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F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS E ESPAÇO TEMPORAIS DO SALTO VERTICAL DE CRIANÇAS COM 7 E 8 ANOS
Jansen Atier Estrázulas 1   (autor)   jansenef@pop.com.br
Roberta Gabriela Oliveira Gatti 1   (autor)   robertagatti@lycos.com
Flademir Ari Galvão Gress 1   (autor)   d3fagg@udesc.br
Aline Faquin 1   (autor)   alinefaquin@hotmail.com
Roberta Pires 2   (autor)   roberta.zimbamar@bol.com.br
Sebastião Iberes Lopes Melo 1, 2   (orientador)   d2silm@udesc.br
1. MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO, SUB-ÁREA BIOMECÂNICA - UDESC
2. CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDES
INTRODUÇÃO:
Um salto vertical é uma tarefa motora utilizada em muitas modalidades esportivas, atividades da vida diária, mas também utilizado como teste de força dos membros inferiores (Vertical Junp test) e como indicativo do estágio de maturação motora conforme proposto na literatura. Neste sentido é uma tarefa que inclui aspectos relacionados ao desenvolvimento e aprendizado motor, fisiológicos e biomecânicos. Neste sentido o conhecimento de características biomecânicas do salto fornecerá subsídios que possibilitam o atendimento do caráter multidisciplinar da Educação Física. Face ao exposto, realizou-se este estudo com objetivo geral de analisar as características dinâmicas (pico de força na máxima flexão de joelho -PFFL, pico de força de impulsão -PFI e pico de força de impacto -PFIpt) e espaço temporais (tempo de impulsão -TI, tempo de vôo -TV e tempo de amortecimento -TA) do salto vertical de crianças com 7 e 8 anos, e especificamente verificar os valores de força nas diferentes fases do salto; identificar os tempos de duração do impulso, vôo e amortecimento.
METODOLOGIA:
Após ter aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, foi realizado este estudo descritivo de cunho exploratório, com a participação de 24 crianças na faixa etária de 7 a 8 anos sendo 12 com 7 anos e 12 com 8 anos completos, integrantes da rede estadual de ensino da cidade de Florianópolis-SC. Na seleção da amostra utilizou-se o processo casual sistemático, tendo como critério de exclusão o acometimento de disfunção osteo-mio-articular. Os dados foram coletados no Laboratório de Biomecânica da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, utilizando-se uma plataforma de força do tipo extensiométrica com sensibilidade de 2N, erro menor que 1% e freqüência natural de aquisição de 60Hz. Esses dados foram analisados no sistema SAD32, utilizando o filtro via FFT Butterworth fornecido pelo próprio software com freqüência de 30 Hz. Na caracterização dos dados utilizou-se a estatística descritiva: média ( X), desvio padrão (s) e coeficiente de variação (CV%) e na comparação dos valores médios entre os grupos, o teste “t” de Student com nível de significância de 95%.
RESULTADOS:
Verificou-se através dos resultados que na variável dinâmica PFFL (0,247±0,21)PC com variabilidade de 84,15% nas crianças de 8 anos, e (0,372±0,13)PC com variabilidade de 35,87% para as de 7 anos, embora com maiores valores para as crianças de 7 anos foram mais homogêneos. Para o PFI (2,47±0,33)PC com variabilidade de 13,76% nas crianças de 7 anos , e (2,52±0,40)PC com variabilidade de 15,68% para as de 8 anos, e o PFIpt (5,52±1,02)PC com variabilidade de 18,4% para as crianças de 7 anos, e (6,04±1,59)PC com variabilidade de 26,33% para as de 8 anos, percebeu-se valores maiores desses picos para as crianças de 8 anos, mas continuaram apresentando maiores variabilidades. Para as variáveis espaço temporais observou-se uma similaridade entre os dois grupos nas 3 variáveis (TI, TV, TA). Os valores de TI se apresentaram de forma similar para ambos grupos (0,58±0,12 e 0,53±0,11), respectivamente 7 e 8 anos e não apresentaram variabilidade distantes, o mesmo ocorreu com o TV (0,37±0,07 e 0,38±0,08), 7 e 8 anos. Somente os valores do TA que também apresentaram valores próximos (0,45±0,16 e 0,43±0,10), 7 e 8 anos, porém o CV% foi maior entre as crianças de 7 anos. Embora ocorreram tais diferenças nos valores médios em todas variáveis, não foram encontradas diferenças estaticamente significativas ao aplicar o teste “t” de Student. Possivelmente, o fato de não se encontrar diferenças significativas entre os grupos, atribui-se ao baixo número da amostra e ao alto CV%.
CONCLUSÕES:
A partir dos resultados e com base no referencial teórico conclui-se: a) que as crianças de 7 anos apresentam valores de pico menores para as variáveis PFI E PFIpt e maiores para as variáveis espaço temporais TI e TA, fato este que pode ser atribuído ao um menor tempo de impulso devido uma menor flexão dos membros inferiores que as crianças de 8 anos; b) a não existência de diferenças estatísticas nas variáveis estudadas podem ser atribuídas ao fato de que não ocorram alterações maturacionais importantes no que se refere ao desenvolvimento da força muscular entre 7 e 8 anos. Finalmente, na qualidade de estudo exploratório, sugere-se avaliar um maior número de crianças e de diferentes faixas etárias para se obter dados referentes a diversos níveis de execução do salto vertical, com maior confiabilidade nos resultados.
Instituição de fomento: CAPES - CNPq
Palavras-chave:  Biomecânica; Salto vertical; Crianças.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004