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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
OCORRÊNCIA, DENSIDADE E ASPECTOS POPULACIONAIS DO MEXILHÃO DOURADO, Limnoperna fortunei (DUNKER, 1857) (BIVALVIA, MYTILIDAE) NO PANTANAL DE MATO GROSSO.
Marlei Silvia Marcelo 1   (autor)   marcela.dani@terra.com.br
Cláudia T. Callil 1   (orientador)   callil@cpd.ufmt.br
Maxwell Barros Sampaio 1   (colaborador)   max_biologo@hotmail.com
Fabiane de Sousa Melo 1   (colaborador)   fabiane_melo@hotmail.com
1. Universidade Federal do Mato Grosso
INTRODUÇÃO:
Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) é uma espécie pertence a família Mytilidae, classe Bivalvia e filo Mollusca. É um bivalve pequeno, cerca de 3cm, de água doce, proveniente do sudeste asiático conhecido comumente como mexilhão dourado. Supõese que foi introduzido de forma não intencional na América do Sul, através de água de lastro de navios transoceânicos. Segundo Pastorino et al. (1993), o primeiro registro de ocorrência da espécie para América do Sul ocorreu em 1991, na Argentina. Segundo Oliveira et al. (2000), L. fortunei foi observada pela primeira vez em 1998 no rio Paraguai, próximo a cidade de Corumbá , MS. Registros recentes (2003) assinalam a presença de L. fortunei na Pedreira da Penha, RPPN Acurizal, MT. O objetivo deste estudo é monitorar o limite de ocorrência do bioinvasor L. fortunei e verificar alguns aspectos do comportamento populacional da espécie na região.
METODOLOGIA:
As coletas foram obtidas em diferentes locais da Bacia do Alto Paraguai : na Pedreira da Penha, RPPN Acurizal, no rio Cuiabá a jusante da confluência com o rio Paraguai, na região de Cáceres e no rio Jaurú em agosto de 2003, na Reserva Ecológica de Taiamã em janeiro de 2004. Para verificação de densidade populacional, foram coletadas manualmente macrófitas flutuantes de Eichhornia azurea (SW) Kunth, as quais continham mexilhões aderidos, os exemplares foram retirados das macrófitas, contados e medidos quanto ao comprimento das valvas, com o auxílio de um paquímetro digital 150 mm/6", resolução 0,01 mm E .0005". Em seguida, os indivíduos foram fixados em álcool 70% e posteriormente pesados em balança analítica de precisão com três dígitos decimais. Para constatação da presença e quantificação de larvas as amostras foram obtidas utilizando-se bomba de fluxo contínuo, onde foram filtrados 200 litros de água em rede de plâncton com malha de 30 µm. Vinte réplicas de cada amostra foram analisadas em microscópio óptico com aumento de 40X. Para amostrar sedimentos em baías e remansos utilizou-se a draga de Van Veen modificada e no canal principal do rio foi utilizada a draga de Tamura.
RESULTADOS:
A densidade variou entre 107,72 i/m no canal principal do rio Paraguai, e 19,5 i/m na Baia Acurizal. Quanto ao tamanho dos indivíduos, foi observada uma amplitude de comprimento maior (0,5 a 16 mm) no canal principal do rio Paraguai, quando comparada aos indivíduos provenientes da Baia Acurizal (0,5 a 13,0 mm). Os dados de peso e comprimento dos indivíduos amostrados foram plotados em gráfico de dispersão de pontos e aplicada uma análise de regressão onde obteve-se um padrão de crescimento exponencial. Com base na distribuição de freqüência por classes de comprimento, observou-se um padrão normal de distribuição, com deslocamento do valor modal entre os ambientes, 6,0-7,0 mm no canal principal do rio Paraguai e 5,0-6,0 mm na Baia Acurizal. Foram encontradas larvas de L. fortunei somente na amostra da Pedreira Penha - RPPN Acurizal em uma densidade de 5650 ind/litro. Nas amostras de bentos não foram encontrados indivíduos de Limnoperna fortunei .
CONCLUSÕES:
O mexilhão dourado é um invasor agressivo e tem usado o rio Paraguai como rota de dispersão. O limite de ocorrência de Limnoperna fortunei na BAP, ainda está ao sul do Estado de Mato Grosso, tendo sido registrado no rio Paraguai à montante da Lagoa Gaíva. Limnoperna fortunei ainda ocorre em densidades relativamente baixas em macrófitas do Pantanal quando comparado a densidade em outros substratos fixos na região Sul e Sudeste do Brasil.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Limnoperna fortunei; espécie invasora; Pantanal.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004