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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
AVALIAÇÃO BROMATOLÓGICA COMPARADA DAS PORÇÕES MORFOLÓGICAS DA FAVELEIRA COM E SEM ESPINHOS Cnidoscolus quercifolius NA CAATINGA SEMI-ÁRIDA DA PARAÍBA E DO RIO GRANDE DO NORTE.
JOSÉ PIRES DANTAS 1, 2   (orientador)   gpcnpq@terra.com.br
MANUEL ALVES MARQUES 1, 2   (autor)   manuelalvesmarques@hotmail.com
ADRIANA LUCENA DE SALES 1, 2   (colaborador)   adriana-lucena@bol.com.br
1. DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB
INTRODUÇÃO:
A faveleira Cnidoscolus quercifolius é um arbusto xerófito muito ramificado e bastante lactescente pertencente a família Euphorbiaceae e endêmica da caatinga semi-árida do nordeste com grandes possibilidades de aproveitamento econômico devido suas potencialidades de utilização, principalmente, na alimentação animal. Considerando estes fatos, o objetivo do presente trabalho é identificar as plantas de faveleira com e sem espinhos presentes na caatinga semi-árida paraibana e norteriograndense; caracterizar os tipos de solos onde elas se encontram; além de proceder avaliação bromatológica das porções morfológicas nas variedades com e sem espinhos em períodos eqüidistantes compreendidos entre o início das chuvas e o pleno estabelecimento do verão.
METODOLOGIA:
Inicialmente identificou-se a distribuição das variedades de faveleira com e sem espinhos nas microrregiões do Seridó norteriograndense e paraibano. Foram identificadas 16 espécimes, oito com espinhos e oito sem, constituindo-se oito pares. Cada par, formado por plantas com portes semelhantes originadas da mesma classe de solo, para comparação de possíveis diferenças na produtividade de sementes, folhas e porções terminais do caule. Foram coletadas 16 amostras de solo, cada uma composta por 10 amostras simples coletadas a nível da copa, com profundidade de 0 a 20cm, transformadas numa única amostra por planta, acondicionadas e levadas ao Laboratório do Departamento de Química (CCT/UEPB), onde foram determinados os índices: pH em água, em cloreto de potássio, e em cloreto de cálcio; matéria orgânica; concentração de carbono; nitrogênio total; fósforo; potássio; sódio; cálcio; magnésio; enxofre; e acidez trocável, para o estabelecimento da CTC (capacidade de troca catiônica), conforme metodologia proposta por Tedesco 1995. As porções morfológicas (ponteiras de caule, folhas, raízes e sementes) estão sendo coletadas em períodos eqüidistantes para avaliar a bromatologia, identificar o ciclo fenológico e sua relação com o valor biológico alimentar dessas porções através da avaliação dos índices matéria seca a 65 e 105°C (%); matéria seca na forrageira (%); umidade (%); cinzas (%); proteína bruta (%) e matéria orgânica (%) de acordo com metodologia proposta por Silva (2002).
RESULTADOS:
A faveleira foi encontrada em Luvissolo Neossolo Litólico e Neossolo Litólico. O pH em H2O foi de 6,91 a 7,51; em KCl de 5,88 a 6,32; em CaCl2 de 6,23 a 6,45, e o ∆pH de 1,033 e 1,196 10-2mol/l. A acidez trocável de 0,437 a 0,294; os íons Ca e Mg variaram de 9,397 a 4,903; Ca de 6,89 a 3,97 e Mg de 3,92 a 0,93, expressos em cmolc/dm 3. P foi de 32,813 a 12,72; K foi de 233,298 a 184,012 e Na de 189,145 a 206,977, expressos em mg/dm3. S de 8,909 a 2,322 mg/l; carbono de 8,59 a 3,731g/kg; a matéria orgânica de 14,81 a 6,432 g/kg; o nitrogênio total de 0,093 a 0,04(%). Valores estes correspondentes, respectivamente, aos solos já mencionados. As análises bromatológicas realizadas nas ponteiras do caule indicaram pouca variação entre as variedades. A matéria seca a 650C foi de 51,18 a 51,42%; a matéria seca definitiva de 81,49 a 90,65%; a matéria seca da forrageira de 45,33 a 54,31%: a umidade de 54,67 a 45,69%; as de cinzas de 7,47 a 3,67%, e a matéria orgânica de 92,53 a 96,33%, respectivamente para as variedades com e sem espinhos. Nas raízes, obteve-se, de 29,168 a 29,038% na matéria seca a 650C; 83,881 a 82,337% na matéria seca definitiva; 42,091 a 44,945% na matéria seca da forrageira; 57,909 a 55,055% de umidade; 4,891 a 7,002% de cinzas e de 95,109 a 92,998% de matéria orgânica, valores correspondentes, respectivamente, as variedades com e sem espinhos.
CONCLUSÕES:
De acordo com os dados obtidos, pode-se afirmar que, a faveleira adapta-se as condições de semi-aridez da caatinga com êxito e tem grandes possibilidades de ser explorada economicamente, com ênfase na alimentação animal, não apenas durante o período de estiagens, mas sim durante todo o seu ciclo vegetativo.
Instituição de fomento: CENTRO NACIONAL DE PESQUISA - CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  FAVELEIRA; ADAPTAÇÃO; SUSTENTABILIDADE.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004