| | D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional | | | COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS E ESPAÇO TEMPORAIS DA MARCHA DE MENINAS DESCALÇAS E CALÇADAS | | | Lígia Raquel Ortiz Gomes Stolt 1, 2 (autor) liortiz@ig.com.br | | Simone de Oliveira Gaspar 3 (autor) simonegaspar@ | | Aline Faquin 1 (autor) alinefaquin@hotmail.com | | Jansen Atier Estrázulas 1 (autor) jansenef@pop.com.br | | Roberta Pires 3 (autor) roberta.zimbamar@bol.com.br | | Sebastião Iberes Lopes Melo 1, 3 (orientador) d2silm@udesc.br |
| | 1. Mestrado em Ciências do Movimento Humano, subárea Biomecânica- UDESC | | 2. Profª do Curso de Fisioterapia- UNIVALI/Biguaçu | | 3. Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos - Universidade do Estado de Santa CatarinaUDESC |
| | INTRODUÇÃO:
A marcha humana tem sido estudada com vários propósitos visto que é uma das atividades motoras mais freqüentemente realizadas, possibilitando a locomoção e facilitando a realização das demais atividades cotidianas. Nesse sentido, são comuns estudos clínicos comparando a marcha antes e depois de tratamentos, porém freqüentemente o fato do indivíduo de estar ou não utilizando calçados é ignorado, podendo levar a resultados enganosos, pois culturalmente o homem tem o hábito de utilizá-los com o intuito de proteger os pés, facilitar determinadas atividades de vida diária ou até mesmo para acompanhar modismos. Tem sido pesquisado sobre o uso de calçados no desenvolvimento de tarefas motoras específicas. Entretanto, são pouco explorados os estudos da marcha relacionada às crianças em períodos de crescimento biológico expressivo como na puberdade caracterizada como única fase da vida extra-uterina em que há aceleração do crescimento(estirão puberal), com mudanças físicas rápidas e intensas peculiares a cada um dos gêneros. Face ao exposto, o presente estudo foi realizado com objetivo de caracterizar e comparar as variáveis dinâmicas (1º e 2º pico de força-PPF e SPF, força de suporte médio-FSM e taxa de aceitação de peso-TAP) e espaço-temporais (comprimento do passo-CPA, cadência-CAD, tempo de duplo apoio–TDA e tempo de apoio simples-TAS) da marcha de meninas entre 10 e 12 anos nas situações descalças e calçadas. | | METODOLOGIA:
Participaram deste estudo descritivo, exploratório, 35 meninas entre 10 e 12 anos de idade, selecionadas pelo processo casual sistemático sem antecedentes de fraturas ou cirurgias em membros inferiores. Os dados foram coletados no laboratório de Biomecânica da UDESC, após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa e a assinatura dos pais no termo consentimento autorizando a participação de suas filhas. Utilizou-se, o sistema Kistler-Gaitway, composto por duas plataformas de força montadas em uma esteira ergométrica, acoplada a um sistema computadorizado. A coleta constou de: (a) entrevista com os sujeitos e verificação de medidas antropométricas (massa, estatura e comprimento membros inferiores, sendo este último utilizado para normalização do comprimento do passo; (b) adaptação suficiente dos indivíduos ao sistema; (c) Pesagem dos indivíduos para normalização dos dados das variáveis dinâmicas pelo peso corporal (PC); (d) aquisição dos dados na esteira à 4km/h com tempo de aquisição de 10s e freqüência de amostragem de 400Hz. Todos os indivíduos foram avaliados em duas situações distintas (com os indivíduos descalços e calçados), sendo a ordem das situações sorteada para cada um dos sujeitos. Os dados foram analisados através da estatística descritiva e comparados através do teste “t” de student pareado adotando-se p < 0,05. | | RESULTADOS:
Nas variáveis dinâmicas foram encontrados os valores médios: 1,08(±0,04) peso corporal-PC para PPFD, 1,08(±0,05) PC para SPFC, 1,10(±0,05) PC para SPFD, 1,11(±0,04) PC para SPFC, 0,83(±0,03)PC para FSMD, 0,82(±0,04)PC para FSMC, 8,02(±1,29) PC para TAPD e 8,19 (±1,31) PC para TAPC. Os valores médios encontrados nas variáveis espaço-temporais descalças(D) e calçadas(C) foram de 0,68(±0,03)m para CPD, 0,71(±0,03)m para CPC, 118,48(±5,97) passos/min para CADD, 113,84(±5,95) passos/min para CADC, 0,20(±0,03)s para TDAD, 0,23 (±0,03)s para TDAC,e 0,41(±0,02)s tanto para TASD quanto para TASC. Ao comparar os valores médios das variáveis dinâmicas entre as situações calçadas e descalças através do teste “t” de Student obteve-se diferença significativa para apenas uma das variáveis das quatro estudadas, a FSM, com p igual a 0,01, sugerindo que as variáveis dinâmicas apresentam alteração de valores apenas no momento onde há sustentação de todo peso corporal em apenas um dos membros inferiores, na FSM. Entretanto, ao comparar as variáveis espaço-temporais, foi encontrada diferença significativa para três das 4 variáveis estudadas, CPASSO (p=1,62x10 -10), CAD (p= 5,89x10 -11) e TDA (p=1,33x10 -13), evidenciando que a maioria das variáveis estudadas apresentou alteração de valores com a utilização de calçados, indicando que por mais adaptado que esteja o indivíduo ao calçado, este interfere na locomoção. | | CONCLUSÕES:
Através da realização deste trabalho foi possível: (a) estabelecer valores de referência tanto para variáveis dinâmicas quanto espaço-temporais da marcha de meninas entre 10 e 12 anos de idade, possibilitando a comparação dos valores aqui estabelecidos com estudos futuros.(b) constatar que o calçado interfere na locomoção humana, principalmente nas variáves espaço temporais, por mais adaptado que a pessoa esteja e ele, o que pode ser explicado em parte pelo peso adicional do calçado, visto que a massa distal exerce um efeito de pêndulo nos membro inferiores aumentando a inércia durante a fase de balanço da marcha, trazendo aumento do comprimento do passo e diminuição da cadência . Este achado reporta-nos a uma das primeira funções do calçado - a proteção dos pés. c) verificar que nas as variáveis cinéticas foi evidenciada a interferência do calçado no momento em que todo peso corporal é sustentado por apenas um dos membros inferiores- ou seja na Força de Suporte Médio. | | | Instituição de fomento: UNIVALI:Bolsa de capacitação docente - UDESC:PROBIC | | | | | Palavras-chave: Biomecânica; Marcha de crianças; Calçado. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |