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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 2. Geofísica
DETECÇÃO DE CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS DE TRATAMENTO DE ESGOTO UTILIZANDO MÉTODO ELÉTRICO DE CORRENTE CONTÍNUA
Marcelo dos Santos Marquinho 1   (autor)   
Carlos Tadeu Carvalho do Nascimento 1   (co-orientador)   carlostadeu@unb.br
Fabrícia de Souza Oliveira 2   (colaborador)   
Renato Pinto da Cunha 2   (colaborador)   
Augusto César Bittencourt Pires 1   (orientador)   
1. Instituto de Geociências - UnB
2. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental - UnB
INTRODUÇÃO:
A água como substância está presente em toda parte, mas como recurso hídrico é bem mais escassa. Neste contexto, a água subterrânea tem um papel fundamental no abastecimento público e privado, geralmente apresentando excelentes qualidades químicas e físicas, e sua contaminação pode colocar em risco a saúde e o bem estar de uma população. Assim, como apoio ao monitoramento, estudo e exploração deste tipo de água, a geofísica contribui para o entendimento do modelo hidrogeológico e geológico, fundamentando-se nas características físicas do substrato, por exemplo, a resistividade elétrica. No Distrito Federal, a CAESB é a empresa pública responsável pelo saneamento básico, onde na Estação de Tratamento Norte (ETE Norte), localizada à margem oeste do Lago Paranoá, o esgoto é coletado e tratado, atendendo aos bairros Asa Norte, Vila Varjão e Lago Norte. Como resultado deste tratamento é produzido um resíduo sólido conhecido como lodo, sendo o objetivo deste trabalho mapear uma possível pluma de contaminação gerada por este lodo.
METODOLOGIA:
Realizou-se o trabalho em uma área dentro da ETE Norte, onde o substrato é formado por rochas do tipo ardósia e cuja cobertura de solo é formada por Latossolo Vermelho em associação com Latossolo Amarelo. Utilizou-se o método geofísico da eletroresistividade, no qual injeta-se uma corrente elétrica no solo através de dois eletrodos A e B, e mede-se a diferença de potencial entre dois eletrodos M e N, dispostos entre os eletrodos A e B. Empregou-se o arranjo de Wenner, caracterizado pela eqüidistância entre os eletrodos. Utilizou-se um cabo multieletrodo, com comprimento total de 25 metros e com tomadas espaçadas de 1 metro. Este dispositivo possibilitou a aquisição de leituras ao longo do comprimento do cabo e em diferentes níveis de profundidade. Através deste procedimento obtiveram-se medidas de resistividade aparente em diferentes pontos da subsuperfície, distribuídas em seis linhas de 25 metros de comprimento espaçadas 10 metros lateralmente.
RESULTADOS:
Os dados de resistividade obtidos foram processados em ambiente computacional, utilizando-se o método de triangulação por interpolação linear, no programa Surfer 8.0 para Windows. Como conseqüência foram produzidos 6 mapas de diferentes níveis optando-se por apresentar apenas os mapas dos níveis 1, 3 e 5, que correspondem aproximadamente às profundidades de 0.5, 1.5, 2.5 metros, e um 1 perfil que representa uma pseudo-seção elétrica, que foi construído utilizando-se os dados nos seis níveis de profundidade, correspondentes a posição 10 metros de cada linha. Observou-se que os mapas dos 3 níveis apresentam porções com baixos valores (0 a 1500 Ohm.m) indicando um meio menos resistivo, enquanto outras porções apresentam valores mais altos (1500 a 4000 Ohm.m) e conseqüentemente mais resistivos. A pseudo-seção elétrica permitiu observar a variação da resistividade em duas dimensões, distância e profundidade.
CONCLUSÕES:
A explicação para o comportamento observado provavelmente está relacionada com a contaminação por lodo (áreas menos resistivas), enquanto as áreas mais resistivas representam locais sem contaminação. Verificou-se que além da variação lateral, ocorre um aumento dos valores desta propriedade com a profundidade na área livre de contaminação. Isto também pode estar relacionado com a disposição do lodo uma vez que componentes deste material podem ser transportados verticalmente pela água de infiltração, particularmente durante a época das chuvas.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  geofísica; ambiente; solo.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004