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F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS DA MARCHA DE ATLETAS VELOCISTAS DE ATLETISMO
JAQUELINE NAVA CITTADIN 1   (autor)   JACK_CITTA@YAHOO.COM.BR
ALINE FAQUIN 2   (autor)   ALINEFAQUIN@HOTMAIL.COM
SEBASTIÃO IBERES LOPES MELO 1, 2   (orientador)   D2SILM@UDESC.BR
1. CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDES
2. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO, BIOMECÂNICA, UDESC
INTRODUÇÃO:
O alto-rendimento em qualquer modalidade esportiva exige a especificidade nos treinamentos, incluindo treino de flexibilidade e força em grupamentos musculares específicos. Todavia, como nenhuma modalidade esportiva desenvolve os grupos musculares de maneira homogênea, o treinamento específico embora favoreça adaptações e performance, pode negligenciar alguns grupos musculares menos específicos e causar desequilíbrios das cadeias cinéticas, tornado aceitável que também modifique a dinâmica de movimentos durante a marcha. Assim, o objetivo de identificar características das variáveis dinâmicas e espaço-temporais da marcha de atletas, torna-se relevante e tem possibilidade de indicar se existem possíveis alterações nas cargas sobre o aparelho locomotor, que podem afetar a qualidade atlética do desportista e produzir alterações músculo-esqueléticas.
METODOLOGIA:
Participaram deste estudo descritivo, exploratório, 5 atletas (2 homens e 3 mulheres), média de idade de 23 anos, massa ± 70,3kg, altura ± 1,71cm, tempo médio de prática de 8,2 anos na modalidade de atletismo, todos corredores de provas de velocidade (200m e 400m rasos). Como instrumento de coleta das variáveis da marcha utilizou-se uma esteira ergométrica Kistler-Gaitway, que possui acoplados a sua base sensores piezoelétricos que permitem registrar a força vertical de reação do solo. Para coleta de dados, os sujeitos foram primeiramente pesados, para posterior normalização dos dados pelo peso corporal (PC); em seguida orientados sobre o correto posicionamento na esteira e iniciava-se a caminhada. Os dados foram coletados em duas velocidades, 5km/h e 6 km/h, com uma freqüência de amostragem de 600Hz e tempo de aquisição de 12s. Para análise dos dados fez-se uso da estatística descritiva e índice de assimetria (IAS).
RESULTADOS:
Nas variáveis dinâmicas da marcha os atletas apresentaram a 5km/h, valores de primeiro pico de força de 1,09PC e 1,10PC com IAS 0,72 e segundo pico de força 1,15PC e 1,16PC com IAS 1,35 para o lado direito (LD) e lado esquerdo (LE) e razão entre os picos 0,96 LD; 0,95 LE. Na taxa de aceitação do peso teve-se 8,27PC/s (LD) e 9,69PC/s (LE) com IAS 14,53. Nas variáveis espaço-temporais os valores encontrados foram 0,68m LD e 0,67m LE no comprimento do passo e IAS -0,88, com cadência média 118 passos/min. No tempo de duplo apoio teve-se 0,27 s ambos os lados e tempo de apoio simples 0,36s LD; 0,37 LE e IAS 1,6. Para 6,0km/h os valores foram 1,20PC (LD); 1,19PC (LE) primeiro pico de força, com IAS -0,89; no segundo pico de força, 1,20PC (LD); 1,21PC (LE) com IAS 0,54 e razão entre os picos 0,47 para ambos os lados. A taxa de aceitação de peso foi 11,36PC/s (LD); 12,25PC/s (LE), com IAS 6,54. No comprimento do passo obteve-se 0,76m para ambos os lados e IAS -0,26. A cadência foi 127 passos/min (LD); 126 passos/min (LE) com IAS –0,9. Para tempo de duplo apoio 0,23s ambos os lados e tempo de apoio simples 0,35s (LD); 0,36s (LE) com IAS 1,38. Ao valores da Taxa de Aceitação do Peso foram inferiores aos encontrados para sujeitos adultos não-atletas e a razão entre os picos sendo inferior a 1.0 ratifica estes resultados, indicando a prevalência do segundo pico sobre o primeiro, situação esta diferente a não-atletas onde o primeiro pico prevalece sobre o segundo pico de força.
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos apontam um segundo pico maior que o primeiro pico de força para ambas as velocidades e taxa de aceitação do peso com valores considerados baixos para a velocidade de 5km/h; não observando-se diminuição dos valores das variáveis espaço-temporais, apesar do incremento da velocidade. Os atletas apresentaram baixas assimetrias tanto para variáveis dinâmicas como para as espaço-temporais. No entanto, mesmo sem alterações entre os lados, os praticantes desta modalidade apresentaram modificações nos padrões dinâmicos da marcha, principalmente no que se refere a relação entre o primeiro e o segundo picos de força. Sugerindo com isto, que a especificidade de treinamentos pode levar a modificações em alguns parâmetros da marcha.
Instituição de fomento: CAPES/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  MARCHA; ATLETA; BIOMECÂNICA.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004