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B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
Avaliação da sustentabilidade e eficiência de tratamentos alternativos para preservação de madeira de florestas plantadas no RS: Araucaria angustifolia,Pinusspp., E<1>Eucaliptus grandisPara o controle do cupins Cryptotermes brevis
Eugen Stumpp 1   (autor)   estumpp@hotmail.com
Vânia Rech 1   (colaborador)   vaniarech@yahoo.com.br
Rosadília Araújo Soares 1   (colaborador)   rosabioloco@yahoo.com.br
Luiz H. Tausendfreund 1   (colaborador)   ltausendfreund@yahoo.com.br
Francine Girardello 1   (colaborador)   
Lúcia R. Bertholdo Vargas 1   (colaborador)   lrbvarga@ucs.br
Neiva Monteiro de Barros 1   (co-orientador)   nmbarros@ucs.br
Miguel Aloísio Sattler 2   (orientador)   sattler@vortex.ufrgs.br
1. Universidade de Caxias do Sul
2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul
INTRODUÇÃO:
Dentre os insetos xilófagos que atacam a madeira em uso pelo homem, os cupins são economicamente os mais importantes. O real prejuízo provocado por estes insetos no meio urbano é ainda desconhecido, sendo estimados altos custos no tratamento curativo das edificações, mas os prejuízos resultantes da perda e reposição das madeiras atacadas pelos cupins é certamente subestimado. Os cupins de madeira seca - Cryptotermes brevis, pertencem às 80 espécies de cupins-praga das 2700 espécies descritas. Esta espécie encontra-se essencialmente em ambientes domésticos e se distribui por todas as zonas zoogeográficas quentes, alimentando-se da celulose da madeira seca, causando consideráveis danos econômicos. Em nosso país existem poucas informações acêrca dos cupins pragas urbanas relativas principalmente ao levantamento das espécies presentes nas diferentes regiões, comportamento e altenativas ao controle químico convencional, sendo que a realização de estudos nesta área, certamente contribuirá para a solução dos problemas regionais. Os objetivos deste trabalho visam contribuir para a sustentabilidade da construção civil e arquitetura, avaliando-se a ação dos seguintes produtos: mineralizante a base de sílica, óleo de mamona, extrato à base de óleos essenciais de plantas da Amazônia e uma combinação entre o mineralizante e o extrato a base de óleos essenciais de plantas da Amazônia, para o tratamento das madeiras de Araucaria sp.; Pinus spp. e Eucalyptus grandis.
METODOLOGIA:
Utilizou-se amostras de Araucaria angustifolia (Ar), Pinus spp. (Pspp.) e Eucalyptus grandis (Egr), preparados conforme ASTM D 3345, com as seguintes dimensões dos corpos-de-prova (CP): comprimento 1 = 25,4 mm, largura 1 = 25,4 mm e espessura ¼ = 6,4 mm. Os CP foram tratados com os seguintes produtos: mineralizante a base de sílica, óleo de mamona, extrato a base de óleos essenciais de plantas da Amazônia e uma combinação entre o mineralizante e o extrato a base de óleos essenciais de plantas da Amazônia. Os produtos foram aplicados nos CP por imersão para obter retenção mínima de 75 g/m2 (norma DIN 68800). Os ensaios foram conduzidos com 30 cupins, submetidos a três linhas de análise: linha 1 (um CP de prova tratado); linha 2 (um CP tratado e um sem tratamento); linha 3 (um CP tratado antes da exposição ao intemperismo e um CP tratado após exposição ao intemperismo por 30 dias - segundo norma ASTM D-1413). Foram determinados a massa específica aparente (meap) e umidade dos CP (conforme NBR 6230), antes de colocar os CP em contato com os insetos. A avaliação conforme ASTM D 3345, para mortalidade dos insetos em percentagem e perfuração dos CP tratados foram verificados durante 60 dias.
RESULTADOS:
Quanto a retenção (g/m2) dos produtos nas amostras de madeiras avaliadas (Ar, Pspp e Egr) verificou-se que as amostras de Egr retiveram a menor quantidade de produto (55 g/m2). As amostras de Ar, foram as que mais retiveram os produtos com uma média de 608 g/m2, seguida das amostras de Pspp com 464 g/m2. Quando as amostras de madeiras foram expostas por 30 dias nas condições ambientais durante o mês de novembro, observou-se que houve uma redução na retenção do produto a base de óleos essenciais de plantas da Amazônia, sendo a melhor retenção após a exposição ao intemperismo verificada com os produtos mineralizantes a base de sílica, óleo de mamona e a combinação entre o mineralizante e os extratos a base de óleos essenciais de plantas da Amazônia. Quando avaliou-se o efeito dos produtos nos cupins de madeira seca, utilizando um CP de Ar, Pspp e Egr tratados, verificou-se mortalidade de 100% dos insetos com a utilização do produto à base de óleos essenciais de plantas da Amazônia. Nos experimentos com um CP de Pspp tratado e um sem tratamento, o óleo de mamona e o óleo essencial de plantas da Amazônia induziram 100% de mortalidade dos cupins. Nos CP de Egr tratados observou-se menores taxas de mortalidade com os três produtos testados. Após a exposição às condições ambientais, observou-se 91% de mortalidade dos insetos com o produto a base de óleos essenciais de plantas da Amazônia, observou-se também, que as perfurações nos CP aumentaram após o processo de lixiviação dos produtos.
CONCLUSÕES:
A eficiência de um produto é função da absorção e permanência na madeira. A melhor retenção nos três tipos de madeira foi obtida com o óleo de mamona, devido a alta viscosidade, seguida da combinação do mineralizante a base de sílica com os óleos essenciais de plantas da Amazônia, sendo que estes produtos aplicados isoladamente nas madeiras tiveram diminuição significativa na retenção após exposição ao intemperismo. Obteve-se maior retenção nos três tipos de madeira com a utilização do óleo de mamona. O produto com base em óleos essenciais das plantas da Amazônia induziu maior taxa de mortalidade de cupins nos três tipos de madeira. Após a lixiviação dos produtos aplicados nos CP das diferentes madeiras, observou-se aumento das perfurações indicando um maior ataque dos cupins, portanto considera-se que estes produtos possam ser utilizados com maior eficiência no interior das edificações evitando exposição às intempéries.
Instituição de fomento: Universidade de Caxias do Sul e Sindimadeira de Caxias do Sul
Palavras-chave:  Cryptotermes brevis,; controle alternativo de térmitas; tratamentos sustentáveis.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004