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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
CRESCIMENTO DAS PLANTAS DE MILHO EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA SOLUÇÃO NUTRITIVA E DE DOSES DE ALUMÍNIO.
Giovani Rossi 1   (autor)   giovanirossi@hotmail.com
José Carlos Pintro 1   (orientador)   jcpintro@uem.com.br
Rodrigo Bordim Rizato 1   (colaborador)   
Irinaldo Salvalágio Júnior 1   (colaborador)   
Tadeu Takeyoshi Inoue 1   (colaborador)   
1. Depto. de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Maringá - UEM
INTRODUÇÃO:
Com o processo de acidificação dos solos, através dos cultivos, a estabilidade química dos minerais que contém alumínio (Al) na sua composição química é afetada e com isso o Al é liberado para a solução do solo. Na solução do solo existem diferentes espécies de Al que podem ser tóxicas para as plantas. Tem sido preconizado que a espécie Al3+ é uma das mais tóxicas em condição de solo ácido. A toxicidade de alumínio (Al) é um dos fatores que mais limita a expressão do potencial produtivo das espécies cultivadas nas regiões tropicais. Se por um lado existe o problema da toxicidade de Al, por outro lado, é possível contornar o problema da sua toxicidade utilizando-se de técnicas que visem reduzir, não a sua concentração no sistema, mas, efetivamente, a sua atividade química. Dentre as possibilidades, seria a utilização de soluções com maior valor da força iônica (condutividade elétrica - CE) que, para um mesmo valor de concentração de Al, à medida que o valor da CE aumenta o valor a atividade química do Al é reduzida. O objetivo deste trabalho foi de avaliar os efeitos da toxicidade de Al em plantas de milho, na fase inicial do seu crescimento/desenvolvimento, cultivadas em solução nutritiva apresentando diferentes valores de condutividade elétrica.
METODOLOGIA:
Sementes de milho (AS 3466) foram germinadas em rolo de papel filtro umedecido. Após sete dias, as plântulas foram selecionadas e transferidas, em número de duas, para as soluções de crescimento (pH inicial ajustado para 4,3). Para o cultivo das plantas foram utilizados baldes plásticos com capacidade de 10L de água. O experimento foi conduzido em casa de vegetação. Para manter a oxigenação da solução, um sistema de aeração com pedra porosa e de difusores foram utilizados. Na parte superior do balde foi colocada uma placa de MDF, onde serviu para suporte das plantas e evitar e entrada da luz na solução de crescimento. Durante o período experimental, o pH das soluções de cultura não foi corrigido. Foram utilizados 5 níveis de Al (0, 25, 50, 100 e 200 μM), dois valores de condutividade elétrica (CE), com três repetições, totalizando 30 unidades experimentais. Em 15 vasos, considerados de baixo valor de CE, os nutrientes foram adicionados diariamente, atendendo uma taxa de crescimento relativo do milho de 20% ao dia. Nos outros 15 vasos, considerados como sendo de alto valor de CE, foram adicionadas, de uma só vez, as quantidades correspondentes ao somatório do volume de soluções adicionadas diariamente. Durante o período experimental que foi de 19 dias, foram realizadas, a cada 3 dias, as leituras de pH e da CE das soluções de cultura. No final do período experimental, as plantas foram colhidas e secas em estufa para a determinação da produção da massa seca.
RESULTADOS:
Alto valor de CE
O valor inicial da CE foi de 450 μS cm-1. Até 12 dias de cultivo os valores foram estáveis. A partir dai houve uma redução. As maiores reduções foram verificadas no controle e nas menores doses de Al, chegando a 200 μS cm-1. Na dose de 200 μM houve uma leve redução da CE, que atingiu valor de 400 μS cm-1. Os valores de pH foram estáveis até o 12º dia de cultivo (pH = 4,3). A partir do 12º, os valores de pH sofreram aumentos. Os aumentos foram maiores nas menores doses de Al, culminado com valores de 7,5 e 7,4, respectivamente no controle e 25 μM de Al. Na dose de Al 200 μM o valor do pH foi de 3,4.
A produção de massa seca apresentou redução com o aumento do Al. No controle, a produção foi de 15,6 g vaso-1 e na dose de Al de 200
μM o valor médio foi 5,5 g.
Baixo valor de CE
O valor inicial da CE foi de 220 μS cm-1. Com o tempo, houve acréscimo nas doses de 100 e de 200 μM, culminado com valores de 409 e 506 μS cm-1, respectivamente. Nas demais doses de Al e controle, os valores de CE foram estáveis.
Os valores de pH apresentaram acréscimo no controle e nas doses de 25 e 50 μM até o 9º dia de cultivo. Após, houve redução, estabilizando-se em torno de 5,0. Nas maiores doses de Al, os valores de pH apresentaram redução, culminando com valores de 3,3 e 3,4, respectivamente, em 100 e de 200 μM de Al. A produção de massa seca apresentou redução com o incremento do Al. No controle a produção foi de 7,7 g vaso-1, passando para 1,6 g vaso-1 na dose de 200 μM Al.
CONCLUSÕES:
Com o aumento do valor da CE, houve uma redução dos efeitos tóxicos do Al nas plantas de milho. A evidência pode ser constatada na produção de massas seca que, na condição de baixo valor de CE, a redução foi de 80%, ao passo que na condição de alta CE a redução foi de 65% (comparando-se os valores controle com a maior dose de Al (200 μM).
O Al promoveu aumento nos valores da CE da solução de cultura quando os nutrientes foram adicionados diariamente. Esses aumentos seriam justificados pelo acúmulo dos mesmos na solução de cultura, onde foram impedidos ou dificultados de serem absorvidos pelas plantas. Ao mesmo tempo, o pH apresentou decréscimos, promovendo uma acidificação do meio, resultando numa menor produção de massa seca das plantas de milho.
Instituição de fomento: CAPES
Palavras-chave:  Zea mays; Força iônica solução nutritiva; Toxicidade de alumínio.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004