IMPRIMIRVOLTAR
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 1. Cirurgia Buco-Maxilo-Facial
HEMANGIOMA: EPIDEMIOLOGIA NO PROJETO DE LESÕES BUCAIS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ E CORRELAÇÃO COM A LITERATURA
Fábio Almeida Fiorentini 1   (autor)   fafiorentini@hotmail.com
Bianca Luz Salazar 1   (autor)   biasalazar@hotmail.com
Newton Cesar Kamei 1   (orientador)   
Mariliane Chicarelli 1   (orientador)   
Lilian Vessoni Iwaki 1   (orientador)   
1. Depto. de Odontologia, Universidade Estadual de Maringá - UEM
INTRODUÇÃO:
O objetivo do nosso trabalho foi fazer o levantamento epidemiológico, analisando todos os dados obtidos no projeto de diagnóstico e tratamento de lesões bucais da Universidade Estadual de Maringá – PR sobre Hemangioma, que é uma lesão proliferativa neoplásica benigna dos vasos sangüíneos, e fazer a correlação desses dados com os dados achados na literatura. A razão para a realização desse trabalho se deve ao fato de que o Hemangioma é o tumor mais comum do recém-nascido e da infância, ainda que em alguns casos pode ser achado em pacientes adultos.
O subtipo mais comum, de acordo com a literatura, é o Capilar, que se inicia na pele como uma área de pigmentação vermelha, sofre proliferação nos primeiros meses e depois tende a regredir. Um outro subtipo importante é o Cavernoso, que é semelhante ao capilar, porém são maiores, menos circunscritos e não tendem a regredir.
Como características, a literatura nos trás que estes são assintomáticos, possuem tamanhos e formas variáveis e acometem principalmente lábio e língua.
METODOLOGIA:
Para a realização deste estudo foram analisados 11 prontuários do Projeto de Lesões Bucais da Universidade Estadual de Maringá (LEBU/UEM) no período de 1995 a 2003 que possuíam o diagnóstico de Hemangioma. A coleta de dados incluiu idade, gênero, etnia, procedência, possível etiologia, localização, microscopia, características clínicas, sintomatologia, duração e tipo de tratamento preconizado.
Posteriormente foi realizada a análise dos dados e feito a comparação com as informações contidas na literatura.
RESULTADOS:
A maior incidência foi encontrada no gênero feminino com mais de 63% dos casos, com a idade variando de 40 a 55 anos em 45,4%, 61 a 79 anos em 36,3% e 8 a 19 anos em 27,3% dos casos. Todos os pacientes eram da etnia branca. 63,4% eram pacientes residentes em Maringá e 36,4% eram oriundos de outras localidades.
Em 27% dos casos, foi relatado algum tipo de trauma como possível etiologia, 18% foram de origem congênita e 55% dos pacientes não souberam relatar a origem. Quanto ao tipo, 73% de Hemangioma Cavernoso e 23% de Hemangioma Capilar. O exame utilizado foi o histopatológico.
As lesões foram encontradas na língua (27%), nos lábios (27%), na mucosa jugal (19%), na gengiva (9%), no soalho bucal (9%) e no palato (9%). Em 73%, as lesões foram assintomáticas. 64% relataram duração variando entre 01 e 03 anos e 36% não relataram esse dado.
O tratamento cirúrgico foi o escolhido em 82% dos casos, a escleroterapia em 9% e a combinação de ambos em 9% dos casos. Todas as lesões tinham superfície lisa e com tamanho de 0,3 a 0,5cm em 64% dos casos e de 0,7 a 1,0cm em 36%.
Hemangiomas na forma irregular ocorreram em 55%, a oval em 27% e a arredondada em 18%. Consistência elástica em 64% e consistência mole em 36%. Lesão nodular em 37%, pápula 18% e mácula em 45%.
CONCLUSÕES:
Segundo a literatura a principal etiologia é congênita, porém, nessa pesquisa a maioria foi de origem traumática, talvez pelo fato de que a origem congênita sofre regressão e passa desapercebido, não passando pelo conhecimento dos profissionais. Na literatura, o tipo mais comum é o Capilar, porém houve uma maior incidência do tipo Cavernoso, isso se deve à faixa etária dos pacientes analisados, a maioria já na fase adulta, como esse tipo de hemangioma não sofre regressão, há maior probabilidade deste ser diagnosticado em idades mais avançadas, ao contrário do hemangioma capilar que se não for diagnosticado em tenras idades, vai sofrer regressão.
A localização anatômica e a sintomatologia conferem com a literatura. Quanto ao tratamento, uma boa opção é a escolha da escleroterapia combinada com a cirurgia, porém, em 82% dos casos, foi realizada apenas a cirurgia, já que as lesões tratadas não tinham tamanho que oferecia risco de hemorragias.
Portanto, os dados obtidos neste levantamento epidemiológico foram, em alguns casos, compatíveis com os achados na literatura, e em outros, obtivemos algumas diferenças, que podem ser explicadas pelos perfis dos pacientes analisados.
Palavras-chave:  Hemangioma; Levantamento epidemiológico; Correlação com a literatura.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004