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C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 4. Metabolismo e Bioenergética
AVALIAÇÃO FISIOLÓGICA-BIOQUÍMICA NO TRATAMENTO CRÔNICO DE RATOS NORMAIS E DIABÉTICOS COM [VO(VOEDTA)]
Marcos Cristiano Nogueira de Paula 1   (autor)   mcfarma2002@yahoo.com.br
Maísa Pasquotto Giocondo 1   (autor)   maisa_giocondo@bol.com.br
Helen Mariana Baldan 1   (autor)   helefcf@yahoo.com.br
Alberthmeiry Teixeira de Figueiredo 2   (colaborador)   alberth_figueiredo@yahoo.com.br
Alzir Azevedo Batista 2   (colaborador)   daab@power.ufscar.br
Iguatemy Lourenço Brunetti 1   (colaborador)   brunetti@fcfar.unesp.br
Regina Célia Vendramini 1   (colaborador)   vendrasp@fcfar.unesp.br
Maria Teresa Pepato 1   (orientador)   pepatomt@fcfar.unesp.br
1. Depto. de Bioquímica Clínica, Universidade Estadual Paulista
2. Depto. de Química, Universidade Federal de São Carlos
INTRODUÇÃO:
Derivados de vanadilo têm mostrado efeitos qualitativos miméticos à insulina. Em uma gama considerável de ações, sendo as principais: redução da hiperglicemia e de lipídeos séricos em ratos diabéticos, aumento da captação de glicose em adipócitos, e músculos, aumento da glicólise e da síntese de glicogênio hepático e muscular, inibição da glicogenólise e neoglicogênese hepática. Atualmente o interesse em relação a estes compostos têm-se voltado para a obtenção e avaliação de compostos de vanadilo que podem apresentar maior potencialidade de mimetizar as ações da insulina. Assim, o presente estudo tem como objetivo a síntese, caracterização e avaliação de parâmetros fisiológicos e bioquímicos durante o tratamento crônico de ratos normais e diabéticos com [VO(VOEDTA)].
METODOLOGIA:
Síntese do [VO(VOEDTA)] - sulfato de vanadilo e EDTA em metanol/água (2:1), sob refluxo e caracterização por análise elementar, espectroscopia de IR, UV e VIS, ressonância paramagnética e difração de raio X. Tratamento-Após 3 dias da indução de diabetes a ratos Wistar machos (50 mg de estreptozotocina-STZ/Kg de peso corporal) os animais foram divididos em 3 grupos homogêneos (n=10/grupo) quanto a glicemia (sangue colhido pela cauda), glicosúria e uréia urinária e os ratos normais (administração de solução fisiológica) foram divididos em 2 grupos homogêneos (n=7/grupo) quanto ao peso corporal e glicemia. No 6o dia pós-STZ/pós-salina, os grupos DVO2+ e NVO2+ receberam por gavagem 0,5 ml de [VO(VOEDTA)] (100 μmoles/Kg de peso corporal inicial) duas vezes ao dia, os grupos NS e DS salina e o grupo DI, 3U de insulina. Semanalmente, durante 31 dias, determinamos: peso corporal, ingestão hídrica e alimentar, volume urinário (através de gaiola metabólica), glicemia, glicosúria, uréia urinária. No sacrifício (decapitação) também quantificamos: lipídeos séricos, glicogênio hepático, pesos das gorduras e de músculos esqueléticos. A glicemia, colesterolemia e trigliceridemia foram realizadas em auto-analyser Bayer Technicon RA-100; glicose e uréia urinárias, glicogênio hepático pelo método de Duboswski, urease e reação com antrona, respectivamente. Estatística: One Way ANOVA e Newman-Keuls e teste t’Student não pareado.
RESULTADOS:
A síntese do [VO(VOEDTA)] apresentou um rendimento de 67%, os resultados das técnicas de caracterização mostraram-se como o esperado para o tipo de composto. Obtivemos respectivamente para DVO, DI, DS, NVO e NS: ingestão hídrica (mL/24h.100g) 116.57 ± 6.57, 24.19 ± 1.3, 105.97 ± 6.85, 14.33 ± 1.67, 10.36 ± 2.00; ingestão alimentar (g/24h.100g) 20.19 ± 1.15, 8.64 ± 0.26, 19.48 ± 1.00, 5.57 ± 0.23 , 5.50 ± 0.55; volume urinário (mL/24h.100g) 93.92 ± 6.11, 12.43 ± 1.06, 84.79 ± 6.87, 4.41 ± 0.26, 3.20 ± 0.45; glicemia (mg/dL) 660 ± 30, 100 ± 28, 850 ± 30, 145 ± 3.5, 146 ± 3; glicosúria (g/24h.100g) 2.96 ± 0.3, 2.86 ± 0.3, 3.02 ± 0.3, 0.0 ± 0.0 , 0.0 ± 0.0 ; uréia urinária (mg/24h.100g) 380.32 ± 35.5, 385.89 ± 34.3, 345.55 ± 31.8, 72.96 ± 14.2, 0.0 ± 0.0; glicogênio hepático (mg %) 0.60 ± 0.07, 3.67 ± 0.27, 0.68 ± 0.11, 3.53 ± 0.15, 3.94 ± 0.29; colesterol (mg/dL) 89.4 ± 6.0, 46.0 ± 1.2, 85.3 ± 5.9, 70.5 ± 7.4, 62.0 ± 3.9; triglicérides (mg/dL) 444.9 ± 97.6, 113.3 ± 7.9, 577.1 ± 89.4, 138.6 ± 25.3, 127.8 ± 9.5; gordura retroperitonial (g/100g) 0.013 ± 0.012, 0.650 ± 0.071, 0.002 ± 0.002, 1,188 ± 0.137, 1.094 ± 0.175; músculo EDL 0.0357 ± 0.0012, 0.0442 ± 0.0056, 0.0383 ± 0.0042, 0.0507 ± 0.0016, 0.0511 ± 0.0012. Foram estatisticamente diferentes (p<0,05) as comparações DVO x DS para glicemia e gordura retroperitonial e as comparações DVO x DI e DI x DS em todos os parâmetros analisados. O grupo NTVO não sofreu alterações em nenhum dos parâmetros.
CONCLUSÕES:
Usando um modelo bem estabelecido de estudo do diabetes experimental, como demonstrado pelos resultados verificados no grupo DTI em relação ao DS ou NS, o tratamento crônico com o complexo [VO(VOEDTA)] acarretou uma leve melhoria do quadro diabético a qual foi constatada pela queda de 10% da glicemia e conservação da gordura retroperitonial. A queda da glicemia não foi induzida por redução da glicogenólise e/ou aumento da glicogênese. A verificada melhoria do quadro diabético não foi o suficiente para alterar os demais parâmetros estudados. Tais resultados estimulam a continuidade do estudo avaliando-se maiores concentrações do complexo.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Diabetes Experimental; Complexo de Vanadilo; Parâmetros bioquímicos e fisiológicos.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004