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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo
UTILIZAÇÃO DA TDR NA AVALIAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO, EM UM NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico DO ESTADO DO PARANÁ.
FERNADO BARREIROS PRINLE 1   (autor)   fernandobarreiros@hotmail.com
EVERTON BLAINSKI 1   (autor)   evertonblainski@pop.com.br
JULIANO SEGANFREDO 1   (autor)   j.seganfredo@pop.com.br
MARCOS ANTONIO TRINTINALHA 1   (autor)   trintinalh@bwnet.com.br
ANTÔNIO CARLOS ANDRADE GONÇALVES 1   (orientador)   acagoncalves@uem.br
MARCOS VINICIUS FOLEGATTI 2   (autor)   m.v.folega@carpa.ciagri.usp.br
CÁSSIO ANTONIO TORMENA 1   (autor)   catormena@uem.br
ALTAIR BERTONHA 1   (autor)   abertonha@uem.br
1. Depto. Agronomia, Universidade Estadual de Maringá - UEM
2. Depto. de Engenharia Rural, ESALQ - USP
INTRODUÇÃO:
A medida da umidade do solo expressa, de forma quantitativa, o conteúdo de água que este apresenta num dado momento. Existem diversas formas de determinação, e essa determinação esta diretamente ligada a características das técnicas empregadas, que muitas vezes requerem calibração para cada solo analisado. A técnica TDR é um método considerado indireto na determinação da umidade do solo, e necessita de ser calibrada. Características do solo e variações decorrentes do próprio meio ambiente pode influenciar na leitura realizada. Esse método, consiste na determinação da constante dielétrica aparente do meio (Ka) a partir da medida do tempo de percurso de um pulso eletromagnético em uma sonda metálica. A medida realizada com o TDR pode ser influenciada, durante a leitura, por características do meio, como a salinidade, os óxidos de ferro, a textura e a temperatura do solo. Particularmente importante é a densidade do solo, uma vez que esta pode apresentar grande amplitude de valores dentro de áreas cultivadas, em função das práticas de manejo. Este trabalho teve como objetivo estabelecer curvas de calibração de um equipamento que usa a técnica de TDR, avaliando o efeito da compactação do solo sobre esta calibração, em um solo argiloso da Região Noroeste do Paraná, classificado como NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Maringá. O solo da área é caracterizado como NVd. Amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0 a 0,20m, de 0,20 a 0,40m e de 0,40 a 0,60m, a partir das quais se obteve TFSA. Foram preenchidos oito recipientes plásticos, com diâmetro de 100 mm, para cada camada de solo de aproximadamente 0,25 m de altura. Foram estabelecidas densidades diferentes em cada recipiente, utilizando uma ferramenta que consiste em um tubo metálico diâmetro um pouco menor do que o do recipiente. O primeiro recipiente foi preenchido sem compactação. A partir do segundo, foram adicionadas camadas de 0,05 m de solo de cada vez, as quais foram compactadas com um determinado número de pancadas. Os recipientes foram saturados e após foi instalado no interior de cada recipiente, uma sonda com 0,20 m de comprimento. Após a drenagem do excesso de água, iniciou-se o processo de medida da massa total e do valor de Ka, utilizando-se uma balança de precisão e o equipamento de TDR, respectivamente. Determinou-se a densidade do solo, o que tornou possível a determinação da umidade com base em volume, em cada momento. Foram ajustadas as curvas de umidade em função da constante dielétrica, por meio de análise de regressão. Foi estudado o efeito da densidade do solo sobre a calibração do TDR, ajustando-se um modelo de terceiro grau. Os coeficientes deste modelo foram obtidos por meio de regressão múltipla e testados estatisticamente.
RESULTADOS:
A capacidade de campo do solo estudado é de 0,44m3m-3. A umidade correspondente ao ponto de murcha é de 0,34m3m-3. Assim, a água disponível (DTA) neste solo, é da ordem de 0,10m3m-3. É nesta faixa de valores de umidade que as medidas são de maior importância para os objetivos agronômicos. Verifica-se que o aumento do valor da densidade faz com que a forma da curva seja modificada, deixando o aspecto característico do “S”, ao qual se ajusta um modelo de terceiro grau, como citado por diversos autores. Para um determinado valor de Ka, os valores de umidade correspondentes, obtidos nas curvas de maior e menor densidade, apresentam amplitude maior que a própria DTA. Este fato evidencia o grande efeito da densidade do solo sobre a curva de calibração do TDR. Foi observado que, para um mesmo valor de umidade do solo com base em massa, igual a 0,28 Mg Mg-1 (ponto de murcha), a sonda cravada em um ambiente com densidade do solo igual a 0,9 Mg m-3 dá origem a um valor de Ka igual a 9,8. Para um ambiente com densidade igual a 1,38 Mg m-3, o valor de Ka seria de 25,7. Comportamento semelhante ocorre para as demais camadas. Aos dados de umidade como função da constante dielétrica aparente (Ka) e da densidade do solo (ds) foi ajustado o modelo de regressão. O modelo ajustado demonstra o efeito da densidade do solo sobre as curvas de calibração de umidade em função de Ka.
CONCLUSÕES:
A densidade do solo exerceu influência marcante sobre as curvas de calibração do TDR, não podendo ser ignorada. Para aprimorar a exatidão da medida de umidade do solo com o TDR, o modelo da curva de calibração deve incluir a variável densidade do solo. Caso contrário, a variação da umidade obtida com o equipamento, em função da variação da densidade do solo, pode ser maior que a disponibilidade total de água no mesmo, para uma determinada umidade do solo.
Palavras-chave:  umidade; irrigação; calibração.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004