IMPRIMIR VOLTAR
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 7. Saúde Materno-Infantil
FLUXO PULSÁTIL PELO FORAME OVAL: CORRELAÇÕES MORFOLÓGICAS E FUNCIONAIS NO FETO DE MÃE DIABÉTICA
Juliana Zanettini 1, Vinicius Oliveira 1, Antônio L. Piccoli Jr. 1, João Luiz Manica 1, Dirlene Mello 1, Renato Frajndlich 1, Luiz Henrique Nicoloso 1 e Paulo Zielinsky 1
1 - Unidade de Cardiologia Fetal do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / FUC. , INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL / FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA - IC-FUC
O fluxo pelo forame oval (FO) na vida fetal é pulsátil, que lhe confere um caráter vascular. O índice de pulsatilidade (IP) tem sido utilizado para a quantificação da impedância ao fluxo e da função diastólica do ventrículo esquerdo (VE), especialmente na presença de hipertrofia miocárdica secundária ao diabetes materno. Objetivo: Estabelecer a correlação do IPFO com a mobilidade do septum primum(SP) e com o IP do fluxo venoso pulmonar (VP) (parâmetros atriais esquerdos de função diastólica do VE), assim como com a espessura do septo interventricular (ESIV) (fator morfológico), em uma amostra de fetos de mães diabéticas. Métodos: Estudados 56 fetos cujas mães, com diabetes prévio ou gestacional, faziam parte de protocolo de investigação da função diastólica fetal, com idades maternas de 17 a 43 anos (média=31,6±6,7) e idades gestacionais de 24 a 36 semanas (média=32,1±3,3).O índice de excursão do SP (IESP) e a ESIV foram avaliados por eco-bidimensional, conforme técnicas já descritas. Os IP dos fluxos pelo FO e pela VP foram obtidos por Doppler pulsado, através da razão (velocidade sistólica–velocidade pré-sistólica)/velocidade média. Utilizou a correlação de Pearson, com alfa crítico de 0,05. Resultados: Os dados estão expressos como média±DP e amplitude. IPFO: 2,76±1,17 (1,21-6,88); IPVP: 1,47±0,88 (0,60-4,80); ESIV: 0,36±0,21 (0,24-0,61); IESP: 0,49±0,12 (0,27-0,60). Foi observada correlação linear positiva significativa entre o IPFO e a ESIV (r=0,649, p<0,0001) e entre o IPFO e o IPVP (r= 0,331, p=0,013). Houve correlação linear inversa significante entre o IPFO e o IESP (r= - 0,428, p=0,001). Conclusões: Em fetos de mães diabéticas, o fluxo pulsátil pelo forame oval está correlacionado com o fluxo venoso pulmonar, com a espessura parietal do VE e com a mobilidade do SP. Sugere-se que a hipertrofia miocárdica secundária ao diabetes materno interfira na função diastólica do VE e na dinâmica atrial esquerda, com reflexos nos fluxos de entrada nesta cavidade.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Feto; Forame oval; diabete melito

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005