IMPRIMIRVOLTAR
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE METAIS PESADOS NAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DO LAGO MUNICIPAL DE CASCAVEL/PR
André Ricardo de Lima Damásio 1   (autor)   arldamasio@hotmail.com
Helder Lopes Vasconcelos 1   (orientador)   hlvasconcelos@unioeste.br
1. Centro de Ciências Médicas e Farmacêuticas, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
INTRODUÇÃO:
Metais pesados são elementos químicos metálicos, de peso atômico relativamente alto, e em concentrações elevadas são muito tóxicos à vida. Segundo dados da OMS, 80% das doenças que ocorrem nos países em desenvolvimento são ocasionadas pela contaminação da água. O chumbo provoca diversas alterações bioquímicas, não existindo evidências de uma função essencial no organismo humano, pelo contrário, interfere nos processos genéticos ou cromossômicos e produz alterações na estabilidade da cromatina inibindo reparo de DNA e agindo como promotor do câncer. Os compostos de cromo produzem efeitos cutâneos, nasais, bronco-pulmonares, renais, gastrointestinais e carcinogênicos. Embora em pequenas quantidades não afetem a qualidade sanitária, os compostos de ferro e manganês são indesejáveis em águas de abastecimento público e para fins industriais por várias razões, dentre as quais destacam-se o gosto e odor estranhos causados à água, bem como coloração. Foi dada ênfase ao monitoramento do Lago Municipal de Cascavel, considerando que este armazena importante reserva de água doce para captação da cidade. O Lago localiza-se no centro da área urbana, compondo o Parque Ecológico Paulo Gorski e extende-se por 41 hectares com cerca de quatro bilhões de litros armazenados. Os objetivos deste trabalho foram verificar a presença dos metais pesados cromo, chumbo, ferro e manganês no Lago Municipal de Cascavel e determinar suas concentrações a fim de avaliar possíveis efeitos nocivos à saúde humana.
METODOLOGIA:
As coletas foram realizadas mensalmente em 6 pontos de amostragem durante 6 meses consecutivos, utilizando-se frascos de polipropileno previamente lavados com solução detergente, ácido nítrico 50% e água deionizada. Na análise de chumbo a amostra acidificada de água foi misturada com solução redutora de citrato-cianídrico amoniacal e extraído com ditizona em clorofórmio para formar uma solução de ditizonato de chumbo de coloração vermelho-cereja, a qual foi medida espectrofotometricamente em 510 nm. A análise colorimétrica de cromo hexavalente (Cr+6) foi realizada em duplicata através da reação com difenilcarbazida em solução ácida, onde um complexo de coloração vermelho violeta foi produzido. Depois de 10 minutos de reação as amostras foram submetidas à leitura em espectrofotômetro a 540 nm. Na análise ferro, 100 mL de amostra acidificada foi digerida até um volume de 15 mL, em seguida o pH foi corrigido para a faixa entre 3 e 4 e diluído para 100 mL. A amostra já na cela de leitura sofreu a adição de fenantrolina e a seguir foi submetida à leitura no espectrofotômetro a 515 nm. A análise de manganês se deu da mesma maneira que a de ferro, porém, os reagentes utilizados foram citrato e periodato, sendo as amostras lidas em espectrofotômetro a 525 nm. As análises físico-químicas realizadas foram temperatura, turbidez, cor, condutividade, sólidos totais dissolvidos e pH.
RESULTADOS:
Os níveis de cromo encontrados variaram entre 0 e 3,5 ppb (partes por bilhão). Com relação ao chumbo, não foi detectada a presença deste metal nas águas superficiais do Lago Municipal de Cascavel. As concentrações de ferro variaram de 0,56 a 3,36 ppm (partes por milhão). Quanto ao manganês, os valores encontrados variaram de 0,1 a 0,8 ppm. As variáveis pH, condutividade, cor, turbidez e sólidos totais dissolvidos apresentaram as seguintes variações: 5,67 a 7,60; 9,50 a 63,0 mS/cm; 25 a 151 PtCo; 3,69 a 38,7 NTU e 4,35 a 31,0 ppm respectivamente. As amostra da primeira e quarta coleta foram submetidas também à análise de chumbo e cromo por absorção atômica e não foi detectada a presença de nenhum destes, confirmando assim os resultados obtidos da análise colorimétrica.
CONCLUSÕES:
A portaria do Ministério da Saúde n.º 1.469, de 29 de dezembro de 2000, que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, determina que as concentrações aceitáveis dos metais analisados são: cromo 50 ppb, chumbo 10 ppb, ferro 0,3 ppm e manganês 0,1 ppm. Com isso, conclui-se que até o presente o momento não foi detectada a presença de níveis preocupantes de chumbo e cromo, e em relação aos metais ferro e manganês estes ultrapassaram os valores máximos estabelecidos, porém como a água analisada passa por um processo de purificação em uma estação de tratamento para depois ser consumida diretamente por seres humanos, estes resultados podem ser tolerados. É importante destacar também a precisão do método colorimétrico que, apesar de ser mais demorado, pode perfeitamente substituir a falta de um aparelho de absorção atômica para análises de cromo e chumbo, particulrmente.
Instituição de fomento: UNIOESTE/PRPPG
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  metais pesados; águas; contaminação.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004