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F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS DINÂMICAS E ESPAÇO TEMPORAL ENTRE MENINOS E MENINAS
Flademir Ari Galvão Gress 1   (autor)   d3fagg@udesc.br
Sebastião Iberes Lopes Melo 1, 2   (orientador)   d2silm@udesc.br
Jansen Atier Estrázulas 1   (autor)   jansenef@pop.com.br
Aline Faquin 1   (autor)   alinefaquin@hotmail.com
Lígia Raquel Ortiz Gomes 1   (autor)   liortiz@ig.com.br
Roberta Gabriela Oliveira Gatti 1   (autor)   robertagatti@lycos.com
1. MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO, SUB-ÁREA BIOMECÂNICA - UDESC
2. CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDES
INTRODUÇÃO:
Os estudos biomecânicos do salto horizontal têm dado ênfase a população adulta e visando a performance, sendo poucos os estudos que analisam a criança na execução deste movimento, havendo poucas pesquisas que quantifiquem as forças de reação de solo no salto horizontal de crianças. Sendo assim se fez necessária a realização desta pesquisa que tem por objetivo geral analisar a dinâmica do salto horizontal de crianças entre seis e nove anos de idade, e especificamente; a) caracterizar os valores das variáveis dinâmicas: pico de força no eixo vertical (Pymax); pico de força no eixo Antero-posterior (Pxmax); menor valor na fase de flexão (PFy); ângulo de inclinação da reta no eixo vertical (TxIy); eixo Antero-posterior (TxIx); e na flexão no eixo vertical (TxFy) e espaço temporal (TCP) e b) comparar os valores destas variáveis entre meninos e meninas. Este movimento é muito utilizado em jogos de corrida com paradas bruscas e naqueles que exigem equilíbrio, e pode ser a habilidade básica mais importante em algumas habilidades desportivas ou como habilidade secundária em outras.
METODOLOGIA:
Participaram do estudo, descritivo exploratório, 38 crianças, 12 meninos e 26 meninas, selecionadas de forma casual sistemática, com idade entre seis e nove anos. Utilizou-se como instrumento de medida uma plataforma de força, do tipo extensiométrica, desenvolvida por ROESLER (1997), com dimensões de 500x500mm, com sensibilidade de 2N, erro menor que 1%, acoplamento entre solicitações menor que 3% e freqüência natural de 60HZ, acoplada a uma placa de aquisição CIO-EXP-BRIDGE, com 16 canais cujos sinais foram condicionados a um conversor A/D. Preliminarmente, os sujeitos foram pesados sobre plataforma de força para posterior normalização dos dados pelo peso corporal (PC) de cada sujeito. Em seguida executaram três saltos consecutivos, orientados a saltar a maior distância possível, tomando impulso sobre a plataforma de força, devidamente nivelada com o piso de queda. Utilizou-se uma freqüência de amostragem de 1000 Hz. Os dados foram filtrados via FFT Butterworth com freqüência de 30 Hz, utilizando-se o sistema SAD32. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva e teste “U” de Mann-Whitney para comparar as variáveis dinâmicas e espaço temporais entre sexos. O nível de significância de 95%.
RESULTADOS:
Na caracterização dos resultados para o grupo dos meninos, os valores médios de pico de força no eixo vertical (Fy max) 2,03 + 0,14 PC, no eixo antero-posterior (Fx max) 0,63 + 0,24 PC, e o pico de Flexão vertical (PFy) 0,56 + 0,18 PC. As taxas: impulso no eixo vertical (TxIy) 3,67 + 1,37 N/(N.s), impulso no eixo antero-posterior (TxIx) 1,21 + 1,04 N/(N.s), flexão no eixo vertical (TxFy) 1,98 + 0,92 N/(N.s) e na variável espaço temporal tempo de contato com a plataforma (TCP) 0,77 + 0,13 s. No grupo das meninas: Fy max 2,31 + 0,31 PC, Fxmax 0,59 + 0,26 PC e PFy 0,44 + 0,19. Nas taxas: TxIy 6,31 + 3,98 N/(N.s), TxIx 1,14 + 0,42 N/(N.s), TxFy 2,87 + 1,41 N/(N.s) e TCP 0,69 + 0,11s. b) Na comparação entre sexos, verificou-se que houve diferenças significativas nas variáveis Py max; TxIy e TCP, sendo maiores para as meninas e PFy sendo maiores para os meninos.
CONCLUSÕES:
Os meninos apresentam menor redução na carga, agachamento mais lento que as meninas, e maior aplicação de força no eixo antero-posterior, com maior rapidez, e maior tempo de contato com a plataforma. As meninas aplicam maiores forças no eixo vertical, flexionam mais rápido, conseqüentemente elas conseguem maior redução na carga, e impulsionam mais rápido que os meninos, talvez por terem as fases de flexão e impulsão mais rápidas o salto tenha uma duração menor. A redução da carga é explicada pela posição do Centro de Gravidade que atinge uma posição mais baixa, reduzindo as cargas aplicadas no momento da flexão. A maior aplicação de força no eixo antero-posterior e uma menor força no eixo vertical, resultam em uma melhor performance no salto dos meninos em comparação às meninas.
Instituição de fomento: CAPES
Palavras-chave:  criança; salto horizontal; biomecânica.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004