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C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 3. Citologia e Biologia Celular
A UTILIZAÇÃO DA DRAMATURGIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA - PEÇA TEATRAL: OS COMPLEXOS DO GOLGI
Ana Raquel Lima Lourenço 1   (autor)   akeulinha@hotmail.com
Bianca Nóbrega Meireles 1   (autor)   biancanobrega@hotmail.com
David Marinho e Silva 1   (autor)   davidmarinho@universiabrasil.net
Mariana Lima Santos 1   (autor)   mariana_lsantos@yahoo.com.br
Nathalia Teixeira Lima 1   (autor)   joplin_soul@yahoo.com.br
Pedro Stenio Caroca 1   (autor)   anfioxxo@universiabrasil.net
José Antônio Novaes da Silva 1   (orientador)   jantonio@dbm.ufpb.br
1. Depto. de Biologia Molecuçar, Universidade Federal da Paraíba - UFPB
INTRODUÇÃO:
Na tentativa de tornar a linguagem biológica mais acessível a alunos de graduação e ensino médio, surgiu a idéia de utilizar o teatro como ferramenta didática mais freqüente em sala de aula, transformando-o numa opção corriqueira dentro do leque de recursos do professor, juntamente com seminários, aulas práticas, aulas-passeio e outras formas de contornar a tradicional formalidade do ensino. O teatro, como expressão artística, desperta a curiosidade e o interesse da platéia. Foi com esta convicção que escrevemos e encenamos uma peça teatral que trata da organela celular Complexo de Golgi. Ao misturarmos informação com dramaturgia, criamos uma aula-teatro que trata o conteúdo de forma agradável, descontraída e eficaz, além de desmitificar a educação sem deixar de lado o compromisso com a veracidade de informações. Com esta união pretendemos propor ferramentas que diminuam a insuficiência da educação baseada apenas na leitura de textos e ampliar os métodos de ensino, procurando torná-los mais efetivos por meio da interdisciplinaridade, a chave para a formação de indivíduos capacitados nos diversos tipos de inteligência.
METODOLOGIA:
Adaptamos para o teatro a bibliografia disponível sobre o Complexo de Golgi, destacando sua participação na formação da parece celular. A peça foi apresentada no dia 13/10/2003 para graduandos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba. Pensando em quebrar a visão usual do Complexo de Golgi, representado normalmente por esquemas gráficos repetitivos e estáticos, procuramos chocar o público com um cenário escuro e vazio e um Complexo de Golgi em forma humana, trajando preto e queixando-se da sua vida de organela celular. Com isso tentamos fazer com que cada pessoa da platéia se identificasse com o assunto tratado no palco. Ao mesmo tempo em que o público ouve as lamentações do protagonista (que nada mais são do que suas funções na célula vistas sob uma perspectiva humana), está na verdade assimilando informações fundamentais sobre o papel do Complexo de Golgi. Também faz parte do enredo uma vesícula indignada, exigindo que sua parte no processo também seja destacada. Inicia-se então uma discussão entre os dois personagens, cada um procurando exaltar seus atributos. Posteriormente foi realizado um enquete com a platéia sobre a proposta. Distribuímos questionários com perguntas objetivas sobre o entendimento do assunto exposto, a aceitação da aula-teatro e a possível utilização deste recurso pelos mesmos em suas futuras aulas.
RESULTADOS:
As respostas aos questionários foram satisfatórias, com 94% dos entrevistados tendo respondido que a peça ajudou no entendimento do assunto; 100% afirmando que consideram a dramatização uma ferramenta viável para ser usada em sala de aula; e 81,25% dos mesmos considerando a possibilidade de virem a utilizar-se deste recurso quando professores. No espaço do questionário reservado para comentários, eram freqüentes as menções à simplicidade e facilidade com que o conteúdo fora compreendido, graças ao apelo visual da proposta. Também foi muito comentada a quebra do monotonia promovida pela aula-teatro, contrastando com métodos de ensino tradicionais.
CONCLUSÕES:
Tais resultados mostram que a união da linguagem científica com o teatro constitui uma excelente forma de elaborar conhecimento, processo geralmente restrito a livros e exposições no quadro-negro. Concluímos também que a antropomorfização do tema Complexo de Golgi foi capaz de diminuir a distância entre aluno e objeto de estudo, não só pela presença humana física (os atores), mas também através do paralelo traçado entre atitudes e sensações humanas (como nas lamentações do protagonista e sua discussão com a vesícula) e as atividades da organela em questão. Além disso, as críticas favoráveis dos alunos a respeito da proposta indicam grande aceitação de métodos não-convencionais de ensino, que merecem, portanto, mais espaço no sistema de ensino.
Palavras-chave:  complexo de Golgi; dramatização; pedagogia.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004