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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
O CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS: SUAS IMPLICAÇÕES SOCIAIS E PARA A SAÚDE DO HOMEM
Ana Paula Andrade da Silva de Medeiros 1   (autor)   ana300185@netscape.net
Carlos Vinícius Ribeiro Almada 1   (autor)   vinispeaker@ig.com.br
Katerine da Cruz Leal Sonoda 1   (autor)   katerine.sonoda@bol.com.br
Nilma Figueiredo de Almeida 1   (orientador)   Prof. Dra. / nilmaf@ig.com.br
Paulo Santos Viola Coelho 1   (autor)   paulosvcoelho@hotmail.com
Talita Barros Pereira de Araujo 1   (autor)   talita.araujo@ufrj.br
Yuri de Abreu e Lima Correia 1   (autor)   purr_drows@yahoo.com.br
1. Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
INTRODUÇÃO:
Em ciência homem e natureza são abordados enquanto categorias distintas. Vivemos um momento de transição com relação a este paradigma e a implicação de um novo posicionamento frente à relação homem-natureza. O interesse do presente estudo recai sobre a questão dos transgênicos e a ecologia humana, já que o homem faz parte da biosfera e, ao interagir com a natureza, assume tanto a sua posição ecológica como também gera a sua condição social. Os transgênicos ou OGM’s - Organismos Geneticamente Modificados - são organismos que sofreram modificações em seus códigos genéticos, através da inserção de genes de outro organismo, a fim de dar ao que recebe os genes, características não cedidas pela natureza. Países como França, Inglaterra e Alemanha autorizam experiências genéticas mas proíbem o cultivo comercial de tais produtos; Canadá, China e Argentina utilizam-nos livremente. Os principais defensores da produção em grande escala de OGM’s são as indústrias gigantes que detêm o direito de comercialização. O psicólogo preocupa-se com tais questões por sua responsabilidade enquanto agenciador de transformação social, diante da conscientização de uma nova visão de mundo, onde tudo está interligado. O Objetivo deste trabalho é verificar as implicações sociais e para a saúde do uso de transgênicos.
METODOLOGIA:
Foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o tema e foram realizadas entrevistas estruturadas com profissionais das áreas de genética, embriologia e psiquiatria, para que dessem sua opinião sobre a utilização de transgênicos e suas implicações econômicas, políticas e para a saúde do homem. Foi utilizada também uma pesquisa do IBOPE, realizada em dezembro de 2002, procurando saber o quanto a sociedade está informada sobre a questão dos alimentos transgênicos.
RESULTADOS:
A professora entrevistada faz parte do Departamento de Genética da UFRJ. Suas opiniões foram: “a liberação da safra de soja transgênica revelou uma atitude sensata por parte do governo”; “a realidade é que essa é uma tecnologia capaz de contribuir para a melhoria da produtividade e de conservação da biodiversidade e, conseqüentemente, capaz de trazer benefícios sociais e econômicos”; “existe grande falta de informação”; “os transgênicos cultivados atualmente, não oferecem riscos para o meio ambiente, ao contrário, têm contribuído para a conservação do mesmo”; “as análises visam confirmar a integração e a expressão do gene, além de selecionar as plantas que não apresentam nenhum tipo de alteração além daquela desejada”. Já a psiquiatra considera que “Príon, bomba atômica e soja transgênica é tudo igual, simbolicamente falando”; e ainda: “a plantação de transgênicos é dar a um grupo como a Monsanto, condição de absoluto, porque passa a dominar a comida do mundo”. Ela afirma também que a produção de transgênicos “levou miséria e fome à Índia e aquele é um país muito parecido com o nosso”. O Professor de embriologia, também filiado à UFRJ, acredita que essa “é uma questão que deve ser muito estudada”, pois “é mais complicada do que nos querem fazer acreditar”. Ele diz ainda que é preciso entender que “‘coisas naturais’ também fazem mal”.
CONCLUSÕES:
Concluímos que tanto a Ciência quanto a Sociedade nada sabem de concreto a respeito dos malefícios e benefícios da produção e do consumo de OGM’s. Enquanto alguns professores se mostraram bastante reticentes quanto à larga utilização de tais produtos, outros já são plenamente favoráveis. Percebemos, com isso, que o conhecimento que se tem não é suficiente para a afirmação de que tais produtos não fazem mal à saúde ou ao meio ambiente. Entendemos que, ao abordar o assunto, a psicologia cumpre o seu papel de tornar as pessoas mais conscientes do mundo ao seu redor e mais críticas quanto às “verdades” e propagandas que lhes são apresentadas na mídia.
Palavras-chave:  Transgênicos; Implicações sociais; Saúde.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004