IMPRIMIR VOLTAR H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 5. Letras AS CARTAS NOS JORNAIS DE RIO BRANCO NO SÉCULO XX: ENTRE O HISTÓRICO E O LITERÁRIO Olinda Batista Assmar 1   (orientador)   assmaro@ufac.br Tatiane Castro dos Santos 1   (autor)   tatysinha_tcs@hotmail.com 1. Depto. de Letras, Universidade Federal do Acre - UFAC. INTRODUÇÃO: A pesquisa das cartas nos jornais de Rio Branco iniciou-se em 1997, já tendo sido analisadas 560. Para finalizar esse estudo, elaborou-se o atual subprojeto que objetiva analisar todas as missivas coletadas quanto aos aspectos histórico e literário, agrupando-as nesses dois blocos, destacando a importância que têm na revelação de traços peculiares do riobranquense e no delineamento do seu perfil cultural. É um estudo pioneiro no Acre e novo nas universidades. Atualmente, com a perspectiva de rompimento das fronteiras entre os estudos literários/culturais, a investigação das cartas ganha espaço porque resgata os sentidos perdidos pela memória de um povo e oferece esse novo saber às futuras gerações. METODOLOGIA: Esse estudo foi desenvolvido associando-se a pesquisa bibliográfica à de campo. A primeira centralizou-se nas leituras, fichamentos e discussão de textos metodológicos, históricos e teóricos (Arte, Cultura e Literatura...); a segunda concentrou-se na realização de seis entrevistas, audição, transcrição e análise delas. As cartas, coletadas em outras etapas, foram revisadas e reorganizadas cronologicamente. Em seguida, foram classificadas quanto aos aspectos histórico e literário, agrupadas e analisadas por blocos temáticos. De posse dos dados, foram elaborados tabelas e gráficos demonstrativos e, por último, foi realizada uma análise crítico-comparativa e estatística das informações obtidas. RESULTADOS: As cartas até 1962 foram escritas, principalmente, por intelectuais que aqui viviam, provenientes de outros Estados. A partir de 1963, passaram a ser escritas também por pessoas do povo. No Acre-Território, das 270 cartas analisadas, predominaram as notícias sociais e políticas dos municípios (110), seguidas pelas de agradecimento (16) e de crítica (14) entre outras. Já no Acre-Estado, das 290cartas prevaleceram as temáticas de reclamação (55), seguidas pelas de crítica (40), dentre outras. Quanto aos aspectos histórico e literário, observou-se que, das 560 cartas, 519 têm características puramente históricas, e somente 41 foram consideradas literárias e agrupadas em dois blocos: estéticas (21) e estético-documentais (20). CONCLUSÕES: Percebeu-se que até 1962 tinha-se apenas a participação de uma minoria na vida social e política do território e que a voz da floresta era silenciada por ser composta por pessoas, na maioria, não-alfabetizadas. Era uma sociedade preocupada com coisas fúteis. No período seguinte, tem-se um homem mais consciente e participativo, porta-voz de muitos outros, na busca de solução para seus problemas cotidianos. Isso justifica a predominância das temáticas sociais e políticas no 1º período e as reclamativas/críticas no 2º. Todas elas expressando aspectos documentais, o que mostra a não preocupação com a arte e, sim, com as questões do dia-a-dia. As cartas no século XX foram influenciadas pelo meio/momento e exerceram influência significativa na sociedade. Até 1962 foram impulsionadas por questões políticas e pela vida de uma sociedade que nascia. Depois foram movidas por problemas enfrentados pela população e representavam a voz que ecoava positiva ou negativamente ao serem publicadas. Instituição de fomento: Conselho Nacional de desenvolvimento científico e tecnológico- CNPq/UFAC Trabalho de Iniciação Científica Palavras-chave:  cartas; histórico; literário. Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004