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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
Philodendron bipinnatifidum SCHOTT ex. ENDLICHER: ANÁLISE MORFOANATÔMICA E HISTOQUÍMICA
Angela Maria Janunzzi 2   (autor)   amjcorsi@uem.br
Emi Rainildes Lorenzetti 1   (colaborador)   emilorenzetti@hotmail.com
Rosilaine Carrenho 2   (co-orientador)   rcarrenho@uem.br
Cássia Mônica Sakuragui 2   (orientador)   cmsakura@uem.br
1. Depto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá
2. Depto. de Biologia, Universidade Estadual de Maringá
INTRODUÇÃO:
Apresentando cerca de 105 gêneros e 3300 espécies de distribuição tropical, a família Araceae caracteriza-se por apresentar ráfides de oxalato de cálcio nos tecidos e látex, folhas de disposição alterna nascendo sobre o ponto vegetativo podendo ser protegido por estípula persistente ou caduca. Dentre os gêneros destacam-se Philodendron e Anthurium com grande número de representantes nativos no Brasil. As espécies de Araceae são apreciadas e cultivadas para paisagismo pelas diferentes colorações de flores e formatos das folhas. O gênero Philodendron é um dos mais importantes da família Araceae, apresenta cerca de 700 espécies que podem se distribuir em diferentes habitats como em afloramentos rochosos, savanas, brejos ou florestas. No Brasil o gênero conta com cerca de 80 espécies distribuídas por todo o país, notadamente nas regiões amazônica e Sudeste. Uma das espécies deste gênero é P. bipinnatifidum conhecido popularmente por imbé ou banana de macaco. Esta espécie é amplamente utilizada na medicina popular como antialgésica, antireumática, vesicatória, vulnerária e inflamações reumáticas. Neste contexto, objetiva-se descrever a morfologia e anatomia dos orgãos vegetativos e identificar substâncias ergásticas presentes na planta.
METODOLOGIA:
O estudo morfológico externo de P. bipinnatiffidum realizou-se com base em exsicatas depositadas no Herbário da Universidade Estadual de Maringá (HUM), tendo este material sido coletado no município de Maringá e tombado no referido herbário sob o número 10481. O material botânico utilizado no estudo anatômico constou de caules, folhas e raízes. Cortes transversais foram realizados à mão livre, com auxílio de lâmina de barbear comum. Os materiais frescos foram fixados em FAA 50% e a conservação feita em etanol 70%. As lâminas semi permanentes foram preparadas e coradas utilizando safranina e azul de astra. Os testes histoquímicos foram realizados em seções de material não fixado. Para análise de compostos fenólicos utilizou-se cloreto férrico, cloreto de zinco iodado para o amido e Sudan IV para as substâncias lipofílicas.
RESULTADOS:
Morfoanatomia: Erva até 1,8-2,3m alt., caule decumbente castanho, raízes alimentadoras. Internós de 3,5-4cm comp., com esquâmulas intravaginais decíduas e algumas vezes persistentes. Pecíolo 89-95cm, bainha 5-6cm comp. Lâmina foliar subcoriácea verde-escura 67-81cm x 66-67cm, pinatífida, oval até largamente oval, ápice dos lobos arredondado até agudo, base cordada. Inflorescência em espádice axilar, espata externamente esverdeada, internamente creme-esverdeada 9-15cm x 3-5cm. larg. Espádice 8-16cm comp.. Nos testes histoquímicos observou-se raízes e caules com grãos de amido nas células parenquimáticas, independente da região analisada, incluindo idioblastos contendo cristais de oxalato de cálcio, ráfides nas raízes e drusas no caule. Há ainda idioblastos de natureza lipídica, sendo esta substância encontrada também em canais secretores. Endoderme apresentando paredes celulares uniformemente espessadas com suberina. O pecíolo possui muitos grãos de amido nas células do parênquima clorofiliano e poucos no parênquima fundamental e nas fibras floemáticas. Entre as células do parênquima observaram-se idioblastos com conteúdo lipídico e ráfides sendo estas freqüentes apenas no córtex. Próximos aos feixes vasculares há canais secretores com conteúdo resinífero. O limbo apresenta cutícula em ambas as faces foliares e grãos de amido no parênquima clorofiliano e ao redor dos feixes vasculares.
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos no presente estudo reunem informações sobre aspectos morfológicos e histoquímicos da espécie P. bipinnatiffidum no município de Maringá, Paraná. Estas informações colaboram com o estudo da espécie e podem auxiliar em trabalhos posteriores. Devido os resultados obtidos, no qual verificou-se a presença de cristais de oxalato de cálcio (na forma de drusas e ráfides) em grande, sugere-se dessa forma a utilização cuidadosa da mesma na medicina popular.
Palavras-chave:  plantas medicinais; Morfoanatomia; histoquímica.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004