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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 3. Engenharia Agrícola
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM MINI-TANQUE EVAPORIMÉTRICO
Italo Lüdke 1   (autor)   italo@mail.ufsm.br
Adroaldo Dias Robaina 1   (orientador)   arobaina@ccr.ufsm.br
Selso Vieira Costa 1   (co-orientador)   selso25@hotmail.com
Alexandre ten Caten 1   (colaborador)   tencaten@mail.ufsm.br
1. Departamento de Engenharia Rural, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
INTRODUÇÃO:
A agricultura irrigada vem tomando importância no Brasil, tanto em termos de área como em termos de volume de produção. A tendência para os próximos anos é de que os agricultores busquem cada vez mais a garantia de produção via irrigação. Em conseqüência, o aumento do número de irrigantes tende a reduzir as vantagens econômicas que tem as lavouras irrigada em anos secos, onde os preços tendem a ficar acima da média, o que justifica os investimentos em equipamentos de irrigação. Portanto, deve-se buscar a máxima eficiência no uso da água, ou seja, fazer com que se produza o máximo com o mínimo de água e, por conseguinte, com o mínimo de custo. Para isso, é fundamental o conhecimento do momento correto da aplicação e a quantidade de água requerida pela cultura em questão. O objetivo deste trabalho é avaliar o desempenho de um mini-tanque, no intuito de reduzir custo, evitar a perda por transbordamento, o que ocorre com o tanque classe A, melhorar a correlação com a equação padrão de Penman-Monteith, a qual é fraca com relação ao tanque Classe A e facilitar o manejo do equipamento.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado na Estação Agrometeorológica pertencente à Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria – RS, no período de 25/04/2003 a 30/11/2003. O mini-tanque constitui-se de uma cuba feita com um “tampão” ou CAP de 200 mm. Este é perfurado no centro onde é fixado um pedaço de cano de ½ polegada com um adaptador de anel. A este adaptador encaixa-se outro adaptador para mangueiras flexíveis. Esta, por sua vez, liga-se a outro adaptador fixado com massa epoxi a um CAP de 100 mm, que serve como tampa do reservatório para as águas de chuva excedente. Tal reservatório constitui-se de uma barra de aproximadamente 50 cm de cano 100 mm, com outro CAP colado na extremidade que serve de base. As medidas de nível da água são feitas através de um piezômetro feito com o corpo de acrílico de uma caneta esferográfica, ligada a cuba por meio de uma mangueira de aproximadamente 2 mm de diâmetro. Ao lado do piezômetro existe uma régua de acrílico colada com escala em milímetros. O mini-tanque foi fixado através de arames de atilho a um suporte feito de ripas de madeira, de cor branca. A leitura era feita diariamente às 9 h. As evaporações diárias medidas no mini-tanque foram comparadas às do tanque classe A para períodos de 5 e 10 dias.Também foi analisada a chuva com dados diários, comparando-se o mini-tanque com o pluviômetro da estação.
RESULTADOS:
Foram usados os seguintes testes estatísticos para análise: índice de desempenho c de CAMARGO & CENTELHAS (1997), teste de concordância de Willmont (d), coeficiente de correlação (r), erro padrão da estimativa (epe), em mm, coeficientes a e b da reta e o teste “t” para análise do r e do a e b. O comportamento da evaporação do mini-tanque em relação à equação de Penman-Monteith segundo o índice c, teve um desempenho sofrível e Mediano para períodos de 5 e 10 dias respectivamente. O epe foi de 1.59 e 1.44, na mesma ordem. Já para os coeficientes de regressão, em ambos os períodos, a diferiu de zero e b foi igual a um. O r foi de 0.72 e 0.84, para períodos de 5 e 10, respectivamente, sendo estatisticamente significativas. Na comparação entre mini-tanque e o tanque classe A os coeficientes r e d alcançaram valores elevados para todas as situações. Isto refletiu em conceitos também elevados para o coeficiente c. Para qüinqüídios obteve-se conceito “muito bom” e para decêndios “ótimo”. O epe foi baixo, sendo de 0.87 e 0.69 para períodos de 5 e 10 dias respectivamente. O coeficiente a diferiu estatisticamente de zero para as duas situações e o b, no entanto, foi estatisticamente igual a um, nos dois casos. O teste “t” para r indica a existência de uma correlação significativa para os dois períodos. O comportamento da chuva medida no mini-tanque para o período da coleta de dados pode-se observar que c foi classificado como ótimo. Os coeficientes a e b diferiram estatisticamente de zero e um. Todas as correlações foram significativas. O epe foi de 7.08.
CONCLUSÕES:
Através da análise pode-se observar que a correlação com a equação de Penman-Monteith e o mini-tanque foi forte, considerando os valores de Lopes Filho (2000) que considera correlações fortes com r superiores a 0,6. O epe foi médio. A correlação entre o mini-tanque e o tanque classe A obteve valores de r mais elevados, também tendo forte correlação. O epe foi baixo. O desempenho do mini-tanque na determinação da precipitação foi considerado satisfatório a o compararmos com o pluviômetro da estação meteorológica, mas como o volume coletado no reservatório era transformando em lâmina d’água para evaporação, evitando a perda de água por transbordamento. O epe foi considerado alto. Acredita-se que melhorando a determinação da precipitação o mesmo ocorrerá com a estimativa da evaporação.
Instituição de fomento: FIPE-Fundo de Incentivo a Pesquisa e Extensão da Universidade Federal de Santa Maria
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Meteorologia; Evaporação; Mini-Tanque.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004