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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
PERFIL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) NA CIDADE DE ARACAJU, FRENTE AO SOFRIMENTO PSÍQUICO (2004)
Anúsia Oliveira Gonçalves 1   (autor)   anusiag@bol.com.br
Ingrid Caroline Souza Conceição 1   (autor)   ingridaju@infonet.com.br
Michelle Bispo Santos 1   (autor)   
Sophia Fonseca Barbosa 1   (autor)   sopa_barboza@yahoo.com.br
Hortência de Abreu Gonçalves 2   (orientador)   abreu.pesquisa@ibest.com.br
Iara Maria Oliveira Torres 3   (co-orientador)   enfermagem@unit.br
1. Acadêmica de enfermagem do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Univ. Tiradentes - UNIT
2. M.Sc. em Geografia, M.Sc. em Ciências Sociais, Mestranda em Sociologia – UFS; Doutoranda em Geografi
3. M.Sc. em Enfermagem – UFRJ; coordenadora do curso de enfermagem da Univ. Tiradentes - UNIT
INTRODUÇÃO:
O novo modelo de assistência psiquiátrica promove a tolerância à diferença. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço comunitário ambulatorial. Ele toma para si a responsabilidade de cuidar de pessoas com sofrimento psíquico, em especial os intensos e persistentes, no seu território de abrangência. O CAPS também garante relações entre trabalhadores e usuários centradas no acolhimento, no vínculo humanizado e na definição precisa da responsabilidade de cada membro da equipe. A sua relevância encontra-se no perfil desses profissionais, servindo de modelo tanto para a família e a comunidade, como para os que se encontram em formação. A pesquisa objetivou caracterizar o perfil dos profissionais de saúde dos Centros de Atenção Psicossocial de Aracaju (CAPS) frente ao sofrimento psíquico, contribuindo para melhorar a relação dos profissionais de saúde, a família e a comunidade com as pessoas em sofrimento psíquico. Destacando a importância da formação acadêmica desses profissionais na extinção do modelo manicomial e as suas visões sobre o novo modelo contra-hegemônico.
METODOLOGIA:
Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica e de campo de base qualitativa, norteada pelos métodos comparativo e de análise de conteúdo, utilizando a técnica da entrevista semi-estruturada, o que possibilitou o acesso às fontes orais e escritas de extrema importância quanto ao entendimento das questões que foram investigadas. Para a coleta de dados, recorreu-se aos CAPS, em número de 04 (quatro), localizados nos bairros Siqueira Campos, São José e Atalaia, no município de Aracaju. Participaram da pesquisa: médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Foram considerados aspectos, tais como: tempo e tipo de abordagem psiquiátrica da formação acadêmica, história da vida profissional, relação com os usuários e suas famílias, soluções encontradas para problemas emergentes da comunidade assistida.
RESULTADOS:
Os resultados obtidos através da entrevista semi-estruturada demonstraram que a maioria dos profissionais entrevistados acredita na metodologia proposta pelo CAPS. Verificou-se também que a relação com o usuário é humanizada, respeitando as suas subjetividades. Percebeu-se, ainda, uma grande preocupação desses profissionais nas relações sociais do usuário com a comunidade e suas famílias, principalmente no que se refere ao aspecto de aceitação e tolerância ao comportamento e atitudes dos portadores de sofrimento psíquico. Quando questionados sobre o sistema hegemônico (hospitais psiquiátricos), a maioria demonstrou repulsa, afirmando que esse tipo de tratamento não gera inclusão social, nem cidadania e muito menos a responsabilidade social do profissional da saúde. Apesar disso, alguns deles deixaram evidenciar a presença da influência do regime fechado e excludente. Percebeu-se que isso decorre da criação de um padrão de comportamento das pessoas, sob influência do sistema capitalista. Essa visão pode ser explicada pela sua formação acadêmica voltada para o sistema manicomial e os rótulos gerados por esse regime econômico. Isso decorre também da falta de aprimoramento profissional e da acomodação ao campo de trabalho.
CONCLUSÕES:
No perfil dos profissionais de saúde, cabe produzir ações que permitam uma melhor qualidade de vida e promovam a inclusão social dos usuários. Nesse sentido, significa que o profissional passa a ser uma ferramenta de promoção da tolerância à diferença, servindo de modelo para o usuário, a família e a comunidade. Aliado a isso, o tratamento humanizado e a consideração da história de vida dos usuários promovem a diminuição do sofrimento psíquico dessas pessoas. É dessa forma que os profissionais de saúde do CAPS se propõem a colocar em prática a metodologia da instituição. Diante desse perfil da maioria, não se justifica, hoje, o desinteresse de alguns quanto ao aprimoramento, que tem como objetivo um melhor tratamento ao portador de sofrimento psíquico, e à formação continuada relativa à sua área de atuação. Uma postura de envolvimento com os objetivos sociais e de promoção da saúde do CAPS ocasionam diminuição da segregação do diferente ou “anormal”.
Palavras-chave:  Sofrimento psíquico; Saúde mental; Profissionais de saúde.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004