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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
VARIAÇÃO DO CICLO COMERCIAL DA ALFACE (Lactuca sativa L.) CULTIVADA SOB HIDROPONIA E SUBSTRATO COM FERTIRRIGAÇÃO NAS DIFERENTES ÉPOCAS DO ANO EM SANTA MARIA - RS.
Jones Simon 1   (autor)   jones_agro@yahoo.com.br
Luís Renato Jasniewicz 1   (autor)   lrenatoj@yahoo.com.br
Sandro Luís Petter Medeiros 1   (orientador)   sandro@ccr.ufsm.br
Bráulio Otomar Caron 2   (colaborador)   otomarcaron@yahoo.com.br
Denise Schmidt 2   (colaborador)   
1. Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
2. Departamento de Educação e Agronomia, Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR
INTRODUÇÃO:
O crescimento e desenvolvimento de plantas são influenciados pelas condições ambientais. Os ambientes protegidos ou estufas proporcionam alterações nas variáveis meteorológicas, podendo assim alterar o ciclo das culturas, quando comparado ao cultivo em ambiente natural. Além disso, a utilização de estufas permite o uso de sistemas de cultivo sem solo, como a hidroponia e a utilização de substratos. Estes sistemas caracterizam-se pelo fornecimento de nutrientes às plantas, através de soluções nutritivas, proporcionando nutrição mineral adequada as plantas. Em ambiente protegido, a alface é uma das hortaliças mais cultivadas. Isto ocorre por se tratar de uma cultura de fácil manejo e, principalmente, por ter ciclo curto, garantindo rápido retorno do capital investido (SCHIMIDT, 1999). Em hidroponia, o cultivo de alface utiliza em larga escala a Técnica do Fluxo Laminar de Nutrientes (NFT), na qual a solução nutritiva flui sobre os canais de cultivo, onde se encontram alojadas as raízes, irrigando-as e fornecendo-as os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Essa espécie também é cultivada em substrato, o qual serve como meio de sustentação para as raízes da cultura. O objetivo do presente trabalho foi determinar a duração e variação do ciclo da alface nas diferentes estações do ano, nos sistemas hidropônico e em substrato, sob estufa plástica, nas condições mesológicas de Santa Maria – RS.
METODOLOGIA:
Os experimentos foram conduzidos no Núcleo de Pesquisa em Ecofisiologia e Hidroponia (NUPECH) junto ao Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no período de maio de 1998 a setembro de 2000. As coordenadas da UFSM são: 29º42’S, 53º42’W e 95 m. O clima da região é do tipo subtropical úmido, Cfa segundo a classificação de Köeppen. Os valores de temperatura foram obtidos em um termohigrógrafo instalado no interior da estufa. Os cultivares utilizados foram Vera e Regina. A solução nutritiva empregada foi CASTELLANE & ARAÚJO (1995). O substrato empregado no cultivo em substratos foi uma mistura de húmus e casca de arroz natural, na proporção 60%/40%. A produção da alface no sistema hidropônico encontra-se em SCHIMIDT (1999) e em substrato em CARON (2002). O ciclo da cultura constou das etapas de produção de mudas, adaptação e bancadas de produção para o sistema hidropônico e produção de mudas e fase produtiva para o cultivo em substrato. Como padrão de colheita para a alface se considerou o peso de aproximadamente 200 g de massa fresca/ planta.
RESULTADOS:
No cultivo hidropônico, o ciclo variou de 50 dias no verão a 73 dias no inverno, sendo de 69 dias no outono e 53 dias na primavera. No sistema de cultivo em substratos, o ciclo variou de 48 dias no verão a 77 dias no inverno, sendo 66 dias no outono e 57 dias na primavera. Verificaram-se diferentes durações no ciclo em função da estação do ano e do sistema de cultivo empregado. As variações na temperatura do ar e radiação solar incidente, verificadas em cada estação, provocaram diferenças na duração do ciclo. As temperaturas médias observadas em cada estação foram 26,2ºC (verão), 13,3ºC (inverno), 17,0ºC (em substrato - outono), 14,6ºC (hidroponia – outono) e 21,8ºC (primavera). Considerando o sistema de cultivo, observou-se maior ciclo para a hidroponia no verão. Tal fato deve-se provavelmente ao estresse causado nas plantas no período de adaptação previsto no sistema hidropônico, ausente no cultivo em substrato. Isto não ocorreu nos períodos de menor temperatura, mostrados nos cultivos realizados no inverno e primavera, onde o hidropônico foi mais eficiente. Para o outono, embora com valores de temperaturas baixas, em substrato teve-se maior eficiência. Tal fato deve-se ao plantio ter sido realizado em data anterior nesse sistema e estação.
CONCLUSÕES:
Devido aos diferentes manejos aplicados, sistema hidropônico e em substrato, observou-se diferenças no ciclo da cultura, com vantagens para o sistema hidropônico nas estações mais frias e com menor disponibilidade de radiação (inverno e primavera) e com vantagens para o cultivo em substrato no verão (temperaturas mais elevadas). O ciclo da alface é menor em temperaturas mais elevadas (em torno de 25ºC). A ordem de precocidade de colheita observada foi verão, primavera, outono e inverno. No sistema hidropônico obteve-se + 2 dias no verão, - 4 dias na primavera, + 3 dias no outono e -4 dias no inverno na duração do ciclo da alface. Pode-se prever, assim, a duração e variação do ciclo da alface nas condições mesológicas do município de Santa Maria - RS, a fim de manter uma produção constante e um fornecimento com qualidade de produto ao longo do ano.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  alface; ciclo; estufa.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004