivo utilizado para avaliar a produção das vacas, no sentido de verificar se existe diferença na produção entre as propriedades influenciadas pelas práticas de manejo que estão sendo adotadas. As observações das práticas utilizadas para o manejo do rebanho, assim como das pastagens, constituiu uma ferramenta importante para caracterizar a atividade leiteira das propriedades. A inserção dos produtores nesta fase da pesquisa foi de grande valia por facilitarem a obtenção dos dados e participarem nas discussões juntamente com a equipe de trabalho, sentindo-se também responsáveis pela pesquisa. Os materiais utilizados foram: balanças de precisão e baldes para medir (Kg) a produção das vacas, bem como dois modelos de fichas individuais, sendo uma para fazer o cadastro e outra para registrar a produção de leite. Foi utilizado também um caderno de campo para registrar as observações referentes às práticas de manejo alimentar, sanitário e reprodutivo. RESULTADOS: A pecuária leiteira, com a criação extensiva dos rebanhos em pastagens que variam de 78 a 95 ha apresenta produção média diária de 4,6 Kg de leite e um período de lactação que varia de 160 a 245 dias. É influenciada pelo baixo padrão genético das vacas e pelo sistema alimentar, formado por poucas espécies de gramíneas, entre elas as Brachiarias que representam 92% das forrageiras cultivadas, alem do uso de sal mineral, de forma não contínua. As práticas de manejo das pastagens são iguais em todas as propriedades, como controle das plantas invasoras uma vez por ano, através do roço manual, o que não é suficiente para manter os pastos limpos por ser alto o índice de espécies invasoras, representando um problema na condução dos pastos. As pastagens apresentam diferenças na sua constituição, determinadas por fatores que vão desde a formação dos pastos e por fatores de pastejo, como ocupação, descanso e pressão de pastejo. As práticas de sanidade com o uso de vacinas, entre elas a contra febre aftosa, bem como as vermifugações periódicas, vem sendo trabalhado de forma a não constituir problemas para o rebanho. Na reprodução, com a monta natural não controlada, a idade do primeiro parto está variando de 30 a 36 meses, período médio de serviço 65 dias e intervalo entre partos próximo de 12 meses, índices zootécnicos importantes na pecuária leiteira, pois, quanto mais crias a vaca parir maior a produção de leite na vida útil, possibilitando maiores ganhos para os produtores. CONCLUSÕES: De acordo com os resultados do controle leiteiro, a avaliação das práticas de manejo que estão sendo utilizadas pelos produtores nos leva a dizer que não existe diversidade de práticas de manejo entre as propriedades que sejam suficientes para influenciar no aumento da produção leiteira. Ao se comparar o potencial leiteiro das vacas entre as quatro propriedades não foi constatada diferença significativa na produção, a qual apresentou uma média diária que variou apenas de 4,3 a 5,0 Kg de leite. Esta produção é considerada baixa e está relacionado diretamente com a baixa especialidade leiteira das vacas, que apresentaram baixa persistência na lactação, fator que é uma característica de rebanhos mestiços. A maior variação encontrada na produção de leite, foi quando se avaliou o desempenho individual das vacas, onde algumas destas apresentaram uma lactação mais satisfatória, chegando a produzir 1960 Kg em 245 dias de lactação. Diferença essa que está relacionado muito mais com o padrão genético das vacas que do que com as práticas adotadas pelos produtores para condução e exploração de seus rebanhos, tendo em vista que as vacas mestiças, que apresentaram a maior produção foram as mais apuradas de raças leiteiras, como a Holandesa e a Gir, que são as duas raças que mais aparecem na constituição do rebanho. Portanto, mais especializadas para produzirem leite, destacando-se entre as demais vacas nas mesmas condições manejos. Instituição de fomento: CNPq, PROINT Trabalho de Iniciação Científica Palavras-chave:  pecuária leiteira; pastagem; sistema alimentar. Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004