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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
POLÍTICA EDUCACIONAL E PREVENÇÃO ÀS DROGAS: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA
Camilla Marcondes Massaro 1   (autor)   cahiena@yahoo.com.br
Monize Andréia Rodrigues Valinhos 1   (colaborador)   monizevalinhos@yahoo.com.br
Jackeline Zuquerato Sansavino 2   (colaborador)   jackzsan@bol.com.br
Angela Viana Machado Fernandes 3, 4   (orientador)   angela@fclar.unesp.br
1. Graduanda do Curso de Ciências Sociais, FCL, Unesp/Araraquara
2. Graduanda do Curso de Pedagogia, FCL, Unesp/Araraquara
3. Profa. Dra. do Depto. de Ciências da Educação, FCL, Unesp/Araraquara
4. Pesquisadora do Depto. de Ciências da Educação, FCL, Unesp/Araraquara
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho procura, a partir da discussão e levantamento de dados sobre as drogas lícitas e ilícitas, analisar detalhadamente a questão do uso das mesmas nas escolas do município de Araraquara bem como elaborar uma política de prevenção capaz de atingir crianças e adolescentes. Nosso trabalho também visa suscitar a discussão e o esclarecimento sobre o tema drogas entre os professores e funcionários das escolas trabalhadas e entre os pais destes alunos. Fundamentamos nosso trabalho em bibliografia afim e análise de dados estatísticos sobre o tema que foram analisados no grupo de estudos para a prevenção ao uso de drogas nas escolas PREVER, desde 2002. Entendemos a relevância do trabalho, uma vez que o uso de drogas (lícitas e ilícitas) entre crianças e adolescentes se dá cada vez mais precocemente, preocupando pais, professores e autoridades que buscam formas de fazer com que este problema diminua em nossa sociedade.
METODOLOGIA:
Inicialmente houve um levantamento bibliográfico para que pudéssemos organizar um material capaz de atender às necessidades da pesquisa. Tal levantamento foi devidamente lido e discutido dentro do grupo de estudos, possibilitando uma maior compreensão sobre seu conteúdo, o que se tornou indispensável para a construção do material teórico e instrumental da pesquisa. Com os conceitos adquiridos, foi possível a elaboração de um material de pesquisa que teve como meta levantar dados tanto a respeito do uso como o conhecimento sobre drogas em escolas públicas e particulares do município de Araraquara. Com o intuito de elaborar um instrumento de mensuração capaz de contemplar nosso objetivo de pesquisa, foram elaborados dois questionários distintos, sendo um destinado aos alunos e o outro destinado aos professores e inspetores das escolas selecionadas. Ao primeiro coube detectar qual o conhecimento e esclarecimento dos alunos sobre o tema pesquisado, bem como a existência da utilização de drogas por parte deles; ao questionário destinado aos professores e inspetores coube levantar se estes têm conhecimento sobre o tema e, quais os meios por estes utilizados para sanar problemas referentes ao uso de drogas dentre seus alunos. Este questionário procurou também levantar a existência e eficácia de campanhas de prevenção nas escolas trabalhadas.
RESULTADOS:
Os resultados obtidos na aplicação dos questionários a 679 alunos, 20 professores e 7 inspetores de 16 escolas do município, foram analisados através de gráficos referentes às respostas assinaladas. Do questionário dos alunos: 85,7% têm informações sobre os efeitos das drogas no organismo que foram obtidas principalmente pela escola e mídia; 23,6% acham que existe venda de drogas nas escolas; as drogas lícitas tiveram o maior número de respostas: 34,8% já utilizaram
álcool e 13% tabaco. Dentre as ilícitas, a maconha aparece com 4,1%; 17,7% dos alunos que já utilizaram drogas o fizeram com amigos, e 12,2% com os pais; 45% dos alunos têm pais usuários de drogas, principalmente o tabaco, com 44,5% e o álcool com 39,1%. Do questionário dos professores: 100% têm informações sobre drogas; estas foram obtidas pela mídia e através de palestras ou cursos; 85% dos professores se dizem capazes de identificar um usuário de drogas em sala de aula; a alteração de humor seria a principal atitude de um usuário; 60% dizem ter conhecimento da venda ou uso de drogas na escola em que atuam; 85% afirmam a existência de campanhas de prevenção, porém apenas 20% as consideram eficazes. Dos inspetores: 85% têm informações, adquiridas principalmente por palestras; 85,7% se consideram capazes de identificar um usuário na escola; 57,1% dizem ter conhecimento da venda ou uso de drogas na escola em que atuam; 57,1% conhecem campanhas de prevenção nas escolas e somente 25% destes, as consideram eficazes.
CONCLUSÕES:
Com os resultados obtidos a partir da aplicação dos questionários a alunos, professores e inspetores de 16 escolas do município de Araraquara, entendemos que o tema drogas deve ser trabalhado no maior número de escolas possível, independentemente de serem públicas ou particulares com alunos, professores e funcionários destas. O problema referente ao uso de drogas se alastra de forma rápida dentro das escolas, atingindo um número cada vez maior de crianças e adolescente desde mais ou menos os 10 anos de idade. Vemos também que o uso de drogas lícitas, principalmente o álcool e o tabaco foram recorrentes entre as crianças e jovens entrevistados. Dessa forma, devemos nos preocupar com a prevenção também deste tipo de drogas uma vez que, por terem o uso descriminalizado, podem ser a porta de entrada para as drogas proibidas. A conscientização das famílias também se faz necessária, tendo em vista que um grande número de crianças e jovens experimenta drogas na companhia dos pais.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Educação; Prevenção; Drogas.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004