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G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 1. Ética
Alteridade e Rosto em Emmanuel Lévinas
DEMETRIUS OLIVEIRA TAHIM 1 e MARLY CARVALHO SOARES 1
1 – Departamento de Filosofia – UECE, UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
Desde a Idade Moderna, o homem tornou-se o centro da reflexão filosófica. Entretanto, esta não conseguiu resgatar a importância da intersubjetividade e das relações intersubjetivas. O problema do outro se torna relevante na busca do universo intersubjetivo da comunicação mais do que a clássica idéia da totalidade que tudo engloba, pessoas e coisas, na identidade do ser. Dessa forma, dada a importância da Ética nas relações intersubjetivas, sentimos a necessidade de empreender um estudo sobre o conceito de Alteridade em Emmanuel Lévinas pela novidade de sua proposta, que é fazer da ética a “filosofia primeira”. Utilizando a palavra “Rosto”, nosso autor introduz um novo conceito de Alteridade, rompendo assim com a concepção anterior que tem sua origem na filosofia platônica. Destarte, mediante a pesquisa bibliográfica unida à interpretação e reflexão, mostraremos o Rosto como Alteridade e as significações éticas que este assume. Tratando o Rosto como Alteridade, chegamos ao momento em que a subjetividade, após ter ido ao mundo material, usufruindo-a e retornando a si mesma plena poderá abrir-se para a transcendência irredutível, ou seja, à Alteridade. Esta saída de si ao outro é possível com a visibilidade do Rosto. É através do Rosto que se expressa toda a singularidade pela exterioridade da pessoa com quem me relaciono. Contudo, Lévinas utiliza com cautela este termo, pois falar do outro implica falar a partir do eu e o outro é uma realidade que está além do que posso conhecer. Esta inadequação realizar-se-á corretamente como desejo do outro, o qual se manifesta como Rosto, “presença” enigmática do Infinito. Falar do outro ,portanto, é falar do Infinito. Assim, ao abordar a questão do outro, refletimos sobre a revelação do Rosto e sobre os seus vários significados, ou seja: o Rosto é mandamento ético, fonte de sentido e fundamento da razão, condição de objetividade e assimétrico e ,enfim, o Rosto educa a vontade para o bem e se estende a toda a humanidade.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Rosto; Alteridade; Ética

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005