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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas
QUEM VÊ CARA NÃO VÊ AIDS?
Roberta Seron Sanches 1, Mariana Machado da Silva 1, Alcyone Artiolli Machado 2 e Ana Paula Morais Fernandes 3
1- Alunos de graduação em enfermagem, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. 2- Prof. Dr. Do Depto. De Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP 3- Prof. Dr. do Depto. de Enfermagem Geral e Especializada, Es, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP
Introdução: Diversos efeitos colaterais têm sido associados à terapia anti-retroviral prolongada. Entre esses, a síndrome da lipodistrofia, caracterizada por alterações metabólicas, com aumento nos níveis séricos de lipídios, e alterações corpóreas, com hipertrofia do tecido adiposo central e lipoatrofia de extremidades, basicamente de face e membros. Tais alterações podem ser suficientemente perturbadoras para o bem-estar psicossocial, afetando a qualidade de vida e culminando no estigma da doença. Objetivos: Avaliar o impacto psicossocial da lipoatrofia facial em indivíduos portadores do HIV. Metodologia: Trata-se de estudo seccional, descritivo. Foram entrevistados 31 pacientes portadores do HIV, sob terapia anti-retroviral combinada, apresentando dislipidemia. Para análises estatísticas, foram utilizados a estatística descritiva e o teste exato de Fisher. Resultados: Dentre os pacientes avaliados, 74,2% demonstraram alterações corporais. Estratificados de acordo com o segmento afetado, verificou-se que 41,9% apresentavam lipoatrofia facial, 41,9% hipertrofia adiposa abdominal e 35,5% lipoatrofia periférica. Considerando os aspectos psicossociais dos pacientes com lipoatrofia de face, 61,3% relataram que essa alteração foi percebida por outras pessoas, 67,7% relataram mudanças na auto-imagem, 41,9% redução da vaidade, 32,2% perderam a vontade de se olhar no espelho, 29,0% demonstraram redução na vida social com tendência ao isolamento. Ademais, 100% relataram temer e acreditar que as alterações morfológicas em sua face poderiam revelar sua condição de portador do HIV. Conclusões: A lipoatrofia de face constitui temido marcador para identificação da soropositividade, trazendo consigo o estigma da doença. Perturbações na imagem corporal com as quais se confrontam tais pacientes parecem repercurtir a conseqüências marcantes para saúde afetivo-emocional e social. Esses resultados podem subsidiar o aperfeiçoamento de programas de atenção aos portadores do HIV.
Instituição de fomento: PIBIC/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  aids; lipodistrofia

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005