IMPRIMIRVOLTAR
F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 1. Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo
ESTUDO DAS FORMAS ESPACIAIS DOS PROJETOS DE PARCELAMENTO NA CIDADE DE MACEIÓ, NO PERÍODO DE 1945 A 1960.
Marlise Lila Silva Silva Carvalho 1   (autor)   marliselila@hotmail.com
Tatiana Sebastião da Silva 1   (colaborador)   thatiss18@hotmail.com
Geraldo Majela Gaudêncio Faria 1   (orientador)   Prof. Dr. / gmgf@fapeal.br
1. Depto. de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas - UFAL
INTRODUÇÃO:
Os espaços de uso público de uma cidade são lugares destinados ao convívio social e podem, em cada momento histórico, constituir-se em marcos espaciais nos quais se desenvolvem importantes formas de sociabilidade. Identificar o significado desses espaços de uso público, de que forma eles foram surgindo e as formas que assumiram é necessário para uma melhor compreensão do papel que esses espaços desempenham nas práticas sociais da cidade. O conhecimento das concepções utilizadas na definição desses espaços de uso público também é útil para o entendimento da dinâmica do modo como, em cada empreendimento, determinados indivíduos (empreendedor imobiliário, agrimensor, arquiteto, engenheiro ,etc.) exercem o papel de mediadores entre os indivíduos e a sociedade (comunidade) na produção de espaços apropriados para o uso urbano. Para isto, foram analisados os projetos regulares de loteamento, aprovados pela Prefeitura Municipal entre os anos de 1945 a 1960. Com o desenvolvimento da pesquisa, pode-se perceber as transformações da cidade de Maceió e de seus espaços de uso público. A relevância da caracterização dos espaços citadinos de uso público de Maceió reside na perspectiva dos conhecimentos que esse estudo pode trazer para a compreensão dos modos e formas de configuração da esfera pública na capital do estado, o principal núcleo de sociabilidade de Alagoas e, particularmente, dos espaços urbanos.
METODOLOGIA:
Para entender o processo de evolução da cidade de Maceió e, conseqüentemente, o sentido das formas empregadas nos espaços de uso público, foi necessário recorrer a uma análise comparativa de todos os projetos de loteamento aprovados pela Prefeitura Municipal no período definido. Foram feitas, também, planilhas descritivas para auxiliar essa análise, com a finalidade de percepção das predominâncias e das particularidades presentes nestes projetos. Essas planilhas possuem informações quantitativas a respeito das dimensões dos elementos constituintes do empreendimento (quadras, lotes, ruas e praças), e informações qualitativas, referentes às características das formas espaciais presentes dos projetos. Quanto à forma da malha viária, a análise do conjunto de projetos permitiu classificar os empreendimentos nas seguintes categorias: Parcelamento Linear Aberto ou Fechado, Parcelamento Linear Semi-fechado, Parcelamento em Malha Ortogonal, Parcelamento Linear Fechado com Praça Central, Parcelamento em Malha Ortogonal com Boulevard, Parcelamento em Malha Semi-ortogonal, Parcelamento em Malha Irregular, Parcelamento em Malha Semi Circular, Parcelamento em Alça e Parcelamento Radial.
RESULTADOS:
Analisando-se os projetos de parcelamento, fica clara a predominância de glebas com formas geométricas variando entre Trapézios e Retângulos. Em relação à classe de tamanho, as glebas dos parcelamentos, em sua maioria, possuem áreas máximas de 10.000 m² (22 projetos). Já a forma predominante das quadras é retangular. A área média das parcelas encontradas nos projetos é de aproximadamente 384 m², sendo 12m x 30m suas dimensões mais comuns. Esse dado mostra que, em média, os lotes urbanos ofertados na época possuíam dimensões apropriadas para habitações unifamiliares de população com renda média. O número de ruas dos projetos é bastante variável dentro do período em estudo. Essas ruas foram classificadas em diferentes tipos, de acordo com suas dimensões, como a largura por exemplo. Analisando-se os empreendimentos, percebe-se que a maioria dos projetos possui mais de um tipo de rua, porém sem muitas variações de forma e configuração paisagística. A largura média das ruas é de aproximadamente 9 metros e das calçadas, 2,5 metros. O número de praças nos projetos de parcelamento do período em estudo é bastante restrito. Foram poucos os empreendimentos que destinaram áreas para praças em seus projetos. A partir desse dado, observa-se que esses espaços públicos não eram prioridade nos projetos de parcelamento dessa época.
CONCLUSÕES:
O estudo mostrou a ausência quase que total de praças nos projetos aprovados durante o período em estudo. Percebeu-se também que os outros espaços destinados ao uso público, como as vias e as calçadas, possuem pequenas dimensões, o que não contribui para a configuração de espaços apropriados para formas mais extensas de sociabilidade. Algumas dessas informações foram comprovadas nas legislações existentes na época estudada, como por exemplo, as dimensões dos lotes, das ruas, e a obrigatoriedade da vegetação ao longo das calçadas, que se encontram na Lei Municipal N° 575 em 26 de novembro de 1957.
Instituição de fomento: FAPEAL
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Espaço de Uso Público; Parcelamento Urbano; Loteamento.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004