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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia
EFEITOS DA TOXINA PROTÉICA LP8 ISOLADA DA PELE DA RÃ Leptodactylus pentadactylus EM PARÂMETROS ELETROCARDIOGRÁFICOS DE RATOS NORMOTENSOS ANESTESIADOS E EM CORAÇÃO ISOLADO PERFUNDIDO
Raquely Ferreira Braga 1, Patrícia Teixeira Limaverde 2, Lúcia de Fátima Lopes dos Santos 1, 2, Marta Regina Kerntopf 2, Manasses Claudino Fonteles 1, 2, Nilberto Robson Falcão do Nascimento 2, Bruno Cardi Andrade 2 e Krishnamurti Morais de Carvalho 2
1 - Coordenação do Curso de Medicina Veterinária/UECE 2 - Instituto Superior de Ciências Biomédicas/UECE , UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
Poucas substâncias foram isoladas da secreção da pele da rã Leptodactylus pentadactylus, contudo ensaios preliminares realizados in vitro demonstraram indícios de ação cardíaca, com predominância de efeitos cardiodepressores (Evangelista, 2001). Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo verificar efeitos diretos de uma fração da secreção da pele da rã Leptodactylus pentadactylus, denominada Lp8, sobre a atividade elétrica e mecânica cardíaca. O eletrocardiograma foi obtido através de eletrodos bipolares implantados subcutaneamente (Derivação II), acoplados a sistema de aquisição de dados (DIGIDATA 1321A, Axon Instruments) com monitoração e registro contínuo em PC (Pentium III, 1GHz), utilizando-se ratos Wistar normotensos (250-350g), anestesiados com pentobarbital sódico. As drogas foram injetadas em bolus na veia jugular em doses entre 0,1 e 1mg/kg. A atividade mecânica cardíaca foi avaliada em coração isolado (doses entre 0,03 e 1µg/bolus da Lp8), montado em banho de registro isométrico sob tensão de 1g em solução de Krebs-Henseleit (pH 7,4; 37°C; 95%O2-5%O2). A injeção endovenosa de Lp8 provocou bloqueio átrio-ventricular gradual até um bloqueio completo (n=5). Em 60% dos experimentos, a onda P estava suprimida a partir da dose de 1µg/kg (p<0,05, teste de Fisher). Ocorreu significativa diminuição da freqüência cardíaca, observada pelo aumento da duração de R-R (173,49±11,21 vs 274,52±12,40), e da duração da onda P (16,11±0,73 vs 7,73±3,88). No coração isolado (n=6), a injeção em bolus da Lp8 causou depressão cardíaca e posterior parada (após a dose de 0,3 µg/bolus) em 66,67% dos experimentos (p < 0,05, teste de Fisher). A Lp8 provoca falência cardíaca como demonstrado nos experimentos de coração isolado, que está associado à bloqueio de condução como mostrado através de ECG. Portanto, a toxina Lp8 pode estar provocando diretamente efeito cardiotóxico por ação nos tecidos de condução do potencial de ação cardíaco.
Instituição de fomento: CNPq/FUNCAP
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  toxinologia; anfíbios; toxina protéica

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005