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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
PRÁTICAS AVALIATIVAS APÓS A IMPLANTAÇÃO DOS CICLOS EM MT: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA ESTADUAL EM CUIABÁ.
RENATA CRISTINA CABRERA 1   (autor)   renatacabrera@terra.com.br
ANTONIO CARLOS MAXIMO 1   (orientador)   antoniomaximo@terra.com.br
1. UFMT-PPGE-IE
INTRODUÇÃO:
Os ciclos, juntamente, com a política de progressão continuada são medidas que vêm sendo adotadas, principalmente, após a promulgação da LDB nº 9394/96, como importantes medidas para o enfrentamento do fracasso escolar. Ao tratar a construção do conhecimento como um processo dinâmico exige uma nova relação com o saber e a resignificação das práticas pedagógicas. As práticas avaliativas estão imersas nessa resignificação. Trata-se de romper com uma concepção de avaliação enquanto instrumento de testagem para uma enquanto auxílio das aprendizagens. Nesse sentido, este trabalho procurou identificar como têm se dado as práticas avaliativas após a implantação da escola ciclada em MT.
METODOLOGIA:
O estudo de caráter eminentemente qualitativo buscou desvelar o processo de avaliação nos ciclos em MT e, nesse sentido, foi feita a opção pelo estudo de caso, uma vez que este busca entender um caso em particular. O trabalho foi realizado em uma escola estadual localizada em Cuiabá. A pesquisa centrou-se na observação do cotidiano escolar e na técnica de entrevista em profundidade com sete professoras que atuam no 1º e 2º ciclos. A opção por essa técnica de entrevista foi feita por compreender que a realidade jamais pode ser captada em sua essência em um primeiro momento. No total foram 15 entrevistas, distribuídas em 03 rodadas. Pelo discurso das professoras, procurei identificar a concepção de avaliação e a forma como essa prática vem sendo vivenciada na escola pública. A técnica da entrevista em profundidade ao permitir o aprofundamento das questões causou um certo desconforto e resistência por parte das entrevistadas, em conceder a 3ª entrevista. Apenas, 03 professoras concordaram em participar dessa rodada.
RESULTADOS:
De um modo geral, tanto o discurso que as professoras fazem sobre a sua concepção de avaliação e prática avaliativa vai ao encontro a um modelo de avaliação enquanto instrumento de quantificação dos saberes apreendidos. Os dados evidenciaram que a política de progressão continuada não foi efetivamente implantada. Os índices de reprovação continuam sendo praticados mesmo nas fases em que, segundo a proposta da escola ciclada, não pode haver retenção. A mudança que se observa com a implantação dos ciclos resume-se na substituição dos boletins de notas por pareceres descritivos. Não foi identificado um trabalho diferenciado que atendesse os diversos ritmos de aprendizagem. De uma maneira geral, esse trabalho consistiu em enviar para as “aulas de reforço” os alunos que apresentam dificuldades.
CONCLUSÕES:
Confusão e tumulto com o novo que se instala. Inquietude em desenvolver um trabalho para qual não se está preparado. Assim pode ser caracterizado o momento vivido por estas profissionais que fazem parte deste estudo. A Escola Ciclada ainda não se constitui na prática em um modelo de ensino que vá ao encontro com os anseios de uma educação de qualidade. As práticas avaliativas não rompem com a concepção da velha escola tradicional e continua resumida na verificação do conteúdo assimilado. Entretanto, percebi, que mesmo que ainda não tenha revertido em benefícios para os alunos, com a discussão sobre as formas de progressão adotada pela escola o professor acaba encontrando elementos para repensar a sua prática pedagógica o que, ao meu ver, pode se constituir num importante passo para quebrar a letargia em relação ao fracasso escolar instaurada no sistema de ensino.
Palavras-chave:  avaliação da aprendizagem; progressão continuada; escola ciclada.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004