IMPRIMIRVOLTAR
B. Engenharias - 1. Engenharia - 6. Engenharia de Produção
AUTOMAÇÃO DE AÇÕES E DECISÕES DA TÉCNICA DE PRÉ-CONTROLE: DESENVOLVIMENTO DE UM ALGORITMO ESTRUTURADO EM PSEUDO-LINGUAGEM E SUA VALIDAÇÃO EM LINGUAGEM ORIENTADA A OBJETOS E EVENTOS
Fernanda da Rosa Nagib Murr 2, 3   (autor)   femurr@terra.com.br
Maria Emília Camargo 1, 3   (autor)   kamargo@terra.com.br
1. Profa. Dra., Depto. Ciências Sociais e Comunicação, Campus Univ. Vacaria – UCS
2. Profa. Ms., Depto. Ciências Sociais e Comunicação, Campus Univ. Vacaria – UCS
3. Pesquisadora, Depto. Ciências Sociais e Comunicação, Campus Univ. Vacaria – UCS
INTRODUÇÃO:
Uma das ferramentas usadas no controle de qualidade de pequenos lotes é o gráfico de pré-controle, opção de fácil implementação e operação, que não necessita de cálculos complexos de estatística como outras ferramentas. Seu objetivo é prevenir a ocorrência de não-conformidades no produto, conforme as especificações de engenharia, e não verificar variações ou falta de estabilidade no processo após a produção.
O gráfico de pré-controle baseia-se na hipótese de que a tolerância de engenharia se distribui numa curva normal, assim, de acordo com as probabilidades da curva normal, é possível determinar se o processo está sob controle estatístico ou não (Montgomery, 1991).
As principais vantagens do uso deste tipo de gráfico de controle são: facilidade de cálculos para implementação (a maior dificuldade é calcular a freqüência para as leituras da amostragem); facilidade de interpretação (sem uso de cálculos; controle executado pelo operador do processo); rapidez de resposta; rápido treinamento do usuário da técnica no controle do processo.
Tendo em mente o desenvolvimento de ferramenta computacional que automatize o controle de qualidade usando a técnica de pré-controle, o objetivo deste trabalho é obter um algoritmo estruturado em pseudolinguagem, a partir do estudo da técnica de pré-controle e estudo e refinamento de fluxograma que descreve as ações e decisões que constituem o pré-controle, no qual se baseia o desenvolvimento do algoritmo estruturado.
METODOLOGIA:
A partir da distribuição normal, monta-se o gráfico de pré-controle definindo as linhas de pré-controle conforme o valor nominal de engenharia. As zonas de rejeição (extremos) ficam abaixo e acima dos limites inferior e superior de pré-controle; as zonas de alerta (intermediárias) estão entre as linhas de tolerância de pré-controle e os limites inferior e superior de pré-controle; a zona de aceitação (centro) é a área entre as linhas de tolerância de pré-controle.
O algoritmo que descreve o pré-controle prevê a entrada dos limites superior e inferior de especificação e do valor nominal de engenharia, para então calcular a tolerância e assim definir os limites de aceitação e rejeição e o número de peças a serem produzidas antes de cada ciclo de controle na produção normal, estabelecendo o plano de controle. Passa, então a realizar o controle inicial de produção, solicitando o ajuste do processo sempre que houver rejeição.
Ajustada a produção, o algoritmo passa a contar as peças e a examinar duas peças sempre que se chegar ao número de peças produzidas de acordo com o plano estabelecido.
Neste ponto, caso uma das peças de controle esteja na zona de rejeição é disparada a solicitação de ajuste do processo. Se as duas peças de controle estiverem na zona de alerta, também é solicitado o ajuste do processo.
O algoritmo foi implementado em Delphi, ambiente de desenvolvimento orientada a eventos e objetos, o que provoca adaptações, naturais na migração de paradigma de programação.
RESULTADOS:
A validação do algoritmo necessita do desenvolvimento de protótipos que o implementem e permitam avaliar a sua correção e desempenho. O primeiro protótipo implementado a partir do algoritmo estruturado realiza uma simulação de produção para testar algoritmo. Ele apresenta uma tela inicial que dispara o processo em partes. Na primeira parte, o programa solicita que o usuário informe os valores dos limites superior e inferior de especificação e o valor nominal de engenharia para uma única característica de controle. De posse destes dados, o programa realiza os cálculos necessários - calcula a tolerância e define os limites de aceitação e rejeição e o número de peças a serem produzidas entre cada ciclo de controle na produção normal - e estabelece um plano de controle.
A segunda parte do programa é disparada pelo usuário, quando este solicita o início da produção. É aqui que vai acontecer o controle do processo e onde o programa vai solicitar ajustes quando necessário (realiza o controle inicial de produção e a produção normal, solicitando o ajuste do processo sempre que houver rejeição).
Como este protótipo efetua uma simulação, os dados da produção podem ter diversas origens: acesso a um conjunto de dados obtidos do mundo real; um conjunto determinístico de dados, gerados a propósito com o fim de testar o sistema; dados gerados de forma aleatória, segundo uma simulação de uma produção mais ou menos real.
CONCLUSÕES:
Na construção do primeiro protótipo enfrentou-se o problema de adaptação resultante da troca de paradigma. Isto já era esperado, pois se partiu de um fluxograma, já existente, que primeiro foi refinado e que serviu de base para o desenvolvimento do algoritmo estruturado, no qual baseou-se a implementação do protótipo.
Os primeiros resultados desse protótipo inicial nos apontam para a possibilidade de desenvolver modelo mais avançado, que possa trabalhar associado a um banco de dados. Isto vai permitir formar uma base de dados onde estarão descritas e armazenadas diversas peças e para cada peça seja possível controlar mais de uma característica de engenharia. Isto implica em alterações de interface, mas não do algoritmo, uma vez que se tenha parametrizado adequadamente cada parte implementada do mesmo.
Instituição de fomento: CNPq e UCS
Palavras-chave:  Gráfico de Pré-controle; Algoritmo estruturado; Desenvolvimento de software.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004