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C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 1. Imunologia Aplicada
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DAS PROTEÍNAS SÉRICAS sFAS E sFAS-L EM PORTADORES DE ANTICORPOS ANTI-HTLV-I
Marcelo Zanini de Oliveira e Silva 1   (colaborador)   mr.zanini@bol.com.br
Ciro de Souza Moraes 1   (colaborador)   cirosm@pop.com.br
Leandra Moreira Araújo 1   (colaborador)   leandra.biomed@ig.com.br
Maísa Maria da Silva 1   (co-orientador)   maisa@persogo.com.br
Irmtraut Araci Hoffmann Pfrimer 1   (orientador)   pfrimer@brturbo.com
1. Depto. de Biomedicina, Universidade Católica de Goiás - UCG
INTRODUÇÃO:
O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I (HTLV-I) é um retrovírus da subfamília Oncovirinae com prevalência entre 0,8% e 1,8% no Brasil. Tem sido associado à doenças como leucemia de células T do adulto (ATL), caracterizada pelo crescimento descontrolado de linfócitos T CD4+; e à HAM/TSP (Paraparesia espática tropical ou mielodisplasia associada ao HLTV-I), uma mielopatia crônica lentamente progressiva. A apoptose é um mecanismo que participa da eliminação de células infectadas por vírus, portanto, deficiências nesse processo podem contribuir para o desenvolvimento de doenças associadas ao HTLV. Participam da apoptose moléculas como o Fas e o Fas ligante (FasL). A molécula Fas é um receptor transmembrânico que ao se ligar ao FasL induzirá a apoptose. O Fas solúvel (sFas), originado através de splicing alternativo, compete com o receptor Fas inibindo a apoptose. Estudos demonstram que o FasL também pode ser clivado, originando o Fas ligante solúvel (sFasL), que tem menor afinidade ao receptor Fas, porém, induz a apoptose. Vários mecanismos da patogênese da ATL e da HAM/TSP têm sido atribuídos às proteínas sFas e sFasL, mas pouco se sabe da relação dessas proteínas com a infecção assintomática pelo HTLV-I. O objetivo desse trabalho foi o de avaliar quantitativamente as proteínas sFas e sFasL em portadores assintomáticos de HTLV-I.
METODOLOGIA:
Participaram do estudo 53 pretensos doadores de sangue voluntários, portadores unicamente de anticorpos anti-HTLV-I selecionados a partir da soropositividade ao teste ELISA para anticorpos anti-HTLV-I/II. Foram incluídos 20 doadores soronegativos, todos participantes provenientes dos Bancos de Sangue da cidade de Goiânia e municípios de Goiás. Antes das coletas de sangue, todos os doadores foram submetidos às triagens técnicas e clínicas. Todas as amostras, tanto soropositivas como soronegativas foram submetidas ao teste confirmatório por western blot. Os níveis séricos das proteínas sFas, sFasL em doadores de sangue assintomáticos e nos controles normais foram determinados pela metodologia de ELISA por “sanduíche”. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Goiás.
RESULTADOS:
As amostras submetidas ao western blot que se apresentaram soronegativas ou indeterminadas foram descartadas do estudo, sendo que as 53 amostras utilizadas apresentaram perfil característico de infecção por HTLV-I: bandas reativas para gag com a p19 e algumas vezes com a p24; e env, com a rgp46-1. Foram detectadas concentrações significativamente aumentadas da proteína sFas nas amostras soropositivas em relação às concentrações nas amostras controles e níveis normais de sFasL nos doadores infectados em relação aos controles normais.
CONCLUSÕES:
O aumento de sFas encontrado nos doadores de sangue assintomáticos infectados pelo HTLV-I pode indicar um mecanismo de evasão viral onde a diminuição da apoptose favorece a sobrevivência das células hospedeiras infectadas e, conseqüentemente, permitem a expansão de uma população desregulada de células T com potencial para desenvolver células leucêmicas ou manter células ativadas e infectadas no SNC capazes de induzir um processo inflamatório.
Instituição de fomento: Universidade Católica de Goiás - UCG
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  HTLV-I; Fas solúvel; Fas ligante solúvel.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004