O SOFRIMENTO NO TRABALHO

José Clerton de Oliveira Martins

UNIFOR

 

 

RESUMO

O sofrimento vivenciado por alguns indivíduos no ambiente de trabalho pode ser

decorrente da incompatibilidade entre a história individual do sujeito,

perpassada por sonhos, desejos, necessidades, projetos, esperanças, e uma

organização de trabalho que não considera o indivíduo na sua totalidade. Nesses

casos o sofrimento é desencadeado quando o homem se percebe impossibilitado de

empreender modificações, no ambiente, ou na atividade que realiza, tendo em

vista torná-la mais adequada às suas necessidades fisiológicas e a seus desejos

psicológicos. Neste estudo discute-se a compreensão de sofrimento, os sentidos

do tempo de trabalho e seus reflexos sobre os sujeitos. Os resultados

demonstram que o trabalho pode ser fonte de prazer e sofrimento, implicando uma

contradição que é movimentada pela organização do trabalho, pela estrutura

ambiental onde se desenvolve e ainda pela forma de como os indivíduos percebem

o processo de realização de suas atividades.

 

 

Palavras-chave: Trabalho,  sofrimento psíquico, organizações

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

O homem, sujeito trabalhador, encontra-se em meio à conjuntura atual em que se desenvolvem as estruturas de trabalho perpassadas pela angústia e pelo medo, tudo isso desembocando em uma vivência de sofrimento. Tendo em vista que, a atual organização do trabalho impõe ao indivíduo condições de realização das suas tarefas cotidianas, algumas que não se apresentam ergonomicamente adequadas, e/ou ainda, o caráter de instabilidade, gerado pela escassez de oferta de emprego que acarreta competitividade, aceleração na realização das atividades, busca constante de alta produtividade, lucratividade, bom desempenho empresarial, etc.

Tudo isso, possibilita um clima tenso que acentua o acirramento das relações interpessoais, de concorrência dentro e fora da organização. Ou seja, o meu concorrente não é apenas uma organização que está no mercado que é do mesmo ramo, mas o meu colega de trabalho transforma-se em um concorrente em potencial, pela própria dinâmica do contexto global e dos valores disseminados em tais entornos.

 

O sofrimento propiciado no contexto do trabalho, pode ser decorrente ainda de uma incompatibilidade entre a história individual do sujeito, perpassada por sonhos, desejos, necessidades, projetos, esperanças, e uma organização do trabalho que ignora isso. Desencadeando-se, nesse caso,  o sofrimento psíquico pelo fato de o homem no seu trabalho se perceber impossibilitado de empreender modificações, alterações na atividade que realiza, tendo em vista torná-la mais adequada às suas necessidades fisiológicas e a seus desejos psicológicos, isto é, quando o trabalho se torna completamente alheio a quem o executa.

 

Logo, essa relação entre homem e trabalho não mais irá se apresentar como uma via de influência de mão dupla, em mesma intensidade. Ou seja, a influência que o homem tem sobre o seu trabalho não repercute no mesmo igualmente como as exigências deste trabalho ‘tocam’ esse sujeito. O homem diminuiu a sua liberdade de criação e de realização diante do trabalho que exerce. A imposição existente sobre o homem, construída pelas relações de trabalho, em tal perspectiva, incutem no sujeito marcas indeléveis, as quais vão repercutir no seu funcionamento físico e psíquico.

 

A maneira como o sofrimento desencadeia-se vai ser diretamente dependente do tipo de organização de trabalho. Por exemplo, o grau ou intensidade de insatisfação ou medo de um funcionário submetido a um trabalho repetitivo vai ser diferente do observado em um funcionário de escritório. Modificando-se também de acordo com as normas, regras, regimentos internos de cada empresa, bem como, com o clima organizacional que influencia as relações interpessoais que predomina na organização. Assim torna-se necessário ser cauteloso ao se fazer certas generalizações, por isso que a observação cuidadosa do ambiente organizacional com todas as suas especificidades se faz tão relevante.

 

Os indivíduos, quando diante de uma situação de angústia e insatisfação decorrente de seu trabalho, elaboram estratégias de defesa que acabam por tornar o sofrimento um aspecto velado. Logo, o sofrimento disfarçado encontrará como meio de eclodir uma sintomatologia, a qual as vezes apresenta-se com uma certa estrutura própria a cada profissão ou ambiente de trabalho. Isso porque, a vida psíquica perpassa pelo funcionamento de todo sistema corporal integrando-o, desta forma manifestam-se as doenças psicossomáticas.

 

O sofrimento que é vivenciado, mas não reconhecido, traz mais prejuízos para o sujeito, pois a função dos mecanismos de defesa é aliviar o sofrimento e isto finda em não permitir sua visibilidade tornado-o mais difícil de ser solucionado.

 

Contudo, há casos em que o trabalho é favorável ao equilíbrio mental e a saúde corporal, uma boa adequação entre a organização do trabalho e a estrutura mental do indivíduo é possível, para tanto é necessário que algumas condições, ou pelo menos uma delas, seja realizada. Estas consistem em que as exigências (intelectuais, motoras, psicossensoriais) da tarefa estejam de acordo com as necessidades do trabalhador, onde o exercício da tarefa proporcione prazer; outro aspecto diz respeito ao conteúdo do trabalho enquanto fonte de satisfação sublimatória (situação, diga-se de passagem, muito rara e só encontrada em situações privilegiadas) onde o trabalhador pode modificar a organização do seu trabalho de acordo com seus desejos e necessidades, ou seja, sendo o trabalhador responsável pelo conteúdo, ritmo de trabalho, modo operatório. Vale ressaltar que, essas características aqui mencionadas não eximem que, em algum momento, o trabalho não venha a apresentar um conteúdo de sofrimento, mas o prazer do trabalho permite uma melhor defesa e estruturação física e psíquica, pelo menos a priori (Dejours, 1992).

 

Os fatores, acima mencionados, não condizem com a maioria dos casos propiciados pelas relações de trabalho, isso porque a divisão crescente do trabalho (sistema Taylorista) compromete as possibilidades de realização pessoal diante da atividade laboral e diminui a escolha e a livre estruturação da tarefa. A organização do trabalho cada vez mais autoritária, rígida e parcelizante (Dejours, 1994) despersonaliza o trabalhador e abole da atividade de trabalho a identidade, o que impossibilita uma manifestação mais autêntica da subjetividade, destituindo o trabalho de significado pessoal.

 

É importante mencionar que o sofrimento, em alguns casos, se revela propício à produtividade; não propriamente o sofrimento, mas os mecanismos de defesa empreendidos pelo mesmo. Pois os mecanismos de defesa podem tornar o trabalhador mais cauteloso e atento na realização de sua atividade, em decorrência, por exemplo, do medo provocado por um trabalho que envolve risco; ou gerar uma atividade laborativa mais acelerada, devido, por exemplo, a um clima de ansiedade propiciado pelo receio de perder o emprego ou a posição ocupada na empresa; logo, tudo isso volta-se para a manutenção da produtividade organizacional. (Ibid).

 

A organização de trabalho exerce, sobre o homem, uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. (Dejours, 1994). Porém,  a relação conflituosa entre a organização do trabalho e o aparelho mental é capaz, através de sua transformação e da dissolução dos mecanismos de defesa, de evoluir para um arrolamento mais benéfico entre saúde mental e trabalho.

O sofrimento psíquico surge no contexto do trabalho de forma bastante sutil. Muitos trabalhadores desconhecem e/ou nunca associam este tipo de sofrimento ao trabalho, apesar da clara evidência diagnosticada por meio de suas próprias falas características, comportamentos e sintomas por eles apresentados no cotidiano laboral. Para estabelecer uma relação analítica do sofrimento psíquico com o trabalhador, nos remetemos aos estudos de Freud (1929), onde encontramos ser o sofrimento uma ameaça constante para o homem, a partir de três fontes:

 

 

O sofrimento do trabalhador nasceria das elaborações edificadas nas relações de trabalho, a partir da organização (cultura) e de seus próprios pares (relações), no contexto da organização onde se exige que as atividades sejam realizadas, a partir do instante em que ela passa a oferecer ao trabalhador condições de trabalho suficientes para que o exercício do trabalho redunde em êxito. Quando tal não ocorre, a organização passa a cobrar, muitas vezes de forma hostil, o resultado não atingido pelo trabalhador. O trabalhador, por sua vez, acredita nesta “verdade” e passa a desenvolver uma relação de sofrimento consigo mesmo e com a organização, ao buscar aquele “algo mais” não encontrado nas condições normais de trabalho. Começa, então, a enxergar que a organização deseja, continuando a oferecer as mesmas condições, tidas como ideais, que ele as considere como suficientes para a realização do seu trabalho.

Assim, é afirmado por Freud (1929), que todo sofrimento nada mais é do que sensação, só existe na medida em que se sente e só sentimos em conseqüência de certos mecanismos pelos quais nosso organismo está regulado.

Com efeito, o trabalhador é regulado pela organização e seus pares, assim observa-se a realidade do sofrer, no corpo, na alma direcionando à fragilidade, ao adoecimento.

 

O assédio Moral: sofrimento e prática perversa no trabalho

 

O assédio moral define-se a partir de determinadas práticas de abuso de poder identificadas nas relações de trabalho. Esta prática tem provocado sofrimento psíquico e/ou sintomas de doenças orgânicas,

 

  (...)Nas empresas, os desafios de poder e rivalidade se tornam a lei. Não mais se escuta o outro com interesse pelo que tem a dizer, mas mentalmente indagando como pode ele ser derrotado. Isto provoca uma desconfiança generalizada e detona comportamentos idênticos como resposta, alem de bloquear toda criatividade. Qualquer tomada de posição que se mostre diferente, é cortada pela ironia e sarcasmo dos colegas e pelo bloqueio da hierarquia (HIRIGOYEN 2002: 67)..

 

Para chegar a uma compreensão de assédio moral partiu-se de uma visita a vários estudos onde se pode observar nos anos 80, Leymann H. que introduziu o conceito de mobbing, para descrever as formas perversas de assédio dentro das organizações. Para ele, o mobbing consiste em manobras hostis, freqüentes e repetidas, no local de trabalho, visando sistematicamente a mesma pessoa. O mobbing provém de um conflito degenerado. É uma forma particularmente grave de estresse psicossocial”. (Op.cit., p. 76).

Situações humilhantes, sofridas pelo trabalhador, no local de trabalho, causadas, na maioria das vezes por seus chefes, tem crescido progressivamente nos últimos anos, no Brasil e no mundo. De acordo com os pesquisadores da saúde do trabalhador, o assédio moral, terminologia que define a presença dessas relações perversas que fazem adoecer os trabalhadores, é conhecido internacionalmente por diversas expressões: na França, hercélement; na Inglaterra, bullying; nos Estados Unidos, harassment e no Japão ijime.

 

 

Os principais métodos do assédio, investigados por Hirigoyen (2002, p. 107-111), através de estudos de diversos autores, sendo eles de diferentes culturas, possibilitou agrupar as atitudes hostis em quatro categorias:

 

a) Deterioração proposital das condições de trabalho: age-se de modo a fazer crer que a pessoa visada é incompetente. Pode-se, com isso, dirigir-lhe toda espécie de criticas e, eventualmente, encontrar pretextos para mandá-la embora;

b)      Isolamento e recusa de comunicação: não cumprimentar, não olhar literalmente para a pessoa são condutas que podem parecer insignificantes, mas que, diariamente repetidas, machucam e magoam profundamente;

c)      Atentados contra a integridade: muitas vezes criticada em virtude das características inerentes a vitima é considerada responsável: “Ela é muito sensível, não tem senso de humor!”. Tais atitudes partem, na maioria das vezes, de colegas invejosos e não dos superiores;

d)      Violência verbal, física ou sexual – surge quando o assédio é declarado e percebido por todos. A vitima pode ficar aterrorizada e cheia de queixas. Quando busca ajuda, dificilmente é atendida, pois as testemunhas têm receio de manifestar apoio à pessoa agredida.

 

Christophe Dejours e a Psicodinâmica do Trabalho

 

                  De acordo com Ana Mendes & Carla Morrone (2002), a Psicodinâmica do trabalho foi sugerida por Dejours a partir dos anos 80 na França e foi consolidada nos anos 90 no Brasil. Médico do trabalho, psiquiatra e psicanalista, seus estudos revelam um olhar amplo e integrador sobre a organização do trabalho e seus impactos sobre a saúde mental dos trabalhadores. Tal olhar remete-se aos fenômenos do mundo laboral que influenciam, de maneira decisiva, as vivências de prazer e sofrimento dos indivíduos envolvidos com o processo dinâmico do trabalho. Em seu livro “Travail: Usure Mental”, lançado na França em 1980 e posteriormente traduzido e publicado no Brasil, com o título “A loucura do trabalho”, o objeto de estudo é, não a loucura propriamente dita, mas sim o sofrimento, sendo este um estado compatível com a normalidade psíquica do indivíduo, já que o mesmo proporciona uma série de mecanismos de defesa e de regulação.

                   Para Dejours (1994), o sofrimento presente no contexto organizacional se vincula a dados relativos a história singular de cada indivíduo e aos aspectos referentes à sua situação atual, possuindo então uma dimensão temporal que implica em processos construídos pelo próprio trabalhador no âmbito de sua atividade. O autor distingue dois tipos específicos de sofrimento, sendo o primeiro o patogênico e o segundo o criativo. O patogênico se inicia no momento em que foram explorados todos os recursos defensivos do indivíduo. Esse tipo de sofrimento é uma espécie de resíduo não compensado, que leva a uma destruição do equilíbrio psíquico do sujeito, empurrando-o para uma lenta e brutal destruição orgânica. No momento em que a organização do trabalho se torna autoritária, ocorre um bloqueio da energia pulsional, que se acumula no aparelho psíquico do indivíduo, gerando desta forma, sentimentos de tensão e desprazer intensos.

 

“A carga psíquica do trabalho resulta da confrontação do desejo do trabalhador, à injunção do empregador contida da organização do trabalho. Em geral a carga psíquica do trabalho aumenta quando a liberdade de organização do trabalho diminui”. (Dejours, 1994, p. 28)

 

                   Quanto ao segundo tipo, Dejours denomina de sofrimento criativo pelo fato de o indivíduo elaborar soluções originais que favorecem ou restituem sua saúde. O sofrimento criativo chega a adquirir um sentido, pois favorece ao indivíduo um reconhecimento de uma identidade. Neste contexto o indivíduo se propõe a ação criativa que promove descobertas, fazendo com que o este experimente e transforme, de maneira criativa, prática e astuciosa, soluções inéditas frente às situações móveis e cambiantes de seu trabalho. A competência e a astúcia, promovida pela inteligência coletiva ou individual, proporcionam o surgimento de estratégias defensivas, que aliviam ou combatem o sofrimento psíquico.

 

Transformando o sofrimento em vivências de prazer

                   Quando falamos de sofrimento dentro do ambiente de trabalho percebemos que ocorre uma identificação imediata deste termo por parte dos trabalhadores, porém quando nos referimos ao prazer as reações são adversas, alguns indivíduos acreditam se tratar de uma quimera, outros acham que o prazer não é compatível ao trabalho. Porém, o prazer se torna algo real e concreto no contexto do trabalho no momento em que o trabalhador mobiliza todos os recursos subjetivos e objetivos / materiais no sentido de realizar uma operação simbólica, isto é, quando o sujeito procura resgatar o sentido do trabalho para si.

                   De acordo com Mendes & Morrone (2002), este sentido resgatado depende da interrelação entre subjetividade do indivíduo que trabalha, do saber fazer e do coletivo de trabalho. No que diz respeito à subjetividade, esta envolve a história de vida e a estrutura psíquica deste sujeito, já o saber fazer se refere a um tipo de capacidade que ajuda o trabalhador a regular e a sobreviver ao que está prescrito pela organização na qual está inserido, adquirindo com a prática uma maneira peculiar e imaginativa para realizar o seu trabalho de maneira correta. Quando falamos de coletivo de trabalho nos referimos às bases e regras, que organizam as relações entre as pessoas dentro do espaço organizacional, tais regras se constituem não apenas da técnica, elas também possuem uma dimensão ética, onde o sujeito tem uma noção do que é justo ou injusto, estando essas normas e esquemas de regulação mais no âmbito dos valores, julgamentos da estética e da qualidade do trabalho. Os julgamentos se encontram em dois pares distintos de hierarquia, onde o primeiro se refere à conformidade do trabalho, ou seja, a maneira como ele deve se conduzir de acordo com as normas da empresa e segundo à originalidade particular de cada indivíduo, sua singularidade e personalização, oferecendo desta forma meios para construção de uma identidade construída pelo coletivo do trabalho.

 

                   A constatação da existência de estratégias defensivas dentro do ambiente de trabalho, sendo estas de caráter positivo, revela-se o aspecto multifacetário da interrelação homem / trabalho, fazendo com que se agregue uma nova textura e plasticidade ao ambiente. Entretanto, esclarece-se que este fenômeno real e concreto está mascarado de tal forma que se torna quase impossível vê-lo sem que se esteja munido de uma percepção aguçada do universo observado.   

                   Quando se considera a possibilidade de transgredir regras, não se está anunciando um caos propriamente dito dentro das organizações, mas sim, que o trabalhador está transgredindo ao tempo linear rígido e rotineiro, criando momentos lúdicos, significativos por meio de sua necessidade de criatividade. O tempo alternativo ou transgressor nada mais é do que um tempo para si, resgatado nas pequenas fugas de uma rotina massacrante.

                   De acordo com Aguirre Baztán (1993), os momentos de ruptura eqüivalem ao  momento no qual o sujeito vivência o caos simbólico, como forma de destruição do tempo velho e de criação de um tempo novo. Tais rupturas proporcionam aos indivíduos uma ocasião de inverter todos os valores, de destruir a temporalidade monótona e de transgredir ao instituído. Porém esta transgressão é uma forma de criar um novo espaço-tempo, de gerar um caos para estabelecer uma ordem. Para Baztán (op. cit), com tal ruptura, vivencia-se uma circularidade do tempo,  uma maneira de colocar um fim em algo, para assim criar um novo começo, com uma nova percepção de tempo e plenos de uma nova energia.

                   Os benefícios são sentidos tanto na mente, com o aumento do poder da criação, da liberdade e do sentido existencial do trabalho, quanto no corpo servindo de excelente estratégia de defesa contra os elementos agressivos do ambiente institucional, favorecendo aos sujeitos vivências de prazer no trabalho.

                   Para Bruhs (op. cit), o prazer real e permanente que o indivíduo pode sentir é a tranqüilidade de realizar ações significativas para si e não ir além de suas possibilidades físicas e mentais.

Sobre o ambiente laboral, (...)quando o rearranjo da organização do trabalho não é mais possível, quando a relação do trabalhador com a organização do trabalho é bloqueada, o sofrimento começa: a energia pulsional que não acha descarga no exercício do trabalho se acumula no aparelho psíquico, ocasionando um sentimento de desprazer e tensão” (DEJOURS, 1992). Assim o trabalho é pertinente ao homem  e necessita de uma resignificação a fim de ser melhor usufruído como um jogo, cheio de ludicidade e criação em prol da produtividade no trabalho e de sua satisfação existencial.

 

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