IMPRIMIR VOLTAR
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
BIOMAGNIFICAÇÃO DE MERCÚRIO EM PEIXES DO RIO JUNDIAÍ – SP
Márcio César Zen 1, Pedro Sérgio Fadini 1,2, Julieta de Carvalho Alciati 2 e José Roberto Guimarães 2
1. Faculdade de Química, Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologia – PUC-Campinas. 2. Faculdade de Engenharia Civil – UNICAMP. , PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS - PUC-CAMPINAS
O Rio Jundiaí apresenta uma vazão média anual de 10,8 m3 s-1 e drena uma área de 1.200 Km2, com cerca de 1 milhão de pessoas, sendo um importante recurso hídrico regional. O mercúrio aporta em ecossistemas aquáticos devido a atividades industriais e uso de combustíveis fósseis. Peixes funcionam como indicadores da contaminação observada em diferentes níveis tróficos, o que torna possível utilizar o mercúrio como um indicador da contaminação ambiental. Foram seguidos procedimentos limpos para coleta, transporte e manuseio das amostras de águas. A detecção do mercúrio foi realizada por espectrofotometria de fluorescência atômica do vapor frio. Um total de 25 espécimes pertencentes a 4 espécies diferentes foram analisados. Cada espécime foi submetido à medições em duplicata, para duas sub-amostras de tecido muscular, totalizando 4 determinações por espécime. Os valores de concentração de mercúrio em peixes variaram entre 174 e 1397 ng g-1, com um valor médio de 258 ng g-1. Os maiores valores foram observados em espécimes de lambari (Astianax spp.) e carboja (Callichthys ssp.), omnívoro e detritívoro, respectivamente. As águas apresentaram concentrações variando entre 2,5 e 71,3 ng L-1, com valor mediano igual a 10,4 ng L-1 (n =13), com amostras coletadas em triplicata e determinações também em triplicata em cada garrafa. Estes resultados remetem a uma preocupação quanto a qualidade das águas do Rio Jundiaí, que em épocas de seca são utilizadas para fins de abastecimento de uma das cidades da Bacia Hidrográfica, a despeito do rio ser classificado como classe 4 segundo a resolução CONAMA 20/86. As altas concentrações de mercúrio em peixes e na água, enquanto indicadores ambientais, remetem a possibilidade da existência de outras espécies químicas que possam ser deletérias à saúde pública.
Instituição de fomento: CNPq, FAPESP e PUC-Campinas
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  mercúrio; biomagnificação; rio Jundiaí

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005