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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina
DISCRIMINAÇÃO DE PALAVRAS E PSEUDOPALAVRAS EM CRIANÇAS COM EPILEPSIA BENIGNA DA INFÂNCIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS
Rebeca Macedo Costa 1, Glória Maria de Almeida Souza Tedrus 2 e Josiane Maria de Freitas Tonelotto 1
1- Faculdade de Psicologia, Centro de Ciências da Vida - PUC-Campinas. 2- Faculdade de Medicina, Centro de Ciências da Vida - PUC-Campinas., PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS - PUC-CAMPINAS
A epilepsia benigna da infância com pontas centrotemporais (EBICT) é a forma mais comum de epilepsia focal benigna da infância. Não existem lesões anatômicas demonstráveis, há remissão espontânea das crises e ausência de déficit neurológico ou intelectual. Algumas crianças na fase ativa da epilepsia tendem a apresentar dificuldades escolares. Estudos mostram que podem ter déficit de memória e de aprendizagem e dificuldades de leitura. O presente trabalho teve por objetivo estudar a discriminação de palavras (P) e pseudopalavras (PP) em crianças com EBICT. Foram incluídas 16 crianças, de 8 a 11 anos de idade, com diagnóstico de EBICT, segundo a Classificação Internacional das Epilepsias e Síndromes Epilépticas. Os procedimentos foram: Anamnese; Exame neurológico, eletrencefalograma, Inventário de Edinburgh; Raven; TDE; WISC-III e o teste de Discriminação de P e PP, aplicado com a apresentação, de modo aleatório, de 100 P e 100 PP para as quais as crianças acionaram diferentes teclas do computador, segundo a categoria do estímulo. Foram avaliados o número de acertos e o tempo de reação. Os resultados obtidos foram comparados com os de um grupo controle (GC) de crianças sadias pareadas por idade, sexo e nível de escolaridade das mães. Observou-se que houve diferença estatisticamente significativa entre o menor acerto de PP pelas crianças com EBICT quanto ao acerto de P (p=0,001). O GC obteve porcentagem de acertos de PP significativamente maior (p=0,006), podendo sugerir um déficit no processamento cognitivo nas crianças com EBICT. Não houve diferença entre o grupo EBICT e GC quanto ao tempo de reação, mas em ambos os grupos houve diferença estatisticamente significativa entre o menor tempo de reação para P do que para PP (p<0,001). Podemos concluir que a avaliação da discriminação de P e PP é um método que pode ser útil para melhor compreensão dos processos de leitura e escrita nas crianças com EBICT, trazendo eventuais benefícios na orientação desses indivíduos.
Instituição de fomento: CNPq e PUC-Campinas
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  epilepsia rolândica; leitura

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005