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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 12. Psicologia
ATUAÇÃO PROFISSIONAL E CONCEPÇÕES DOS PSICÓLOGOS DA ÁREA EDUCACIONAL EM VITÓRIA (ES)
Camila Carlos Maia 1   (autor)   milamaia.vix@terra.com.br
Juliana Destefani Passamani 2   (autor)   julidp@uol.com.br
Myrian Santiago da Silva 3   (autor)   j.m.j.t@zipmail.com.br
Silvia Lorenzoni Perim 4   (autor)   silperim@bol.com.br
Lilian Rose Margotto 5   (orientador)   lilianmargotto@terra.com.br
1. Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
2. Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
3. Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
4. Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
5. Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
INTRODUÇÃO:
As relações entre Psicologia e Educação no Brasil tem sido marcadas por inúmeras contradições. Contradições essas que dizem respeito a um modelo explicativo cientificista e na maior parte das vezes, monocausal, transplantado para a realidade escolar, que torna natural o que é histórica e socialmente constituído. Concepções elaboradas em outros contextos tomam corpo em um conjunto de práticas desenvolvidas por psicólogos nas escolas e fora delas, constatadas por pesquisas realizadas desde a década de 1980 (Patto, 1984). Embora antigas, essas mesmas questões ainda se encontram presentes, como é possível constatar em inúmeros trabalhos publicados após 1990, como por exemplo Machado (1997), Almeida e outros (1995), Cabral e Sawaya (2001). É nesse sentido, de desvelar as práticas dos psicólogos que atuam na área educacional no município de Vitória (ES) e as concepções que as orientam, que se situa o propósito desta pesquisa. Trata-se, portanto, de um trabalho que intenta responder a um conjunto de indagações sobre os locais em que esses profissionais atuam, sobre sua formação, suas práticas, e, sobretudo, sobre as concepções que as orientam.
METODOLOGIA:
Adotando como base e ponto de partida o levantamento realizado pelo Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo (2000) foram contactados os profissionais que se autodenominaram psicólogos atuantes na área educacional, que trabalhavam em Vitória no momento em que a citada pesquisa foi realizada. Dados os propósitos do presente trabalho, embora também estivessem incluídos nessa categoria, nos dados apresentados pelo Conselho Regional de Psicologia, os professores de Psicologia da Educação, somente foram pesquisados os psicólogos que desenvolviam atividades em escolas ou outros espaços na função de psicólogo e não de docente. Os dados foram coletados através de entrevistas com questões abertas. Essas entrevistas foram gravadas e em seguida transcritas e analisadas.
RESULTADOS:
De um total de 60 psicólogos, registrados como atuantes na área educacional em Vitória, foram entrevistados 16 profissionais. Pois, por razões diversas, vários profissionais não foram localizados e 03 atuam como professores. Em relação à atuação, 14 profissionais trabalham também na área clínica, 04 também na área organizacional, 01 na área jurídica e 01 na área hospitalar. É importante frisar que alguns profissionais acumulam mais de duas áreas de atuação. As concepções que orientam o exercício profissional dos entrevistados foram pesquisadas a partir de um número significativo de questões. Opta-se, aqui, por citar algumas delas em virtude do limite de espaço. No que concerne à função do psicólogo escolar, aparecem respostas que foram agrupadas nas seguintes categorias de análise: trabalhar as relações aluno/professor, aluno/aluno e professor/professor, elevar a auto estima da criança, atuar como um lugar de escuta na escola, nortear e definir o papel dos pais na educação das crianças, discutir questões para viabilizar as soluções para os problemas enfrentados na instituição. No que diz respeito às atividades que os entrevistados desempenham com mais freqüência foram agrupadas nas seguintes categorias de análise: atendimento a pais de alunos, tentativa de resolver conflitos entre alunos, atendimentos pontuais de crianças em brinquedoteca, orientação vocacional, palestras de orientação e trabalho em grupo com professores.
CONCLUSÕES:
A análise dos resultados obtidos aponta para uma nítida preponderância das atividades centradas no atendimento individual, com uma abordagem claramente clínica das questões. Dessa forma, obteve-se um conjunto de resultados muito próximos de outras pesquisas realizadas sobre a atuação do psicólogo na área educacional, que também apontam para uma filiação teórico-prática muito pautada nos moldes da clínica, no sentido estrito do termo. Esses resultados foram analisados como decorrentes de dois aspectos distintos mas indissociáveis: por um lado, há uma visão dos impasses enfrentados nas escolas como dissociados de uma realidade histórica e institucional, que desconsidera suas peculiaridades; por outro, por razões históricas da própria psicologia brasileira, há uma primazia da prática clínica, que é perceptível tanto pela prática dos psicólogos nas instituições educacionais, quanto pelo exercício simultâneo das duas atividades (clínica e educacional) pela maioria dos entrevistados.
Palavras-chave:  Atuação do Psicólogo; Escola; Concepções Teóricas do Psicólogo.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004