IMPRIMIRVOLTAR
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 3. Psicologia Clínica
O TRABALHO DE OFICINAS TERAPÊUTICAS EM INSTITUIÇÕES ABERTAS
Bruno Curcino Hanke 1   (autor)   bruhanke@hotmail.com
George Avance Pereira Ramos 1   (autor)   georamos@hotmail.com
Margareth Pereira Bergamin 1   (autor)   mbergamin@yahoo.com
Gabriel Waichert Monteiro 1   (autor)   gabrielwmonteiro@yahoo.com.br
Renata Bastos Capovilla Romero 1   (autor)   capovilla@email.com.br
Tânia Mara Alves Prates 1   (orientador)   tania.prates@uol.com.br
Geraldo Alberto Murta 1   (co-orientador)   bmurta@terra.com.br
1. Depto. de Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES.
INTRODUÇÃO:
A humanidade que permitiu ao humano tornar-se falante, capaz de produzir a própria história, também o fragiliza na sua relação com os outros e com as coisas. Torna-o passível de se angustiar e de enlouquecer. A vida psíquica pode entrar em conflito e falência, produzindo mal-estar, sintomas e transtornos mentais graves. Por ter sido constituída em relação com as pessoas, este é o melhor contexto para o seu tratamento. Uma série de recursos pode ser usada para permitir que os fenômenos como a angústia, o delírio e a alucinação possam se tornar não só um transtorno mas um caminho em direção à cura. Para tanto, oficinas terapêuticas, principalmente em instituições abertas, se tornam um instrumento privilegiado.
METODOLOGIA:
Este projeto desenvolveu oficinas terapêuticas tanto em um hospital psiquiátrico quanto em duas instituições abertas, com o propósito de transformar o que antes era delirante, em produções nos vários campos das atividades humanas (artes plásticas, música, corpo, leitura, imagem etc). Nestes espaços, o paciente é convidado a expressar livremente, suas questões e estabelecer caminhos de contato com o mundo. Os recursos técnicos (tinta, escrita, livros, música, vídeos, argila, fotografia etc) são introduzidos como suporte metodológico da produção do usuário. O coordenador da oficina atua como facilitador e âncora da experiência singular desenvolvida no espaço essencialmente grupal.
RESULTADOS:
Num recorte longitudunal de vinte anos de existência desta experiência, estas oficinas terapêuticas mostraram a construção de suplências ao seu sistema simbólico dos pacientes e um encontro com o produto real, gerando efeitos de reconhecimento e identificação. Isto criou uma nova clínica em saúde mental, que tem perpassado o paciente, suas famílias e os agentes terapêuticos, no sentido de uma um tratamento possível e adequado visando tanto o respeito à singularidade quanto a inclusão social.
CONCLUSÕES:
As oficinas terapêuticas, por abrangerem atividades interdisciplinares, unem saúde, convívio social e cultura, criando condições de uma possível transformação desse sujeito em conflito mental, de assujeitado a desejante e produtivo, digno de respeito e inclusão social. Ele identifica-se e se reconstrói com o resultado do seu trabalho. Estes resultados podem ajudar o paciente a trilhar um caminho de conhecimento, de responsabilização pela sua diferença e um passo decisivo em direção a uma vida mais produtiva e cidadã. Os efeitos gerados pelas oficinas terapêuticas produzem atravessamentos na equipe como um todo.
Palavras-chave:  Saúde mental; Oficinas Terapêuticas; Clínica da Psicose.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004