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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre
CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR MICROPOLUENTES ORGÂNICOS EM ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE NO RIO DE JANEIRO
Marcela Alves de Sá Siqueira 1   (autor)   mass.bio@bol.com.br
Rodrigo Ornellas Meire 1   (autor)   rodrigoornellas@yahoo.com.br
João Paulo Machado Torres 1   (orientador)   jptorres@biof.ufrj.br
Olaf Malm 1   (co-orientador)   olaf@biof.ufrj.br
1. Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho tem como objetivo investigar o histórico de contaminação e deposição de micropoluentes orgânicos, em solos e sedimentos, das principais drenagens do rio Paraíba do Sul (RPS), localizadas em áreas de proteção permanente no âmbito da Mata Atlântica. Com esses dados, podemos avaliar e comparar a qualidade ambiental em áreas de maior impacto humano. O RPS tem grande importância na região metropolitana do Rio de Janeiro, sendo responsável, em grande parte, pelo abastecimento de água potável para mais de 10 milhões de pessoas. Os micropoluentes orgânicos apresentam persistência ambiental e alta afinidade por matéria orgânica, o que determina, entre outros efeitos, processos de bioacumulação e biomagnificação. A introdução desses xenobiontes pode apresentar efeitos tóxicos, como supressão imunológica, alterações endócrinas, teratogênia e mutagenicidade. São potencialmente voláteis o que lhes confere alta dispersão, atingindo regiões isoladas e remotas. Os micropoluentes aqui estudados incluem as Bifenilas Policloradas (PCBs) e os Pesticidas Organoclorados (OCs, como DDT e HCB). Os PCBs estão presentes nas atividades industriais, como mediadores termoelétricos em transformadores antigos. Os pesticidas OCs atualmente são de uso restrito em alguns países, mas foram amplamente utilizados em setores agrícolas e no controle de pragas, como da malária.
METODOLOGIA:
As coletas de solos e sedimentos de fundo foram realizadas em dois Parques Nacionais, Parque Nacional de Itatiaia (Itatiaia - RJ) e Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis - RJ). As coletas de perfis e Sedimentos superficiais foram realizadas em áreas de remanso que possam refletir possíveis locais de deposição. Com este padrão, o espaço amostral das coletas focaliza nascentes e tributários pertencentes à Bacia do rio Paraíba do Sul. As amostras coletadas de solo e sedimento foram peneiradas e secas em estufa a uma temperatura de 50º C por 48 horas.
A metodologia de análise é constituída por quatro etapas principais: extração, purificação, fracionamento e análise cromatográfica. A separação e quantificação dos poluentes clorados foram efetuadas por cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons.
RESULTADOS:
Os resultados encontrados nas amostras coletadas no Parque Nacional de Itatiaia obtiveram uma variação de 5,7 a 17,2 ng.g-1 para DDT total e de 6,2 a 23,1 ng.g-1 para o somatório de PCBs , esses valores estão abaixo dos níveis encontrados em outros trabalhos para o rio Paraíba do Sul. O intervalo dos níveis de HCB ficaram entre 1,1 - 1,9 ng.g-1.
Para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos as concentrações de micropoluentes orgânicos ficaram abaixo do limite de detecção.
CONCLUSÕES:
Com os resultados obtidos até o presente momento, podemos considerar que as concentrações de PCB e HCB são semelhantes quando comparamos as áreas de Itatiaia e Volta Redonda, o que pode ser explicado pela provável capacidade de dispersão e deposição desses contaminantes em regiões protegidas. Entretanto, isso não foi observado no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis).
Ao finalizar as análises da composição de Micropoluentes Orgânicos encontrados nas áreas de estudo e a comparação da qualidade ambiental das mesmas às áreas de maior impacto humano, serão repassadas informações aos órgãos ambientais do estado (FEEMA e CEDAE).
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Micropoluentes Orgânicos; Parques Nacionais; Contaminação Ambiental.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004