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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 6. Morfologia e Taxonomia Vegetal
MORFOLOGIA E ULTRA-ESTRUTURA DA EPIDERME DA FOLHA DE Clibadium sylvestre.
Sérgio Wagner da Silva Holanda 1   (autor)   sergioholanda@ig.com.br
Nonato B. Silva 2   (colaborador)   -
Wanderson Rafael da Silva Holanda 3   (colaborador)   wanraf@ig.com.br
Edílson Matos 3   (orientador)   edmatos@ufra.edu.br
1. Departamento de Botânica, Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG
2. Laboratório de Fitopatologia, EMBRAPA Amazônia Oriental
3. Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo, Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
INTRODUÇÃO:
Na América Latina a espécie é conhecida como medicinal e planta ictiotóxica, usada por algumas tribos indígenas da Amazônia, e cujo cultivo da espécie acontece em áreas menores que 1ha. Seu habitat, típico, são os sub-bosques da floresta Amazônica. O gênero Clibadium é de considerável interesse taxonômico devido sua alta complexidade intragenérica (Arriaga, 1995), fato confirmado pela leitura de Bremer (1998), que cita, respectivamente, 40 (Bremer, 1998) e 28 espécies dentro do gênero. Problemas taxonômicos como este, adicionados à relevância farmacológica (Hamoy, 2002) e a raridade da espécie (Arriagada, 1995), levam à uma maior investigação de mais caracteres que possam auxiliar na sua identificação correta. Uma ferramenta de alta precisão como o Microscópio Eletrônico de Varredura (SEM), fornece dados estruturas a nível celular que podem, cumprir com grande êxito a função de colecionar informações anatômicas de interesse taxonômico. Assim o objetivo deste estudo foi coletar caracteres anatômicos que facilitem a identificação da espécie.
METODOLOGIA:
Pequenos fragmentos de cinco regiões das folhas (ápice, borda, limbo, nervura central e base) foram fixados em glutaraldeído a 3% pH 7.2 por duas horas a 40C, tamponado com cacodilato de sódio 0,2M, lavado no mesmo tampão e temperatura por duas horas, e pós-fixado em tetróxido de ósmio a 2% pH 7.2 0,2M, e após, lavado no mesmo tampão em temperatura ambiente durante duas horas. Em seguida os fragmentos foram desidratados com álcool etílico absoluto, e secos com clorofórmio, seguido do processo de metalização com ouro, e observado em microscópio eletrônico de varredura JEOL modelo JFM-5400 LV, operando a 30 kV.
RESULTADOS:
As células epidérmicas apresentam nítida diferença de forma entre células costais e intercostais, respectivamente com formas alongadas e irregulares. A parede anticlinal das células intercostais apresenta forma sinuosa e as células costais forma reta. Observamos diferenças entre células das superfícies abaxial e adaxial. As células da superfície adaxial são maiores que a da superfície abaxial. A cutícula é mais espessa e possui a forma mais padronizada na superfície adaxial, configurando cristas; na superfície abaxial pode ser muito fina à ausente. A maior densidade de tricomas foi encontrada sobre as nervuras de primeira e segunda ordens. A face adaxial possui menor densidade (valor) de tricomas que a face abaxial. Os tricomas encontrados são na quase totalidade tricomas com 3 células na parte superior, presença de parede celular secundária. A parede secundária apresenta forma rugosa nas três células superiores do tricoma, em uma célula, duas ou três células concomitantemente. Os estômatos são anomocíticos, presentes em ambas faces da epiderme foliar. Na face adaxial possuem tamanho e número superiores aos da abaxial, dispersos aleatoriamente pelo limbo, sendo que a maioria deles acompanha a linha formada pelas nervuras, em ambas as faces.
CONCLUSÕES:
Os dados apresentados neste trabalho mostram adaptações morfológicas da planta à ambiente de sub-bosque observado na organização e forma das células epidérmicas a condições de baixa luminosidade. No entanto, a disposição e forma das especializações epidérmicas (tricomas e estômatos) sugerem possível uso da planta em ambientes de cultivo aberto, devido a possível plasticidade morfológica para o aumento da eficiência na utilização da água.
Instituição de fomento: EMBRAPA Amazônia Oriental.
Palavras-chave:  Morfologia; Epiderme foliar; Clibadium sylvestre.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004