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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 11. Economia
O COMPORTAMENTO DO SETOR INFORMAL NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE/CE: UM ESTUDO DE CASO DOS SETORES COMERCIAL E FABRIL.
Cícero Antonio Vieira de Sousa 1, 2   (autor)   economistacavieira@yahoo.com.br
Francisco do O' de Lima Júnior 2, 3   (orientador)   economistalj@hotmail.com
Eliane Duarte Batista 1, 2   (colaborador)   batistaelianeduarte@bol.com.br
Daniel Dias Milfont 1, 2   (colaborador)   danisite@bol.com.br
1. Graduando do Departamento de Economia, URCA, Crato/CE
2. Pesquisador do Departamento de Economia, URCA, Crato/CE
3. Professor do Departamento de Economia, URCA, Crato/CE
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO. As transformações decorrentes na economia mundial vêm promovendo uma profunda reorganização do mercado de trabalho a nível global. Nesse cenário globalizado, tanto os países centrais quanto os dependentes buscam concorrer se adaptando às novas condições. A redução de custos na produção e distribuição se tornou um dos principais fatores que dinamizam esta concorrência por meio de vários mecanismos que alteram a participação dos fatores de produção destacando-se as inovações tecnológicas, informatização, requalificação do quadro de trabalhadores como também sua redução. Considerado classicamente como fator produtivo de maior custo, o trabalho passa a ser tido como elemento mais vulnerável destas transformações. Assim, o desemprego constante e persistente surge não de crises conjunturais – localizadas e temporárias -, mas de mudanças estruturais na economia. Diante disto, o presente estudo busca mostrar, o comportamento da economia informal do município de Juazeiro do Norte/CE após a estabilização da economia (1994), tendo como referência os setores comercial e fabril.
METODOLOGIA:
METODOLOGIA. Realizou-se inicialmente um estudo bibliográfico no intuito de conceituar e caracterizar o setor informal, bem como conhecer seu surgimento e sua intensificação diante do comportamento das demais variáveis econômicas. Buscou-se também nesta fase, conhecer o comportamento da economia brasileira durante a década de 90, principalmente após a estabilização econômica relacionando-a com o desempenho do setor em questão. Posteriormente foi realizado pesquisa de campo com aplicação de questionário junto a uma amostra de trabalhadores informais dos setores de vendas (126 trabalhadores), fabricantes e artesãos (34 trabalhadores) estratificada de uma população de 561 indivíduos (500 vendedores e 61 fabricantes e artesãos) cadastrados em suas respectivas associações. Esta fase teve o intuito de conhecer o comportamento do setor no município de Juazeiro do Norte/CE notadamente após a implantação do Plano Real, como também definir o perfil dos seus indivíduos.
RESULTADOS:
RESULTADOS. As informações levantadas demonstram que maioria considerável dos entrevistados está inserida no setor informal em virtude do alto desemprego que se registrou após a implantação do Plano Real (68% dos entrevistados). Mesmo assim, apenas 40,67% (61 dos entrevistados) teve alguma experiência de trabalho com carteira assinada sendo que 43 destes trabalhadores saíram do ultimo emprego porque foram demitidos. Outro fator que se pode observar é que a grande parte não contribui para previdência (91,33%) devido aos baixíssimos rendimentos auferidos com a atividade. Cerca de 71,33% chega a ganhar até um salário mínimo até um salário mínimo por mês. Outro dado relevante é o tipo de vínculo empregatício, em particular no caso de fábricas de fundo de quintal, sendo essencialmente de cunho familiar e sem carteira assinada (85,29 %). Quanto ao tempo como trabalhador informal, 69,34% tem até cinco anos de atuação no referido setor.
CONCLUSÕES:
CONCLUSÕES. Os dados demonstram que alguns fatores contribuíram para o aumento da informalidade em Juazeiro do Norte/CE. Dentre eles pode-se destacar a adoção de inovações tecnológicas posterior à abertura econômica, tomando postos de trabalho, embora seja uma tendência de caráter global. Os trabalhadores não encontrando mais emprego no setor formal, são obrigados a inserirem-se na informalidade como forma de ganhar e manter suas necessidades mínimas. Trabalhando muitas vezes mais horas que uma jornada normal, estes não chegam a ter uma boa remuneração sequer para ampliar seu estabelecimento, contratar outros trabalhadores e/ou ter contribuição previdenciária. Desta forma, pode-se concluir que a informalidade é uma maneira encontrada para cobrir ou disfarçar o desemprego e obter remuneração para satisfazer as necessidades básicas de condições de vida.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Setor informal; Mercado de trabalho; Desemprego.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004